É bem possível que eu entre em uma loja de sapatos e saia exatamente da mesma forma que entrei, apenas com aqueles que calçam meus pés. Agora, quando entro em uma livraria, dificilmente conseguirei sair de mãos vazias.
Guardo comigo uma lista escrita e mental dos livros que ainda quero ler, sem contar aqueles que me surpreendem com suas cores, letras e prefácios pelas prateleiras.
A curiosidade em ler cada boa palavra escrita faz transbordar meu coração de euforia. Se eu pudesse, pedia para parar o mundo de vez em quando, só para ler horas seguidas despreocupadamente, longe das tarefas do dia-a-dia.
De uns tempos para cá notei que essa minha delicada obsessão traduz-se em uma simples palavra: compartilhar.
Quem escreve quer compartilhar suas experiências e impressões sobre o mundo que nos cerca e quem lê compartilha a certeza de que no peito de todos passam os mesmos sentimentos: amor, alegria, tristeza, esperança, compaixão, dentre tantos outros descritos de tantos modos.
Nem parece que o meu amor pela leitura começou quase que forçado. Assim que eu mudei de cidade, aos 13 anos, tirei nota baixa em uma prova na escola, meu pai me impôs um castigo de não sair de casa até que eu restabelecesse a boa média. Só que a prova de recuperação seria apenas no final do bimestre, ou seja, 2 longos meses me aguardavam em casa.
Não havia nada a fazer nas tardes quentes sem internet, smartphones, TV à cabo ou amigos na nova cidade desconhecida. Restou-me procurar pelos livros a ocupação para os solitários períodos de tédio, cumprindo a pena imposta, já que eu sempre fui péssima em desobediências.
Para minha felicidade, encontrei pelas incontáveis páginas editadas a companhia e o conforto para diversos outros momentos. A leitura começou a me conduzir por novos mundos, mostrando-me as inúmeras possibilidades de me expressar, a partir das incontáveis personagens e situações que passam pelo meu atento olhar. Os livros transformaram-se no alimento da minha alma.
Tive a capacidade de cometer um furto por esse amor: me apossei de um exemplar de poesias do Vinícius de Moraes da biblioteca da escola. Um dia decidi que só eu o lia, então ele seria mais útil na minha casa. Desde então me segue pelas diversas mudanças que fiz.
A verdade é que, num mundo em que tudo se acessa rapidamente através de telas reluzentes, o que me encanta é a usual página opaca com letras apertadas, a história contada sem pressa, a palavra milimetricamente posta para descrever os sentidos que movem a vida.
Na hora que todos os equipamentos eletrônicos devem ser desligados, é meu amigo fiel que permanece imóvel na palma da minha mão, ajudando-me a distrair dos calafrios dos pousos, decolagens e desavisadas turbulências.
Esse será meu refúgio até os meus últimos dias, porque se tenho poucos desejos para a velhice, certamente um deles traduz-se em estar rodeada pelos livros, bem acomoda na poltrona, lendo incansavelmente até quando meus olhos permitirem.
Guardo comigo uma lista escrita e mental dos livros que ainda quero ler, sem contar aqueles que me surpreendem com suas cores, letras e prefácios pelas prateleiras.
A curiosidade em ler cada boa palavra escrita faz transbordar meu coração de euforia. Se eu pudesse, pedia para parar o mundo de vez em quando, só para ler horas seguidas despreocupadamente, longe das tarefas do dia-a-dia.
De uns tempos para cá notei que essa minha delicada obsessão traduz-se em uma simples palavra: compartilhar.
Quem escreve quer compartilhar suas experiências e impressões sobre o mundo que nos cerca e quem lê compartilha a certeza de que no peito de todos passam os mesmos sentimentos: amor, alegria, tristeza, esperança, compaixão, dentre tantos outros descritos de tantos modos.
Nem parece que o meu amor pela leitura começou quase que forçado. Assim que eu mudei de cidade, aos 13 anos, tirei nota baixa em uma prova na escola, meu pai me impôs um castigo de não sair de casa até que eu restabelecesse a boa média. Só que a prova de recuperação seria apenas no final do bimestre, ou seja, 2 longos meses me aguardavam em casa.
Não havia nada a fazer nas tardes quentes sem internet, smartphones, TV à cabo ou amigos na nova cidade desconhecida. Restou-me procurar pelos livros a ocupação para os solitários períodos de tédio, cumprindo a pena imposta, já que eu sempre fui péssima em desobediências.
Para minha felicidade, encontrei pelas incontáveis páginas editadas a companhia e o conforto para diversos outros momentos. A leitura começou a me conduzir por novos mundos, mostrando-me as inúmeras possibilidades de me expressar, a partir das incontáveis personagens e situações que passam pelo meu atento olhar. Os livros transformaram-se no alimento da minha alma.
Tive a capacidade de cometer um furto por esse amor: me apossei de um exemplar de poesias do Vinícius de Moraes da biblioteca da escola. Um dia decidi que só eu o lia, então ele seria mais útil na minha casa. Desde então me segue pelas diversas mudanças que fiz.
A verdade é que, num mundo em que tudo se acessa rapidamente através de telas reluzentes, o que me encanta é a usual página opaca com letras apertadas, a história contada sem pressa, a palavra milimetricamente posta para descrever os sentidos que movem a vida.
Na hora que todos os equipamentos eletrônicos devem ser desligados, é meu amigo fiel que permanece imóvel na palma da minha mão, ajudando-me a distrair dos calafrios dos pousos, decolagens e desavisadas turbulências.
Esse será meu refúgio até os meus últimos dias, porque se tenho poucos desejos para a velhice, certamente um deles traduz-se em estar rodeada pelos livros, bem acomoda na poltrona, lendo incansavelmente até quando meus olhos permitirem.
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