À espreita de um novo encanto,
o orvalho que a noite chora...
É lágrima de acalanto
que beija a face da aurora!
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A humanidade se empenha,
e num esforço profundo...
Eis que a rota panamenha,
encurta as rotas do mundo!
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A poesia se engalana,
mas só se torna completa,
quando se faz soberana
na voz do próprio poeta!
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A travessia mais rude
que entre nós dois, eu desfiz...
Foi não ter tido a virtude
de fazê-la e ser feliz!
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Cadeira velha, esquecida,
sem dono e sem mais ninguém...
Só a saudade atrevida
reclama a ausência de alguém!
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Canta poeta passarinho,
não somos tão desiguais!...
Eu também canto sozinho
preso aos grilhões dos meus ais!
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Cascata, teu pranto triste,
parece que não tem fim!...
Comparo ao pranto que existe
doendo dentro de mim!
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Corrupção — é o lado injusto
da mente perversa, insana,
que esquece o preço do custo
do resto da raça humana!
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É mais feliz, afinal,
aquele, que ao ver a luz...
Vê que a estrela do Natal
brilha nos braços da cruz!
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Há uma voz triste e sonora,
nela, suspiros, lamentos!...
É a cachoeira que chora
seu pranto na voz dos ventos!
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Mãe que tem fé, não se esquece,
de orar pelos filhos seus!...
Pois, no silêncio da prece,
toda mãe fala com Deus!
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Mamãe!.. Essa dor não finda,
nem cura o silêncio mudo,
de um filho, que guarda, ainda,
tua ausência em quase tudo!
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Manassés, teu canto encerra
todo o bem que te conduz,
enchendo de amor a terra
e Maranguape de luz!
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Nas asas de um vento brando,
na espuma branca do mar...
As ondas chegam cantando,
trazendo o sal potiguar!
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Natal! Que o planger do sino,
não seja de pranto e dor,
mas seja o toque divino
da voz da "Estrela" do amor!
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No teu adeus, quase mudo,
na resposta tão calada...
imaginei quase tudo,
sem ter certeza de nada!
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O outono da vida ingrata,
chega fazendo atropelos:
Joga tinta cor de prata,
na tinta dos meus cabelos!
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Os Magos, seguindo a trilha,
de uma estrelinha do além...
Acham a luz que mais brilha
noutra "Estrela" de Belém!
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O velho nauta, em seus passos,
olha o céu, põe-se a vogar...
Como se a força dos braços
fosse a das ondas do mar!
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Por mais que a mágoa te doa,
perdoa a quem mal te faz!...
Que a humanidade abençoa
teu gesto de amor e paz!
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Quando a aurora adormecida,
rasga o ventre da alvorada...
Ouve-se o choro da vida
nos braços da madrugada!
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Quando enfim, tu te ajoelhas,
e o teu perdão te refaz...
Serás luz entre as centelhas
do fogo aceso da paz!
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Rasga o manto que te cobre,
mostra teu riso e esplendor...
Pois, a cortina, mais nobre,
não cobre um riso de amor!
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São tantas as consequências
ante o amor que se desfaz...
Que há medos temendo ausências
e há gritos pedindo paz!
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Se a poesia te renova,
e a violência não te apraz...
Sê mensageiro da trova,
pombo-correio da paz!
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Segui teus passos, no entanto,
foi ferindo os pés na estrada
que vi, no teu rastro, o quanto,
sofreste na caminhada!
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Tenho um jardim diferente...
E entre nós, há uma aliança;
Por mais que eu mude a semente,
só nasce a flor da esperança!
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Tua tristeza parece,
ó, velho mar, dos meus ais,
o choro triste da prece
das mães rezando no cais!
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Venci marés violentas,
ondas e mares sem fim...
Só não venci as tormentas
que existem dentro de mim!
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Viver por viver somente,
faz teu mundo tão perjuro,
que este teu falso presente,
é o presente do futuro!
Fonte:
Professor Garcia. Poemas do meu cantar. Natal/RN: Trairy, 2020.
Livro enviado pelo autor.
Professor Garcia. Poemas do meu cantar. Natal/RN: Trairy, 2020.
Livro enviado pelo autor.
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