Agitam-se os sinos-dos-ventos
numa algazarra musical,
ou serão talvez lamentos
de um funéreo missal?
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Alguém pois imaginou
se fôssemos todos iguais,
a apregoar nossos ais
e alguma ilusão que vazou?
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Algo mais sensacional
do que meus sacros versos?
Só lá no longe abissal
mundo dos universos.
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Desconfias dos meus versos
e eu também desconfio . . .
Serão de outros universos
os versos do meu desvario?
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Estudioso da vida
busco saber
por que estou aqui.
Donde vim?
Pra onde vou?
A que vim?
A que vou?
Sou ou não sou?
Eu.
Enfim.
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Haverá, oh Prometeus,
algo de mais sacro intento
que os versos levados ao vento
rumando às mansões de Zeus?
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Não se preocupe
com as margens.
Cuide do rio
que corre em você.
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O Tempo
é cavalo xucro
mascando a rédea
desembestado.
Ninguém segura.
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Para onde se vão elas,
nuvens sempre passageiras,
têm sido talvez aquelas
dos meus versos mensageiras?
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Pessoas pensam
que são reis ou rainhas,
coitadinhas,
reis ou rainhas
somos nós,
sem picuinhas.
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Será mesmo uma terapia
esse murmúrio do mar,
ou será alguma alquimia
que me põe a levitar?
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Tenho andado distante
dos meus versos tão queridos,
andarão eles inibidos,
serei eu o retirante?
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tudo somos
e nada somos
mais do que
de nós mesmos
gnomos
Fonte:
Versos enviados pelo poeta.
dos meus versos tão queridos,
andarão eles inibidos,
serei eu o retirante?
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tudo somos
e nada somos
mais do que
de nós mesmos
gnomos
Fonte:
Versos enviados pelo poeta.
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