segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Harley Clóvis Stocchero (Caderno de Trovas)


O mundo de hoje nos deixa
na terrível contingência
de ver aumentar a queixa
da escalada das violência…

Como é belo, nesta terra,
semeado o vale de flor;
amor numa flor se encerra,
pois flor é rima de amor…

Quem passando nesta vida
seu próximo nunca amou,
pode assim ser definida:
Que não viveu, vegetou!…

A Pátria não é somente
o céu, o rio e o chão;
é mais: É a alma da gente
que vibra no coração!

A mulher que a gente ama,
Para nós sempre é a mais bela,
Pois o coração conclama
Não ver os defeitos dela!…

Felicidade é o momento
que a alegria nos traduz;
e feliz no sentimento
que me une ao meu Jesus!

Esperando ardentemente
a felicidade encontrar,
entre sonhos de demente,
eu fico sempre a esperar…

Trovador que a dor reprova
e trovando a dor suplanta
é um beija-flor que comprova
ter sempre mel na garganta.

Para manter este sonho
de trovar com perfeição
nas mãos de Deus eu deponho
o poder da inspiração.

Sonho que sempre acalento
e mantenho todo o dia:
– ser bom, mesmo em pensamento,
semeando paz e alegria!

Manter moeda equilibrada:
– dólar valendo real…
é tentativa frustrada
da fantasia nacional!…

O homem que se compraz
com artimanhas de guerra,
jamais vai encontrar paz
para os seus aqui na terra!

Mundo cruel, mundo triste,
mundo ingrato, mundo cão,
onde o pobre subsiste
catando lixo no chão!…
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Fontes:
– Antologia dos Acadêmicos: edição comemorativa dos 60 anos da Academia de Letras José de Alencar. São Paulo: Scortecci, 2001.
– TABORDA, Vasco José e WOCZIKOSKY, Orlando (orgs.). Antologia de Trovadores do Paraná. Curitiba: Edição de O Formigueiro. Instituto Assistencial de Autores do Paraná, 1984.

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