sábado, 25 de junho de 2011

Amosse Mucavele (O Bebedor dos Tormentos)


Aticei o fogo do cigarro no meu coração.

Ficou em chamas e senti a necessidade de apagar, cortei o desejo, continuei no meu puxa-puxa, alguém trouxe-me a água. não aceitei, lembrei-me que no meu reino apagasse as chamas do cigarro com uma garrafa de gin.

Entornei-a dentro de mim, e dentro de mim já tinha um barco a espera; viajei com os olhos fechados, a minha visão era o copo e o cigarro ambos discutindo a primazia nas minhas duas mãos. e de repente abri a vista; deparei-me com o NEWTON trocamos um dedo de conversa falamos de muita coisa desde as prostitutas ate a ciência. em seguida ele falou-me da sua 3ª lei: ação e reação.

Fiquei de ouvidos boquiabertos e dos olhos carregados de uma ternura milenar, daí aprendi como se fabrica uma dor na consciência, levantei, tentei andar, não consegui, comecei a sentir o peso do meu corpo, e de tudo que engendrei a desaguar nos meus pés amputados pela força do álcool. Afinal quem são os meus pés para suportarem toda esta carga?

Tentei falar: a minha voz era um viaduto transportando silêncios, procurei as palavras não as encontrei em lugar algum, creio que o vento da boêmia as levou.

Desço do barco, percorro na embriaguez do meu dilema: será este o destino do meu dinheiro? sei que o melhor remédio é distanciar-me deste amigo da ocasião que só me visita quando as vacas estão gordas e quando são atacadas pela peste da pobreza ou dos bolsos rotos anda longe de mim.

O que vale estar bêbado e não ter chão para dormir?

E se eu tivesse comprado livros com dinheiro gasto naquela fatídica noite teria educado o meu raciocínio e neste exato momento estaria a vender saberes para o mundo, eu de álcool prostitutas cigarros não falem mais, preciso de distância com estes três aliados.
Caros amigos ensine-me a ser poeta. por favor...

Fonte:
Texto enviado pelo autor

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