A chuva que cai do teto
pelo zinco a noite inteira,
é partitura de afeto
na voz de cada goteira!
= = = = = = = = = = =
Ah, mãe! Ao me por de joelhos,
em silêncio e de mãos postas,
quero ouvir bem teus conselhos,
ante enigmas sem respostas!
= = = = = = = = = = =
Ante os mistérios da vida,
posso afirmar sem maldade,
que do pão da despedida
se faça o pão da saudade!
= = = = = = = = = = =
Bem-vinda a chuva que encerra,
a seca triste, inclemente,
e rega o ventre da terra,
para brotar a semente!
= = = = = = = = = = =
Crer num ser supremo, eu creio!
À fé, me curvo e me entrego;
a prova é não ter receio
de crer na cruz que carrego!
= = = = = = = = = = =
Disse ao cego, ante o bom gosto,
ao vê-lo partindo o pão:
– Se te falta a luz do rosto,
sobra luz no coração!
= = = = = = = = = = =
Em teus chinelos, meu pai,
deixaste, em cada viés,
uma impressão que não sai,
das digitais de teus pés!
= = = = = = = = = = =
Hoje, eu retirei do armário,
minha velha antologia;
meu primeiro breviário
das lições de cada dia.
= = = = = = = = = = =
Mesmo com a vida aos frangalhos,
segue o pobre sem tardança,
buscando em falsos cascalhos
pepitas vãs de esperança!
= = = = = = = = = = =
Não há luxo no meu rancho;
fiz igual ao passarinho
que, com sargaço e garrancho
tece o luxo do seu ninho!
= = = = = = = = = = =
Não sei se tu me permites
que eu te dê explicação:
– A um velho amor, sem limites,
não se impõe mais permissão!..
= = = = = = = = = = =
Nem precisa que te peça,
mas me apresso e peço agora:
– Ó lua, volta depressa,
que a noite negra te implora!
= = = = = = = = = = =
Numa longínqua tapera,
ainda vi, enclausurados...
Meus sonhos de primavera,
e outros sonhos sepultados!
= = = = = = = = = = =
Nunca se dá passos vãos,
quando outra vida se arruma;
é que o amor perfuma as mãos,
de quem, outra mão perfuma!
= = = = = = = = = = =
O ciúme, que o amor cerceia,
causa entre nós tal revés,
que vê falsos pés na areia
sem ter marcas de outros pés!
= = = = = = = = = = =
O nosso amor tem por lema,
a perfeição de uma flor;
e essa flor, virou poema
de linda história de amor!
= = = = = = = = = = =
O sol, que a manhã decora,
carrega em seus alfarrábios,
o rubro riso da aurora
na cor rubra de seus lábios!
= = = = = = = = = = =
Pela cruz apedrejada,
à distância, se deduz
quanto sofre a alma penada,
pelo desprezo da cruz!
= = = = = = = = = = =
Qualquer lição de virtude
que em minha alma ainda vive,
é sobra da juventude
da infância pobre que eu tive!
= = = = = = = = = = =
Quando a noite estende os braços
ofuscando a luz da lua,
o silêncio, apressa os passos
da solidão pela rua!
= = = = = = = = = = =
Que dor, que vazio imenso,
quando partes para o mar!...
Do barco, acenas teu lenço,
no cais, meu lenço, a acenar!
= = = = = = = = = = =
Sê como o Sol!... Pelo brilho,
não cobra o bem que nos faz.
Só quem faz o bem, meu filho,
põe os pés no chão da paz!
= = = = = = = = = = =
Se tu tens fé, larga o tédio
dessa dor que te entorpece,
e põe teu mal sem remédio
nas mãos santas de uma prece!
= = = = = = = = = = =
Só depois que o sol desmaia
e a noite acelera o passo,
a lua cor de cambraia
faz versos brancos no espaço!
= = = = = = = = = = =
Solitário, um monge velho,
interpreta com ternura,
no silêncio do evangelho,
a solidão da clausura!
= = = = = = = = = = =
Só pelo amor, se descobre,
o que a pobreza revela;
Que a vida humilde é mais nobre,
se o amor é a riqueza dela!
= = = = = = = = = = =
Teu olhar, luz de minha alma,
lindo entre as luzes pagãs,
que brilham mantendo a calma
do sol de minhas manhãs!
= = = = = = = = = = =
Teu regresso, não me importa;
o tempo já dá sinais,
da esperança quase morta,
nos braços de um "nunca mais"!
= = = = = = = = = = =
Tua ausência não me cansa,
nem me canso de te amar;
por ser servo da esperança,
vale a pena te esperar!
pelo zinco a noite inteira,
é partitura de afeto
na voz de cada goteira!
= = = = = = = = = = =
Ah, mãe! Ao me por de joelhos,
em silêncio e de mãos postas,
quero ouvir bem teus conselhos,
ante enigmas sem respostas!
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Ante os mistérios da vida,
posso afirmar sem maldade,
que do pão da despedida
se faça o pão da saudade!
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Bem-vinda a chuva que encerra,
a seca triste, inclemente,
e rega o ventre da terra,
para brotar a semente!
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Crer num ser supremo, eu creio!
À fé, me curvo e me entrego;
a prova é não ter receio
de crer na cruz que carrego!
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Disse ao cego, ante o bom gosto,
ao vê-lo partindo o pão:
– Se te falta a luz do rosto,
sobra luz no coração!
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Em teus chinelos, meu pai,
deixaste, em cada viés,
uma impressão que não sai,
das digitais de teus pés!
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Hoje, eu retirei do armário,
minha velha antologia;
meu primeiro breviário
das lições de cada dia.
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Mesmo com a vida aos frangalhos,
segue o pobre sem tardança,
buscando em falsos cascalhos
pepitas vãs de esperança!
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Não há luxo no meu rancho;
fiz igual ao passarinho
que, com sargaço e garrancho
tece o luxo do seu ninho!
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Não sei se tu me permites
que eu te dê explicação:
– A um velho amor, sem limites,
não se impõe mais permissão!..
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Nem precisa que te peça,
mas me apresso e peço agora:
– Ó lua, volta depressa,
que a noite negra te implora!
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Numa longínqua tapera,
ainda vi, enclausurados...
Meus sonhos de primavera,
e outros sonhos sepultados!
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Nunca se dá passos vãos,
quando outra vida se arruma;
é que o amor perfuma as mãos,
de quem, outra mão perfuma!
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O ciúme, que o amor cerceia,
causa entre nós tal revés,
que vê falsos pés na areia
sem ter marcas de outros pés!
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O nosso amor tem por lema,
a perfeição de uma flor;
e essa flor, virou poema
de linda história de amor!
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O sol, que a manhã decora,
carrega em seus alfarrábios,
o rubro riso da aurora
na cor rubra de seus lábios!
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Pela cruz apedrejada,
à distância, se deduz
quanto sofre a alma penada,
pelo desprezo da cruz!
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Qualquer lição de virtude
que em minha alma ainda vive,
é sobra da juventude
da infância pobre que eu tive!
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Quando a noite estende os braços
ofuscando a luz da lua,
o silêncio, apressa os passos
da solidão pela rua!
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Que dor, que vazio imenso,
quando partes para o mar!...
Do barco, acenas teu lenço,
no cais, meu lenço, a acenar!
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Sê como o Sol!... Pelo brilho,
não cobra o bem que nos faz.
Só quem faz o bem, meu filho,
põe os pés no chão da paz!
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Se tu tens fé, larga o tédio
dessa dor que te entorpece,
e põe teu mal sem remédio
nas mãos santas de uma prece!
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Só depois que o sol desmaia
e a noite acelera o passo,
a lua cor de cambraia
faz versos brancos no espaço!
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Solitário, um monge velho,
interpreta com ternura,
no silêncio do evangelho,
a solidão da clausura!
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Só pelo amor, se descobre,
o que a pobreza revela;
Que a vida humilde é mais nobre,
se o amor é a riqueza dela!
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Teu olhar, luz de minha alma,
lindo entre as luzes pagãs,
que brilham mantendo a calma
do sol de minhas manhãs!
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Teu regresso, não me importa;
o tempo já dá sinais,
da esperança quase morta,
nos braços de um "nunca mais"!
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Tua ausência não me cansa,
nem me canso de te amar;
por ser servo da esperança,
vale a pena te esperar!
Fonte:
Professor Garcia. Poemas do meu cantar. Natal/RN: Trairy, 2020.
Livro enviado pelo autor.
Professor Garcia. Poemas do meu cantar. Natal/RN: Trairy, 2020.
Livro enviado pelo autor.
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