quarta-feira, 22 de junho de 2011

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 247)


Uma Trova Nacional

No dizer de loura é burra,
esse assunto não me atinge,
pois nesse jogo de empurra,
quem não é loura... se tinge!!!
–Elisabeth Souza Cruz/RJ–

Uma Trova Potiguar

Um cinquentão desposou
uma fogosa gatinha,
mas, perdeu pro Ricardão,
a gata e tudo que tinha!
-Francisco Macedo/RN-

Uma Trova Premiada

2006 - Pitangui/MG
Tema: REZA - M/H.

Contra a reza persistente
da carola que ele aguenta,
deita doses de aguardente
em seu frasco... de água-benta!
–João Freire Filho/RJ–

Uma Trova de Ademar

A bebida é uma desgraça,
nem mesmo o céu me socorre;
pois quando eu bebo cachaça
meu santo fica de porre.
–Ademar Macedo/RN–

...E Suas Trovas Ficaram

Deixe o copo de bebida,
dizia a mãe de Maneco.
Em respeito à falecida,
ele bebe no caneco.
–Hildemar de Araújo/BA–

Simplesmente Poesia

MOTE:
Não posso vencer a morte,
mas irei de má vontade.

GLOSA:
Mesmo que eu pareça forte
como um touro premiado,
serei um dia enterrado,
não posso vencer a morte;
do Rio Grande do Norte
levarei muita saudade...
Promessas de eternidade
me fazem crer noutra luz.
Eu sei que é pra ver Jesus,
mas irei de má vontade.
–José Lucas de Barros/RN–

Estrofe do Dia

Eu sou a folha perversa da urtiga
despontando no vaso sanitário,
querosene na mão de incendiário
solitária mexendo na barriga;
sou machado afiado numa briga
sou o chifre levado por romeu,
sou Menguele com raiva de judeu
sou o tiro certeiro do arpão;
sou a aids injetada num machão
que morre garantindo que “não deu”!
Jessier Quirino/PB–

Soneto do Dia

–Alberto de Oliveira/RJ–
TALENTO E ORELHAS

E inda há quem creia que é talento aquilo!
Aquele dedo erguido e falar lento,
aquele olhar como de sonolento,
e o todo acacial, grave e tranqüilo...

Talento! mas, então, também no Nilo
força é dizer que havia esse talento,
quando o "gesto impudico" em meigo acento
frisou da Vênus, quero crer, do Milo!

Para esvurmá-la, como a vis bostelas,
nas mãos do meu amigo, o "Saca-muelas",
as mensagens do Acácio, um dia empurro;

e ele há de vos mostrar, claro e evidente,
que quem tais coisas faz é, certamente,
um néscio, um tolo, um parvo, um zote, um burro!

Fonte:
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