Miguel Russowsky
Santa Maria/RS ,1923 – 2009, Joaçaba/SC
“O DIA ESTAVA LINDO DE MORRER!”
Morri. Mas não morri, foi ameaça.
Eu me fingi de morto, por esporte.
embora eu já não seja assim tão forte
é cedo para expor minha carcaça.
Pois bem, morri. Talvez alguém se importe
do cadáver e alguma coisa faça.
A vida sem surpresas não tem graça.
Que tal ser imortal após a morte?
Digamos que morri. Vejam a conta:
Caixão e velas, mais a missa pronta
e do enterro, convites aos montões.
Depois de consternar este cenário,
eu ressuscito e aponto o calendário:
– É primeiro de abril, seus bobalhões!
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Maria Lúcia Daloce
Bandeirantes/PR
“RODA VIVA”
Na roda viva que é a vida,
em menos de um século
todos seremos substituídos:
─ eu, tu, ele, nós vós e eles...
Uma nova gente
com outras caras,
disfarces, ideologias...
novas tecnologias,
assombros
e o passado nebuloso
retrógrado:
─ olhem como era isso,
vejam como era aquilo...
─ Surpresa!
Viagens intergalácticas?
Miscelânea de gente,
caos ou maravilha?
─ As duas coisas,
parecidas com as de agora,
ao revermos os tempos de outrora...
E como sempre serão
enquanto na terra
pulsar essa coisa estúpida
e apaixonante:
─ chamada VIDA!
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Jorge Fregadolli
Maringá/PR
“PANDEMIA DO MEDO”
Como é triste ser refém
do tal vírus invisível!
É a dor que o mundo tem
de pandemia terrível.
Ela chegou de mansinho,
e não disse porque veio.
E mata devagarinho,
trouxe medo de permeio.
O mundo pede clemência,
à pandemia infernal;
a vida está em falência,
povo exilado social...
Comércio fechou as portas,
os hotéis, shoppings também.
Prejuízo alguém comporta...
novos tempos nos convém?
Um dilúvio veio à terra,
para ensinar vida nova.
Mas sem Deus a vida emperra,
com Deus tudo se renova.
Aviso à humanidade,
e o respeito a vigorar.
O amor nos una a irmandade,
que é preciso a Deus rezar!
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Solange Colombara
São Paulo/SP
“MEMÓRIAS DA SAUDADE”
Nas pálpebras pesadas
o vento pousou...
Em folhagens abafadas
sentiu o peso, sussurrou
herege, o pranto secou.
Lápides esquecidas
no amarelado passado
sentem o abafo, ressequidas.
Ouço um apelo cansado...
Um elo pagão, embaçado.
É só um velho balanço
levado pela brisa fria.
Em um breve relanço
aquela que outrora sofria
veste no espelho sua alforria.
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Jaqueline Machado
Cachoeira do Sul/RS
“GOSTO”
Gosto de gente profunda,
mas que nem por isso deixa de ser simples.
Gosto de gente apaixonada,
que se emociona fácil
e sabe nos tocar a alma.
Gosto de gente original.
Esse negócio de viver de um jeito “padrãozinho”,
é viver de mentira.
Gosto de gente inteligente,
envolvente,
Engraçada
sem deixar de ser séria.
Gosto de gente natural
cujo astral
é feito de loucura e poesia...
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Vivaldo Terres
Itajaí/SC
“MEDO DE MORRER”
O ser humano agora
Está colhendo o que plantou
Semeou somente o ódio
E esqueceu o amor
Seu orgulho
E prepotência
Se fez ele absoluto
Se esqueceu de ser humilde
Por achar-se muito culto
E agora com esta pandemia
Não sabe mais o que fazer
Tira a máscara
E bota a máscara
Pois tem medo de morrer
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Clarisse da Costa
Biguaçu/SC
“A LUZ DA LUA”
Eu ainda olho para a lua
Com a mesma admiração
Querendo aquele brilho.
A sua luz tem o poder
De quebrar a escuridão
Que muitas vezes me deixou cega
Sem eu olhar para mim.
Eu via o equinócio da primavera
Com muitas incertezas,
O meu caminhar era inseguro.
Talvez eu não tivesse a certeza
De quem eu era,
Para onde eu devia caminhar.
Essa fase de incertezas
E caminhos imprecisos
Fazem parte da vida de cada um.
Não nascemos fortes,
Vamos crescendo e nos encontrando
Na estrada da vida.
Aí descobrimos que às vezes
Somos frágeis como papel,
Mas com o tempo
Deixamos que a vida nos ensine
A lidar com as nossas fragilidades.
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Clarisse Cristal
Balneário Camboriú/SC
“ARTE-VIVA NO PALCO DA VIDA”
Santa Maria/RS ,1923 – 2009, Joaçaba/SC
“O DIA ESTAVA LINDO DE MORRER!”
Morri. Mas não morri, foi ameaça.
Eu me fingi de morto, por esporte.
embora eu já não seja assim tão forte
é cedo para expor minha carcaça.
Pois bem, morri. Talvez alguém se importe
do cadáver e alguma coisa faça.
A vida sem surpresas não tem graça.
Que tal ser imortal após a morte?
Digamos que morri. Vejam a conta:
Caixão e velas, mais a missa pronta
e do enterro, convites aos montões.
Depois de consternar este cenário,
eu ressuscito e aponto o calendário:
– É primeiro de abril, seus bobalhões!
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Maria Lúcia Daloce
Bandeirantes/PR
“RODA VIVA”
Na roda viva que é a vida,
em menos de um século
todos seremos substituídos:
─ eu, tu, ele, nós vós e eles...
Uma nova gente
com outras caras,
disfarces, ideologias...
novas tecnologias,
assombros
e o passado nebuloso
retrógrado:
─ olhem como era isso,
vejam como era aquilo...
─ Surpresa!
Viagens intergalácticas?
Miscelânea de gente,
caos ou maravilha?
─ As duas coisas,
parecidas com as de agora,
ao revermos os tempos de outrora...
E como sempre serão
enquanto na terra
pulsar essa coisa estúpida
e apaixonante:
─ chamada VIDA!
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Jorge Fregadolli
Maringá/PR
“PANDEMIA DO MEDO”
Como é triste ser refém
do tal vírus invisível!
É a dor que o mundo tem
de pandemia terrível.
Ela chegou de mansinho,
e não disse porque veio.
E mata devagarinho,
trouxe medo de permeio.
O mundo pede clemência,
à pandemia infernal;
a vida está em falência,
povo exilado social...
Comércio fechou as portas,
os hotéis, shoppings também.
Prejuízo alguém comporta...
novos tempos nos convém?
Um dilúvio veio à terra,
para ensinar vida nova.
Mas sem Deus a vida emperra,
com Deus tudo se renova.
Aviso à humanidade,
e o respeito a vigorar.
O amor nos una a irmandade,
que é preciso a Deus rezar!
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Solange Colombara
São Paulo/SP
“MEMÓRIAS DA SAUDADE”
Nas pálpebras pesadas
o vento pousou...
Em folhagens abafadas
sentiu o peso, sussurrou
herege, o pranto secou.
Lápides esquecidas
no amarelado passado
sentem o abafo, ressequidas.
Ouço um apelo cansado...
Um elo pagão, embaçado.
É só um velho balanço
levado pela brisa fria.
Em um breve relanço
aquela que outrora sofria
veste no espelho sua alforria.
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Jaqueline Machado
Cachoeira do Sul/RS
“GOSTO”
Gosto de gente profunda,
mas que nem por isso deixa de ser simples.
Gosto de gente apaixonada,
que se emociona fácil
e sabe nos tocar a alma.
Gosto de gente original.
Esse negócio de viver de um jeito “padrãozinho”,
é viver de mentira.
Gosto de gente inteligente,
envolvente,
Engraçada
sem deixar de ser séria.
Gosto de gente natural
cujo astral
é feito de loucura e poesia...
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Vivaldo Terres
Itajaí/SC
“MEDO DE MORRER”
O ser humano agora
Está colhendo o que plantou
Semeou somente o ódio
E esqueceu o amor
Seu orgulho
E prepotência
Se fez ele absoluto
Se esqueceu de ser humilde
Por achar-se muito culto
E agora com esta pandemia
Não sabe mais o que fazer
Tira a máscara
E bota a máscara
Pois tem medo de morrer
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Clarisse da Costa
Biguaçu/SC
“A LUZ DA LUA”
Eu ainda olho para a lua
Com a mesma admiração
Querendo aquele brilho.
A sua luz tem o poder
De quebrar a escuridão
Que muitas vezes me deixou cega
Sem eu olhar para mim.
Eu via o equinócio da primavera
Com muitas incertezas,
O meu caminhar era inseguro.
Talvez eu não tivesse a certeza
De quem eu era,
Para onde eu devia caminhar.
Essa fase de incertezas
E caminhos imprecisos
Fazem parte da vida de cada um.
Não nascemos fortes,
Vamos crescendo e nos encontrando
Na estrada da vida.
Aí descobrimos que às vezes
Somos frágeis como papel,
Mas com o tempo
Deixamos que a vida nos ensine
A lidar com as nossas fragilidades.
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Clarisse Cristal
Balneário Camboriú/SC
“ARTE-VIVA NO PALCO DA VIDA”
(Para a atriz Sabrina Vianna)
‘’Intenso!!! Qualquer dia desses
Eu vou fazer outra página mais suave’’
Fabiane Braga Lima
Eu não existo por inteiro
Pois ao final da tarde
Quando agonizar o arrebol
Vou por os meus fadigados
Pés descalços
Nas areias mornas da praia
Não como uma veranista acidental
E sim como uma náufraga desterrada
Perdida e desesperada
A quem fez injúrias aos reis e rainhas
No velho mundo
Eu não quero existir por inteiro
Ao final na tarde
Vou ficar diante do Atlântico
E imaginar que estou no teatro mágico
Com os olhos semicerrados
Pelas luzes da ribalta
Ouvindo o colossal zunido dos aplausos
Que vem da plateia
Talvez Henrik Ibsen,
Talvez o pato selvagem
Quem sabe
Já desisti de existir por inteiro
Ao final da tarde
Vou fazer o que nunca fiz
Pelo menos na vida adulta
Vou caminhar lentamente
Pela orla do oceano outonal
Como uma anti-artista qualquer
Que se mistura a plebe
Ao final da tarde
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Samuel C. Da Costa
Itajaí/SC
“ENTRE AS BRANCAS NUVENS”
Entre as brancas nuvens
Eu dou os meus passos seguros
Rumo a ti
Minha negra ninfa dos bosques
O meu lânguido caminhar
No entre as diáfanas nuvens branca
Nestes dias em desassossegos
Onde devemos ousar ser tudo
E devemos ser
Nós mesmos
O que tu estás pensando agora?
Sidérea negra fada...
Nunca viste o estéreo amor antes?
Pois eu mesmo nunca vi!
E nunca senti...
O meu caminhar trôpego
Pelo hiper-texto
Pela realidade fluída
O meu livre flanar
Entre gente estranha
E apoplética
Diga-me sacrossanta afra musa!
Diga-me de uma vez...
Negra ninfa...
Tu lembras de mim?
Quando tu fechas os teus olhos?
Tu lembras de mim?
Todas às vezes...
Quando o derradeiro sono te alcança!
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Adélia Maria Woellner
Curitiba/PR
“FUSÃO”
Cores flutuam sem destino...
Formas criadas pela inspiração,
oferecem refúgio.
União de formas e cores,
origem de imagens
que surpreendem
e encantam...
Nasce novo espaço,
repleto de magia.
Sentimentos e emoções
atraem a alma da poesia.
Intersecção do visual com o emotivo.
O quadro se completa...
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
Ademar Macedo
Santana do Matos/RN, 1951 – 2013, Natal/RN
“PAISAGENS DO MEU SERTÃO”
Uma velha rezadeira
um “véi” fazendo cigarro,
um pote velho de barro
e aquela boa parteira;
um chá com erva cidreira
pra qualquer inflamação,
o relâmpago e o trovão
e a tarde toda chovendo;
isso é mesmo que está vendo
paisagens do meu sertão.
Fontes:
Poemas enviados pelos poetas.
Poemas enviados pelos poetas.
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