As velhas muralhas foram palco de lutas entre mouros e cruzados. Mais tarde, do interior da cidadela, avistaram-se as naus que partiram à descoberta de novos povos e mundos. Agora, o desafio é recuperar este patrimônio histórico e dar melhor condições de vida aos habitantes do bairro.
A história de Lisboa começa no alto da colina do Castelo. O local onde se encontra hoje o bairro foi um dos primeiros a ser urbanizado. Situado num ponto militar estratégico, foi, desde sempre, cobiçado por inúmeros povos. Em 1147, depois da reconquista cristã, D. Afonso Henriques transformou Santa Cruz do Castelo na primeira freguesia da Lisboa portuguesa. Ao construir, nas torres sul, a casa forte do tesouro e o arquivo da coroa, D. Dinis centralizou o poder neste espaço. Mais tarde, D. Afonso III instalou aí a sede da corte, transformando Lisboa na capital do Reino.
No século XIV, após o fim da guerra com Castela, D. João l resolveu incentivar o culto a São Jorge. O mártir guerreiro consagrou-se então defensor do castelo. Com o início da expansão marítima, viveram-se ali anos de grande fulgor. O Castelo foi, nessa altura, palco de inúmeras manifestações culturais e religiosas.
Destaque para 1502, ano que em o Castelo assistiu ao nascimento do teatro português. Por essa altura, foi também construída a Ermida do Espírito Santo, local de culto dos navegadores do Oriente. Com a transferência da corte para o Palácio da Ribeira, o castelo de São Jorge entrou num longo período de declínio. O terremoto de 1755 agravou ainda mais a situação, ao provocar diversos estragos no berço da cidade. Depois de algumas reconstruções, o intendente Pina Manique levou para lá a primeira sede da Real Casa Pia de Lisboa. Nessa altura, o Castelo também funcionava como prisão.
Em 1940, as atenções voltaram a estar viradas para o local. Nesta altura, pelas comemorações do centenário da formação de Portugal, teve lugar uma profunda reconstrução. O objetivo era devolver ao Castelo de São Jorge o seu aspecto inicial.
Atualmente, o município de Lisboa está a tentar renovar o bairro através do Projeto Integrado de Valorização do Castelo de São Jorge. A organização das Marchas Populares tem estado a cargo do Grupo Desportivo do Castelo que, desta forma, procura defender os usos e costumes de uma freguesia com uma forte tradição bairrista. A cultura e o desporto sempre estiveram na lista de prioridades da coletividade. As vitórias alcançadas com o futebol levaram, mais tarde, ao aparecimento do tênis de mesa e do basquetebol. Presentemente só pratica o futebol de cinco.
MARCHA DO CASTELO
(Vem p’rá roda que é Santo António)
(Vem p’rá roda que é Santo António)
Letra de Helder Carlos
Música de Armindo Campos
Música de Armindo Campos
O meu castelo, iluminado
Dá gosto vê-lo
É relíquia do passado
Mas de verdade, doa a quem doa
Tem mocidade
E foi berço de Lisboa.
Santo guerreiro,
foste um valente
És padroeiro
Do Castelo e sua gente
Bom alfacinha,
vem conhecê-lo
Sobe a escadinha
E entra no teu Castelo.
(Refrão)
Vem pra roda, rapariga
Dá-me o braço
E vem saltar à fogueira
Tem cuidado rapazinho
Hoje há festa
Vou dançar a noite inteira.
Mangericos, à janela
Vem pra rua
Que é dia de pandemónio
Sardinheiras encarnadas
Vem pra marcha
Que é noite de Santo António.
Recolhimento minha rua
Sem um lamento
Se recolhe à noite a lua
Espírito Santo,
saudades minhas
Te beijei tanto
Lá no Largo das Cozinhas.
Rua das Flores,
rosas aos molhos
São como as cores
E a beleza dos teus olhos
Beco do forno abrasador
E em Santa Cruz
Casarei com meu amor.
(Refrão)
Fonte:
Este trabalho teve apoio de EBAHL – Equipamento dos Bairros Históricos de Lisboa F.P.
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_c/Carlos_Leite_Ribeiro-anexos/TP/marchas_populares/marchas_populares.htm
Este trabalho teve apoio de EBAHL – Equipamento dos Bairros Históricos de Lisboa F.P.
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_c/Carlos_Leite_Ribeiro-anexos/TP/marchas_populares/marchas_populares.htm
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