Amor.
Não precisava de nome
Nem escolhia sobrenome
Apenas pulsava sem procurar sentido
Como o desabrochar de uma flor.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Depois
de vírgulas
e reticências
Na minha
história
de amor,
Você
Foi o meu
ponto final.
= = = = = = = = =
Desprotegido de ti
"De orelha a orelha"
Meu coração sorri
Sem máscara.
= = = = = = = = =
Do alto
Flores desenham nuvens
Que orvalham
Nos meus olhos.
= = = = = = = = =
Ela despiu-se
De tantas palavras
Que a "verdade nua e crua"
Nem precisou de espelho
Pra se enxergar.
= = = = = = = = =
Ela
Dizia
Que
Não
Tinha
Mais esperança.
Mas todos os dias,
Feito criança,
Demoradamente
Olhava para o céu.
= = = = = = = = =
Ela
Tinha
A alma florida
Mas ele
Não sabia
Ser beija-flor.
= = = = = = = = =
Escrevia
Toda a dor
E a alegria que sentia
Lágrimas desinchando a alma
Gotas que transbordam o rio.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
ÍNDIO
Ao som dos gritos dos guerreiros
A natureza dança de corpo Inteiro.
E nas asas dos pássaros ligeiros
Suas almas cantam livres e sem medos.
Mas nos olhos faiscantes
Escorrem os sonhos dos antepassados.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Mãos de seda
É esse teu olhar
Que desabotoa as minhas vestes
Fazenda cócegas na minha alma.
Queríamos reter o tempo
Paralisar momentos
E muitos
Até criança
Queriam voltar a ser.
Mas hoje temos pressa
E até em prece
Pedimos que tudo passe
E que o tempo
Volte novamente a correr.
Em silêncio a natureza ouço
Guardando a ansiedade no bolso
Esperando a hora certa
Pra voltar a "brincar".
Tempo...
Leve, lave, livre, passe
E que a paz de novo
Volte a florescer.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Me fiz de lua
E fui tão tua
Vivendo e revivendo
Todas as fases.
E se hoje,
A ti,
Meu nome
Rima com saudades
Foi porque
Não tivestes capacidade
De guardar
O nosso amor
Que jurastes
Que não teria fim.
= = = = = = = = =
Metamorfose.
Os rios
Da alma
Em mar se
transformam.
Em lágrimas
Nadam
As meninas
Dos
Meus olhos.
= = = = = = = = =
Na escadaria
Do tempo
Me pus em doação.
Lembrei
Do menino
Que eternamente
Esperava
Ser escolhido
Para o time
De futebol.
= = = = = = = = =
Nas ruas
Cerejeiras floridas.
Será que foi minha avó,
Que já anda meio esquecida,
Que espalhou os seus bordados por aí?
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
No
Corpo
Da
Índia
Destemida
A natureza sem ser reprimida
Brinca, pintando sonhos...
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
No mar de chuvas
As sombrinhas
São botes flutuantes.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Sinônimo de mãe
É amar
Sem aspas
E sem ponto final.
= = = = = = = = =
Você
Era tão Presente
Na minha saudade
Que o mofo
Não tinha vez.
= = = = = = = = =
Você
Vive de muitos "se"
Enquanto isso
Zombeteira
A vida passa
E você nem vê.
= = = = = = = = =
HOMENAGENS
= = = = = = = = =
A palavra sem ação é morta.
Bradava a voz incessantemente
Reunindo alguns poucos crentes
Na paróquia de Casnigo.
Ah, palavras ditas
Soavam tão benditas
Ricocheteando nas paredes mudas
Em busca de ouvidos atentos
Sequiosos por aliviar seus sofrimentos
Que se abate sobre o mundo.
Mas foi na voz fraca
Entrecortada por longas pausas
Que surge um herói com causa
Que fez o mundo inteiro se comover.
- cedo o equipamento
que permitiria eu viver um resto de vida
Pra alguém que tenha a vida inteira pra viver.
(Homenagem ao padre Giuseppe Berardelli, faleceu aos 72 anos, cedeu um respirador artificial que tinha ganhado para alguém mais jovem)
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Quando tudo se fecha
Se abrem os corações
Dos nossos heróis
Tendo o amor por escudo
Mesmo sabendo
Que a flecha pode sangrar.
Zelam da saúde do mundo
Estando às vezes,
Por trás das máscaras a chorar.
Mas a esperança também é remédio
Fé que cura e com muito carinho
Os dias ruins também irão passar.
(Homenagem aos profissionais da saúde)
Quando tudo se fecha
Se abrem os corações
Dos nossos heróis
Tendo o amor por escudo
Mesmo sabendo
Que a flecha pode sangrar.
Zelam da saúde do mundo
Estando às vezes,
Por trás das máscaras a chorar.
Mas a esperança também é remédio
Fé que cura e com muito carinho
Os dias ruins também irão passar.
(Homenagem aos profissionais da saúde)
Fonte:
Daniel Maurício. Alma Lírica. Curitiba/PR: Ed. do Autor, 2021.
Enviado pelo poeta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário