segunda-feira, 19 de junho de 2023

Silmar Böhrer (Croniquinha) 86

Crepúsculos? Ah, os crepúsculos! Aqueles do outono. Tardinhas viram pinturas imensas, cenários de encantamentos, céus, pura inspiração. Mudam os ventos da estação, mudam os ares dos dias, mudam os responsos da vida.

Folhas esparsas, a atmosfera embalsamada de aromas. As flores. Dálias, cravinas, margaridas, gérberas, gerânios, lírios do brejo. Cores das calendas. A poesia rabiscada nas vidraças suadas das noites frias. Ali dentro o pinhão na chapa, o vinho na taça, dissabores transformados em opimos (abundantes) sabores.

Quem dera que os dias dos humanos fossem sempre feitos de delícias e encantos. Que os arautos bissextos trouxessem alvíssaras de tempos melhores, manhãs, tardes e noites fartas de iluminuras, estações perenes de bom viver.
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