domingo, 25 de dezembro de 2022

Estro Poético n. 1


 Alfredo dos Santos Mendes
Lagos/Portugal

Glosa:
A Rosa


MOTE:
A rosa que tu me deste,
Peguei-lhe, mudou de cor,
Tornou-se, de azul celeste,
Como o céu do nosso amor!
JOÃO DE DEUS


GLOSA:
 Muitos anos já passaram.
E muitas rosas murcharam,
Menos a que me trouxeste.
Ao vê-la tão delicada,
Penso estar enfeitiçada…
A rosa que tu me deste.
 
Tenho por ela ternura.
Pois sei que a sua frescura,
Simboliza nosso amor.
Hoje a prova me foi dada,
Por estar contigo zangada,
Peguei-lhe, mudou de cor.
 
As suas folhas mirraram.
Foram caindo e ficaram,
Perdidas no chão agreste.
Desesperada chorei.
E assim que a rosa beijei,
Tornou-se, de azul celeste.
 
Foram horas de magia.
E a partir daquele dia,
Foi-se o ciúme e a dor.
E logo nesse momento,
Ficou um céu luarento,
Como o céu do nosso amor.
* * * * * * * * * * * * * * * * * *  

AFONSO ALVES FRANCISCO
Paraná


Utopia

Pequeno eu sou
grande eu queria ser
ir além do além
além do infinito
ser maior do que os sonhos
de tudo eu saber
um ser tão grande
que não pudesse ser finito.
* * * * * * * * * * * * * * * * * *

ANA MARIA NASCIMENTO
Ceará


Glosa:
Ser Imortal

MOTE:
Quando a morte nos ocorre
Deus vem aqui nos buscar
pois o trovador não morre...
muda apenas de lugar.
Ademar Macedo
Santana do Matos/RN, 1951 – 2013, Natal/RN

GLOSA:
Quando a morte nos ocorre
deixando consternação
nosso Bom Pai nos socorre
no momento da aflição.

Quem faz verso sempre diz
Deus vem aqui nos buscar,
por isso aceito feliz
seguir para o novo lar.

E chegando ao céu discorre
com total encantamento
pois o trovador não morre...
com esse acontecimento.

Fazendo verso, afinal,
consegue logo julgar
que aquele que é imortal
muda apenas de lugar.
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A. A. DE ASSIS
Maringá/PR


Teu beijo pela internet,
vem sempre com tal calor,
que qualquer dia derrete
meu pobre computador
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ANA PAULA COSTA BRASIL
Santana de Parnaíba/SP


Você!

Corri... como corri
Para pular em seu colo
Fundir nossos corpos
Morder seus lábios
Acariciar seu corpo... sentir sua pele
Provar de seu gosto... descobrir minha alma
Mesclar nossos braços... misturas os cabelos
Entrelaçar nossas pernas
Mas... Corri... como corri
Quando vi que você não era você
Que eu nem mesmo conhecia você
Eu fantasiava... construía um você
Como corri por não saber quem é esse outro você
Que não é o meu você
Você... meu você
Fez-me viver... fez-me voltar a sonhar
Fez-me querer... fez-me fazer
Você... o outro você
Fez-me chorar... fez-me sofrer
Fez-me esquecer
O quanto amei
Oh! Meu você
O você que construí para amar
O meu você
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
APARECIDO DONIZETTI HERNANDEZ
Itapevi/SP

Amor Oculto
 
Quanto te esperei... quanto te esperei!...
Não viestes..., onde estavas?
Não respondas, eu sei...
Estavas junto aos anjos.

Te esperei... e quanto te esperei!...
Não perguntarei onde estavas,
Pois sei, estavas junto aos anjos
Esperando a hora de vires,
Mas será que é essa a hora?!
Quanto te esperei!... esperei...

Somente agora os anjos a deixas vir,
Deixarás os céus com anjos tristonhos
E me fará feliz!
* * * * * * * * * * * * * * * * * *

RAFAEL DOS SANTOS BARROS
Pernambuco


As Mãos de Vitalino

Vitalino com mãos sujas e santas
modelava em barro os nordestinos
e transportava a dor e os desatinos
para os bonecos tantas vezes, tantas.

Bonecos mudos, quantas vezes quantas,
Minha alma cega por meus olhos viu?
A tua dor meu coração sentiu
no canto triste que ainda hoje cantas.

Soprou a vida num boneco mudo
que sem falar, assim, dizia tudo
dos nordestinos, dos desatinos seus,

advertência dos que nascem pobres
pelas mãos rudes que ficaram nobres,
abençoadas pelas mãos de Deus.
================
Vitalino Pereira da Silva nasceu no dia 10 de julho de 1909, no Sítio Campos, em Caruaru, Pernambuco. Seu pai, humilde lavrador, preparava o forno para queimar peças de cerâmica que sua mãe fazia, para melhorar o orçamento familiar. E sua mãe, artesã, preparava o barro que ia buscar nas margens do Rio Ipojuca. Depois, sem usar o torno, ia fazendo peças de cerâmica utilitária, que vendia na feira. Levava a cerâmica nos caçuás (cestos grandes) colocados nas cangalhas do jegue (burrico). Com apenas seis anos (1915), Vitalino iniciou-se na arte do artesanato de barro. O material que ele usava para as suas peças era o massapê, que retirava da vazante do Rio Ipojuca e transportava em balaios para casa. O barro era molhado e deixado em um depósito por dois dias para ser curtido, sendo então amassado e modelado. As peças eram cozidas em forno circular, construído ao ar livre, atrás da casa.

Sua capacidade criadora se desenvolveu de tal maneira que acabou se tornando o maior ceramista popular do Brasil.  No início, a aplicação da cor nos bonecos era feita com barro de diferentes tons — tauá, vermelho, branco. Depois, Vitalino passou a usar produtos industriais na pintura dos seus bonecos. As peças da primeira fase não possuíam marca de autoria. Posteriormente, o artista passou a assinalar com lápis e tinta preta as iniciais V.P.S., no reverso da base dos grandes grupos, e, a partir de 1947, começou a utilizar o carimbo, também de barro, com as mesmas iniciais V.P.S., adotando, em 1949, o seu nome de batismo. Casado com Joana Maria da Conceição, teve 18 filhos e, destes, somente cinco viveram até a idade adulta. Dono de um grande talento musical, aprendeu a tocar pífano (espécie de flauta sem claves e com sete furos) e, com apenas 15 anos, montou sua própria banda, a Zabumba Vitalino.

Mestre Vitalino morreu de varíola aos 20 de janeiro de 1963 A partir dessa época, os bonecos de barro de Vitalino ganharam fama como obras de arte e passaram a percorrer o Brasil e o mundo. Sua produção é estimada em cerca de 130 peças, que são cuidadosamente reproduzidas pela família. (Fonte: http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=908)

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DIANA CAMARGO
São Sepé/RS


É Tempo de Primavera

É tempo de primavera...
De flores e cores por todos os cantos
Pássaros em bandos que revoam seus cios
E cantam frenéticos no encanto da amada.
É tempo de primavera...
Que leva pra longe os dias sombrios
E traz numa brisa o cheiro suave
Das belas floradas dos grandes ipês.
É tempo de primavera
Da vida que brota por todos os lados
Beija-flores alegres multicoloridos
De flores em flores em busca do néctar.
É tempo de primavera...
E a vida é mais leve nas ruas e parques
Sorrisos estampam os rostos alegres
Parece que o sol fica mais radiante.
É tempo de primavera!
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MARILENE BORBA
Osório/RS


Inspiração de Um Poeta
     
Quisera ser a água
de uma fonte cristalina.
Quisera ser uma flor, o sol, as estrelas
que o poeta ilumina
a fazer um verso, dois, vários...
e vibrar com uma poesia, com um poema
que fale de amor, de alegria, de paz,
de acalanto
e até de desencanto,
pois o poeta também sente dor.
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Quadra Humorística

Quem fala de mim, quem fala?
Quem fala de mim, quem é?
É algum chinelo velho
que não me serve no pé.
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JUSSÁRA C. GODINHO
Caxias do Sul/RS

Nascimento e Morte de um Rio
 
Nasci sereno
manso e cristalino
por entre os verdes
doce vale menino

Cresci robusto
forte e valente
e fui andando
emocionando gente

Atravessei cidades
quase poderoso
mas tanta maldade
Deixou-me horroroso

Os lixões, lixos, lixinhos
Deixaram-me malcheiroso
afogaram meus peixinhos
Não sou mais um rio garboso
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LÍGIA ANTUNES LEIVAS
Pelotas/RS


De dor ou de amor...

Somos presença fugidia
Somos ao mesmo tempo
solidão e multidão
desapego e rebeldia;
- E o próximo minuto?
...total imprevisão:
- De amor ou de dor?
Apenas de perplexidade
ante a perenidade
...momentânea...
desse apenas
   segundo
cheio de eternidade
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ANTÔNIO ROBERTO FERNANDES
São Fidélis/RJ, 1945 – 2008, Campos dos Goytacazes/RJ


Emoção

Quando não há mais nada a ser falado,
quando os olhares não se cruzam mais,
é hora de se ver que há algo errado
nos relacionamentos conjugais.

Já não importa aí quem é culpado,
nada resolvem cenas passionais
nem simpatias contra o mau-olhado
ou conselheiros matrimoniais.

É o fim. Pronto. Acabou. Não tem mais jeito.
Se, de emoção, um dia ardeu o peito
que dela reste uma lembrança boa.

Não se deve é fechar-se numa esfera,
sem ver que pode estar à nossa espera
outra emoção no olhar de outra pessoa.
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LUCAS COZZA BRUNO
São Paulo/SP


Retrato do Passado

Memórias que nunca
vão ser esquecidas,
memórias que
marcam histórias;
histórias que
são tesouros e insucessos,
registros que
não se apagam
como os que trazem sorte:
os trevos de quatro folhas.
Nunca me esquecerei
das histórias felizes,
onde tive grandes conquistas,
vidas impressas
e reveladas
numa folha de papel
que nunca serão
deixadas de mão...
...ou melhor, da memória.
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REGINA BERTOCCELLI
São Paulo/SP


Rondel:
Através da vidraça

 
Através da vidraça vejo o céu nublado
e os respingos da chuva na calçada.
Sozinha, penso no meu amado
com a alma angustiada.

Em breve virá a madrugada
e muito já terei chorado.
Através da vidraça vejo o céu nublado
e os respingos da chuva na calçada.

Sopra um vento forte e gelado
que estremece a janela molhada.
Com o coração triste e encarcerado
repouso minh'alma extenuada.
Através da vidraça vejo o céu nublado...
=============
Rondel é uma variação do francês “Rondeau” (plural = rondeaux). É um poema de estrutura rígida, composto sempre por duas quadras e uma quintilha, de modo que os dois primeiros versos da primeira quadra repitam-se no final da segunda, e o primeiro verso da primeira quadra feche a quintilha e, conseqüentemente, o poema. As rimas podem seguir, também, uma estrutura fixa, do tipo ABAB BAAB ABABA, mas a métrica é livre (o dicionário Houaiss diz: “(...) sem esquema fixo de rima ou de metro”.

Quanto às suas origens, remontam ao período medieval. O rondel possui uma clara semelhança com a “bailada” galego-portuguesa e com a balada provençal, ambas medievais. Especula-se, ainda, sobre sua possível origem latino-medieval, dada a existência de rondéis latinos, e também se tem pensado que se trata de forma popular adaptada às modas da corte.

É um termo também usado na música clássica (rondó) e designa um movimento no qual um tema é repetido periodicamente, com ou sem modificações, no padrão A B A C A D, etc., onde A é o tema recorrente e B, C, D, etc. são temas ou desenvolvimentos diversos.

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NELCI MELLO
Maringá/PR


Construção

Construí minha morte.
O ingênuo faz o dia, a vida, o futuro.
Que futuro?
Nascituros condenados. Todos.
Só a morte é perene e bela, quando construída.
Despedi-me a cada aurora, a cada tarde, na poesia à mesa.
Mesmo no silêncio, despedi-me a cada instante.
Contei da minha morte pelos olhos deitados sobre ti
E te amei até morrer.
- Bela morte – a Construída.

(Poesia agraciada com Menção Honrosa no concurso Servir com Arte - 2008, da Secretaria de Estado da Administração e da Previdência do Estado do Paraná)
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MESSODY RAMIRO BENOLIEL
Rio de Janeiro/RJ


Inveja
maltrata
enruguece
somente
invejosos
contumazes
= = = = = = = = =
Aldravia trata-se de um poema sintético, capaz de inverter ideias correntes de que a poesia está num beco sem saída. Essa forma nova demonstra uma via de saída para a poesia – aldravia. O Poema é constituído numa linométrica de até 06 (seis) palavras-verso. Esse limite de 06 palavras se dá de forma aleatória, porém preocupada com a produção de um poema que condense significação com um mínimo de palavras, conforme o espírito poundiano de poesia, sem que isso signifique extremo esforço para sua elaboração.
* * * * * * * * * * * * * * * * * *

NEMÉSIO PRATA CRISÓSTOMO
Fortaleza/CE


Quem me dera acontecer
por um só dia ser rei,
em versos imprimiria
um real decreto-lei:
que caia "Chuvas de Versos",
pra saciar os mais dispersos
corações da nossa grei!
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GUILHERME DE ALMEIDA
Campinas/SP,  1890 – 1969,  São Paulo/SP


Haicai:
Mocidade


Do beiral da casa
(telhas novas, vermelhas!)
vai-se embora uma asa.
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RACHEL RABELO
Pernambuco


Ser tão sertão

No trajeto vislumbro tais belezas
das paisagens de luz deste sertão,
que são típicas desta região
completando meu ser de sutilezas.

O teu povo traduz as realezas
conquistadas nas artes da paixão,
na poesia que vem do coração
retratando histórias e certezas.

Lá teu sol nasce já metrificado
vem na chuva um canto ritmado
entoando os ensaios da natura;

tua noite tem brilho diferente
que envolve num manto transparente
as sementes da arte e da cultura!
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BELMIRO BRAGA
Vargem Grande/MG, 1870 – 1937, Juiz de Fora/MG


Epigrama

– Um certo orador maçante,
das margens do Paraibuna,
ao falar, de instante a instante,
vai esmurrando a tribuna.
E quem o conhece, sente,
por mais ingênuo e simplório,
que os murros são simplesmente
para acordar o auditório.
= = = = = = = = =
Epigrama (do Grego, literalmente, "sobre-escrever"), é uma composição poética breve que expressa um único pensamento principal, festivo ou satírico, de forma engenhosa.
O Epigrama foi criado na Grécia Clássica e, como o significado do termo indica, era uma inscrição que se punha sobre um objeto - uma estátua ou uma tumba, por exemplo.
Os epigramas sobre as tumbas formaram uma classe à parte e se denominaram Epitáfios ou Epicédios, designando um poema engenhoso que tinha a característica de ser breve, para poder passar por rótulo ou inscrição.
A maioria dos epigramas gregos pode ser encontrada na Antologia Palatina. Além dos gregos, destacaram-se na composição de epigramas os romanos Catulo e Marco Valerio Marcial.  (Fonte: Wikipedia)

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EFIGÊNIA COUTINHO
Balneário Camboriú/SC


Meu Gato

Meu gato é uma tentação,
Fez em meu coração seu ninho
Deixando-me sentir toda magia
Do seu amor em plena energia,
Aplacando minha sofreguidão,
Ele vem sempre de mansinho,
Com seu olhar me encantando,
Com seus pelos macios me acarinhando,
Arrancando de mim muito tesão.
Que gato mais manhoso!
Se em seu trabalho se estressa,
Comigo muda de opinião,
Pois eu vou mais que depressa,
Faço-lhe um carinho bem gostoso,
Sossegando o seu coração.
Assim tudo vira uma folia,
Quando o meu gatinho chega,
Em meu colo ele se aconchega
E de afagos me extasia!
Ó meu Gatinho!...
Como eu adoro seu carinho!
* * * * * * * * * * * * * * * * * *

ALEXANDRE O’NEILL
(Alexandre Manuel Vahía de Castro O'Neill de Bulhões)
Lisboa/Portugal, 1924 - 1986


Cão
 
Cão passageiro, cão estrito,
Cão rasteiro cor de luva amarela,
Apara-lápis, fraldiqueiro,
Cão liquefeito, cão estafado,
Cão de gravata pendente,
Cão de orelhas engomadas,
De remexido rabo ausente,
Cão ululante, cão coruscante,
Cão magro, cão tétrico, maldito,
A desfazer-se num ganido,
A refazer-se num latido,
Cão disparado: cão aqui,
Cão além, e sempre cão.
Cão amarrado, preso a um fio de cheiro,
Cão a esburgar o osso
Essencial do dia a dia,
Cão estouvado de alegria,
Cão formal de poesia,
Cão-sonêto de ão-ão bem martelado,
Cão moldo de pancada
E condoído do dono,
Cão: esfera do sono,
Cão de pura invenção, cão pré-fabricado,
Cão-espelho, cão-cinzeiro, cão-botija,
Cão de olhos que afligem,
Cão-problema…
Sai depressa, ó cão, deste poema!
* * * * * * * * * * * * * * * * * *

MARCOS ASSUMPÇÃO
Niterói/RJ


A Mágica Que Existe Em Você
 
 Não é preciso mágica pra pensar
Pra descobrir que nenhuma força
É maior do que pensar só em coisas boas,
E que nada é melhor que abrir a janela
Todos os dias e dizer pro mundo
Que acreditar em sonhos sempre.
 
Vale a pena.
Não é preciso mágica pra ter coragem
Pra descobrir que ela tá guardada
Dentro de cada um de nós
E que espantar seus medos e incertezas,
Bater no peito e dizer
Que o mundo lá fora te espera,
Também vale a pena.
 
Não é preciso mágica pra ter um coração
Pra descobrir que o que bate dentro do peito
É a esperança e o amor
E que só eles podem mudar
O mundo e nos fazer sonhar
Porque o sonho é a mágica
Que existe em nós.
 
Não é preciso mágica , basta abrir os olhos
E enxergar dentro de você.
* * * * * * * * * * * * * * * * * *

JOÃO BATISTA DOS SANTOS
Ubiratã/PR


Se o final for hoje e,
suas palavras não voltarem,
leve as recordações sublimes,
que o passado maquinou aos dias…

Leve os beijos suaves,
que na loucura de amar,
ficaram para as noites,
queimando como brasas,
se acendendo a todo instante…

Se o final for hoje,
não se esqueça de meu corpo
que te esperava nas tardes,
que os domingos encantaram…

Se o final for hoje,
olhe para o céu azul.
Talvez lá eu passe,
acenando-te com minha mão!

Deixarei cair lágrimas,
que o nosso amor reservou,
finalizando na canção da tarde…
* * * * * * * * * * * * * * * * * *

CONSTÂNCIO ALVES
Salvador/BA, 1862 – 1933, Rio de Janeiro/RJ


Epitáfio

Quando ele exalou sua alma,
quem estava perto, se quis
levar aos olhos o lenço,
levou o lenço ao nariz.
* * * * * * * * * * * * * * * * * *

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