sábado, 3 de abril de 2021

Gislaine Canales (Glosas Diversas) XXIV


NÃO AMAR...

MOTE:
Não amar nem ser amado,
é o mesmo que não ser nada,
é pisar no chão eivado
de acúleos pelas estradas.
(Abel B Pereira)

GLOSA:
Não amar nem ser amado,
viver sempre em solidão,
sem presente e sem passado,
faz chorar o coração!

Viver sem amor, é triste,
é o mesmo que não ser nada,
pois somente, o nada existe
na solitária jornada!

Estar, assim, angustiado,
nos leva à desilusão,
é pisar no chão eivado
(descalços) – de pés no chão!

Sozinhos e sem carinhos,
somente as nossas pegadas
deixaremos, nos caminhos
de acúleos pelas estradas.
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PORTAS DO DIA

MOTE:
Termina a noite estrelada...
E, por estranha magia,
vejo as mãos da madrugada
abrindo as portas do dia.
(Abigail Rizzini)


GLOSA:
Termina a noite estrelada...
Vão dormir, nossas estrelas!
A noite fica apagada,
não conseguimos mais vê -las!

Mas um milagre acontece
e, por estranha magia,
o sol no céu aparece
revestido de poesia!

Como uma bênção dourada
nessas luzes multicores,
vejo as mãos da madrugada
tecendo novos amores!

Assisto, com emoção,
essa aurora de alegria,
que acarinha o coração
abrindo as portas do dia!
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VIDA E MORTE

MOTE:
Não teme a morte temida
quem na vida não tem sorte:
Há tanta morte na vida
e há tanta vida na morte...
(Aderbal Melo)

GLOSA:

Não teme a morte temida
quem vive sozinho e triste,
pois sem amor, sem guarida,
somente o vazio existe!

Segue sempre em depressão,
quem na vida não tem sorte,
pois viver sem emoção
faz perder o próprio norte!

E vendo a razão vencida
sofremos pelo caminho...
Há tanta morte na vida
pela falta de carinho!

Devemos crer de verdade
na vida e no amor. Ser forte!
Pois vida é felicidade,
e há tanta vida na morte...
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BORDADOS DO SOL

MOTE:
O sol em brilho fecundo,
tecendo fios dourados,
pinta na tela do mundo
os mais luzentes bordados.

(Ailson Cardoso de Oliveira)

GLOSA:
O sol em brilho fecundo,
matizando, com mil cores,
no seu último segundo
pinta um ocaso de amores!

Sendo artista primoroso
tecendo fios dourados,
torna bem mais amoroso
um casal de namorados!

Com um carinho profundo
compõe o quadro mais belo,
pinta na tela do mundo
um pôr-de-sol amarelo!

E esse pintor de universos
pinta os sonhos mais sonhados
e põe, no sol dos seus versos,
os mais luzentes bordados.
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ESTEIRA DO SONHO

MOTE:
Na suave esteira do sonho
seguirá minha poesia,
pois é nos versos que ponho
meu mundo de fantasia.

(Almira Guaracy)

GLOSA:
Na suave esteira do sonho

eu descanso os meus cansaços,
e o meu sorriso tristonho
relembra, então, teus abraços!

A vagar pelo infinito
seguirá minha poesia,
sonhar é bom e é bonito,
e nos traz muita alegria!

Com meus versos eu transponho
o patamar da emoção,
pois é nos versos que ponho
a minha imaginação!

Um novo mundo, eu desvendo,
como em toque de magia,
e vejo sempre, nascendo
meu mundo de fantasia.

Fonte:
Gislaine Canales. Glosas. Glosas Virtuais de Trovas XIX. In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós. http://www.portalcen.org. 2004.

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