sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Francisco José Pessoa (Se eu fosse…)


Um Malba Tahan, calcularia em segundos as horas de alegria que a vida nos dá.

Um Einstein, criaria um antídoto para entibiar a bomba que certo dia flamejou o céu de Hiroshima.

Um Alexandre, o grande, teria conquistado o cotação do incrédulo, fazendo-o crer no Grande Arquiteto.

Um Ataúlfo Alves, no meu arrependimento, diria como ele disse: aquilo sim, é que era mulher.

Um Graham Bell, teria inventado um telefone que, pudesse eu, sentir o odor dos teus lábios, e que minhas frases ouvisse maviosas.

Um Braille, transportaria os dedos para uma zona do cérebro.

Um Barnard, só transplantaria coração de um homem bom para um homem de bem.

Um Bill Gates, tornaria virtual a violência que envolve os povos.

Um Karl Marx, repensaria nos seus propósitos, pois, minha mulher é só minha.

Um Pedro, teria registrado a Igreja para alguém não tomar posse.

Um Santos Dumont, não me contentaria em dar só uma voltinha em torno da Torre Eiffel.

Uma Iemanjá, ordenaria que suas sereias retirassem suas escamas para nosso bel-prazer.

Um Fernando, nunca queria ter Cardoso como sobrenome.

O sol, tiraria umas férias para o deleite dos enamorados.

A lua, tiraria umas férias para não aumentar a população chinesa.

Um Salomão, eu seria um sábio e teria trezentas mulheres... acorda, Pessoinha!

Fonte:
Francisco José Pessoa de Andrade Reis. Isso é coisa do Pessoa: em prosa e verso. Fortaleza/CE: Íris, 2013.
Livro enviado pelo autor.

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