segunda-feira, 22 de maio de 2023

George Abrão (Poemas Avulsos) 3

ARCO-ÍRIS

Assim como o belo arco-íris
que após a chuva enfeita o céu,
igual faz a lindíssima saíra
que com as suas penas coloridas
e também com sete cores,
enfeita as árvores do litoral
como se fosse uma joia preciosa
constantemente a dançar.
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BEM-ME-QUER?

Quanta ingenuidade havia
nos bons tempos de outrora
quando ainda se imaginava
que uma flor tinha poder.
E as pobres e belas margaridas
eram a todo dia, pelas moças, 
romanticamente despetaladas
num afã de quererem saber
se seus pretendidos as amavam.
E era: mal-me-quer, bem-me-quer,
estraçalhando a tão bonita flor.
E eram gritos de felicidade e alegria
se a última pétala era bem-me-quer,
ou de tristes muxoxos se dizia não.
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CIRANDA DOS MUNDOS

Pendentes no espaço sideral
lá vamos nós perdidos
em meio à ciranda dos mundos.
Mundos maiores, menores,
que em enorme velocidade
e em perfeito sincronismo
não se cansam do seu giro eterno.
Em meio a planetas como o nosso,
estrelas, satélites, outras astros,
e cometas que velozmente passam.
E onde nos levará esta viagem?
Onde aportaremos ao final dela?
Quem é o exímio coordenador de tudo?
Questionamentos infundados
quando a resposta para tudo
resume-se a uma só Palavra: Deus!
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DECEPÇÃO

O belo pássaro frutívoro,
que passava voando alto,
viu um belo almoço servido
e ao seu encontro desceu
pousando sobre as frutas.
Mas quando deu a bicada,
quanta decepção...
eram frutas artificiais,
tão belas e perfeitas
que o conseguiram enganar!
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OLHAR DE MULHER

Ah! O olhar feminino
rutilante como a estrela,
plácido como um lago,
profundo como o oceano,
complicado como um teorema,
melancólico como crepúsculo,
misterioso como a noite,
ou veemente como uma fera.
O olhar feminino tudo revela:
o seu vigor espiritual,
a sua tranquilidade de ser,
a complexidade de sentimentos,
a dificuldade em se fazer entender,
a sua tristeza indefinida,
os segredos da sua alma,
ou a sua fúria às vezes incontida.
Mas se penetrarmos no seu olhar,
em sua profundidade encontraremos
uma  mulher que quer amar e ser amada.
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SAUDADE I

Que imensa e dorida saudade
guarda tão pequeno gesto:
o beijo na bela rosa rosada.
Saudade do que já se foi;
saudade da feliz infância;
saudade do amor perdido;
saudade da grande felicidade;
saudade dos entes queridos;
saudade da vida que passou;
saudade do que nunca viveu.
Porque sempre há lembranças,
e lembranças trazem saudade!
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SAUDADE II

E se saudade não existisse?
Não a palavra “saudade”
que só existe no português,
mas do profundo sentimento,
que nos golpeia a alma
ou que nos traz felicidade.
Da saudade do que passou;
da saudade alegre, divertida;
da saudade triste, dolorida;
da que nos faz rir ou faz chorar;
da saudade de alguém ou de algo
que nos faz voltar no tempo;
das festas com muita alegria,
ou de encontros com amigos;
saudade dos bancos escolares
e dos colegas/amigos de classe;
saudade dos carinhos dos pais,
e essa é a saudade que dói mais;
saudade dos irmãos/amigos;
das coisas que deixamos passar;
de tudo o que eu deixamos de fazer.

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