com os meus olhos
absorvi o teu brilho
o teu sorriso
a doçura desse menear
bebi e saboreei
cada palavra
cada gesto
cada contorno sedutor
na volúpia do poema
que alimenta os sentidos
embriagado de ti
sorrio para mim
num sorriso que se alinha
com um rasto imaginário
um rasgo de inspiração
que dá mais sentido à vida.
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Arquiteto-me nas palavras
e de sensações me construo;
naquelas onde preencho os alicerces
e edifico a coragem para me questionar.
Nas raízes das sombras profundas
brotam resistentes e maturados caules
libertando alvas pétalas de esperança.
O poema resistirá às intempéries temporais.
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DÁ-ME UM ABRAÇO
Dá-me um abraço
Que seja espaço bem estreitado
Onde apenas caiba a sintonia de vontades
Dá-me um abraço
Que recomponha formas quebradas
Das vicissitudes que nos atropelam a alma
Dá-me um abraço
Que seja singelo na sua inocência
Não corrompido pela rudeza da indiferença
Dá-me um abraço
Que seja corrente de seiva unificada
Palpitando no aconchego do seio apaziguador
Dá-me um abraço
Que seja pele, amor e poema
Um abraço onde caibam todos os silêncios.
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Defensor da Humanidade
tu que furtaste o fogo celestial
provocando a ira divina
Desamarra-me da lógica enfadonha
destes dias em que me enleio
Deste relógio que nos acorrenta
ao rochedo da abnegada complacência
Que nos debica,
implacavelmente
até à mais ínfima porção
Nesta vontade resiliente
de resistir à opressão.
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MEMÓRIA ADORMECIDA
A revolta corrói por dentro, intensa
no corpo cansado de reprimir
mastigam-se côdeas de desespero no resistir
no dizer não ao sobreviver de sentença
a liberdade atraiçoada em desumana condição
moldes em série de vontades amordaçadas
verdades construídas sobre mentiras subornadas
o cravo encimando espingardas é disforme ilusão
a ignomínia promessa já não cabe nesta hora
aviva as frias cinzas repletas da nossa história
corpo adormecido ergue pensamento d’outrora
onde a coragem encheu páginas de glória.
Acorda breve que o dia já demora
ó Corpo de Gente, adormecido na memória.
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O amor conquista.
A saudade resiste.
Conquistar é ter asas na imaginação
Resistir é ter uma couraça no coração
O amor, qual casa de portas e janelas abertas
A saudade bate fundo em horas incertas
O amor persegue um ideal, de pureza
A saudade resguarda-se, indiferente, na tristeza
O amor é um farol a indicar o caminho
A saudade caminha por entre sombras de mansinho
A saudade não é mais do que a prova provada
De que o amor é marca indelével no tempo.
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Seduz-me
àquele ponto
em que as vestes tentadoras
tombam no chão sem pudor
Seduz-me
enquanto feixes de luz
moldam lascivamente os teus contornos
incendiando meu olhar de tentação
Seduz-me
com aquele poder
que tu dominas com mestria
de cada gesto ser um convite ousado
alimentares em mim o teu desejo alado
Seduz-me
tira tudo de mim
eleva-me ao teu altar
e saboreia cada trago
nesse cálice de ressurreição.
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TENTAÇÃO
Quero
que me surpreendas
me tires o chão
e me prendas
que me soltes as amarras
me dispas de preconceitos
nesse teu jeito
que me envolvas
num círculo viciante
sem afrouxar
que me bebas
até à última gota
da vertical tentação
que me sorrias
com os lábios febris
de orvalhada satisfação.
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QUADRIVERSOS DIVERSOS
Artesão de silêncios
é tão simplesmente
aquele que aprendeu a arte
de acertar os ponteiros do tempo.
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A saudade são alvos fiapos
dependurados na imensidão
do pensamento, nesse lugar
onde a lembrança se faz eterna.
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Em promessa de renovado acreditar
à luz da ressurreição da palavra
a natureza veste-se de singelo milagre
na fé que absolve o espinho dos dias.
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Existem capítulos felizes
de livros que já não lemos,
mas que guardamos religiosamente,
na biblioteca de nossa existência.
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Inebria-se o olhar
preso ao fogo ardente dos lábios
estilhaçando os contornos da lucidez
onde se reveste o meu corpo trémulo.
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Saibamos sabiamente costurar
com o fio resistente da humanização
um mundo em vontades dilacerado
pela imprudente cegueira da ambição.
Fonte:
– Página do poeta no facebook: Na Pele do Sentir. https://www.facebook.com/antero.jeronimo.autor
Um comentário:
Parabéns caríssimo 👏👏✌️🙏
A poesia não tem fronteiras é livre 👍👏🤗
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