A vida se nos apresenta sempre em dupla via, quando o sim e o não fazem mesuras e nos dão passagem.
Quando é noite em tempo de inverno, e a lua se esconde por detrás de densas nuvens, nós, poetas, nos sentimos órfãos. Foi-se com ela a nossa inspiração. Os namorados, ao contrário, não se queixam, pois, versejam aos seus modos, agasalhando-se um ao outro, sob o negrume do céu... para nós, sem graça.
Alegria do sertanejo, a chuva é o pranto alegre de Deus por nos fazer felizes. Nem tanto nem tão pouco.
No sertão, o chão responde vicejando. O córrego se enche das lágrimas divinas e batiza-se de riacho, que vai derramar seu pranto no rio seco que hiberna. Este, vivificado, corre em busca do mar na tentativa de adocicá-lo.
O citadino, com morada próxima do mar, tendo o vento leste como abanador, não se queixa tanto do mormaço que lhe calça os pés. Na periferia da cidade, pedaços de chão esquecidos onde habitam os esquecidos. A chuva, antes alegria liquefeita, torna-se lágrima triste de Deus que chora por seus filhos discriminados.
Proliferam mazelas. Os barracos ribeirinhos são molduras que retratam a realidade de um povo triste. Sofrido, Enganado. Valorizado.
Chuva no sertão.,. Na cidade... E rosa e espinho. É sorriso e pranto. É choro, é canto. É cova, é ninho!
"Hoje, eu vou fazer uma prece a Deus Nosso Senhor, para a chuva parar de molhar o meu divino amor".
"Meu Deus, perdoe esse pobre coitado que reza pra chuva cair sem parar".
E a chuva, dádiva de Deus, a mostrar suas duas faces, mesura e nos dá passagem!
Quando é noite em tempo de inverno, e a lua se esconde por detrás de densas nuvens, nós, poetas, nos sentimos órfãos. Foi-se com ela a nossa inspiração. Os namorados, ao contrário, não se queixam, pois, versejam aos seus modos, agasalhando-se um ao outro, sob o negrume do céu... para nós, sem graça.
Alegria do sertanejo, a chuva é o pranto alegre de Deus por nos fazer felizes. Nem tanto nem tão pouco.
No sertão, o chão responde vicejando. O córrego se enche das lágrimas divinas e batiza-se de riacho, que vai derramar seu pranto no rio seco que hiberna. Este, vivificado, corre em busca do mar na tentativa de adocicá-lo.
O citadino, com morada próxima do mar, tendo o vento leste como abanador, não se queixa tanto do mormaço que lhe calça os pés. Na periferia da cidade, pedaços de chão esquecidos onde habitam os esquecidos. A chuva, antes alegria liquefeita, torna-se lágrima triste de Deus que chora por seus filhos discriminados.
Proliferam mazelas. Os barracos ribeirinhos são molduras que retratam a realidade de um povo triste. Sofrido, Enganado. Valorizado.
Chuva no sertão.,. Na cidade... E rosa e espinho. É sorriso e pranto. É choro, é canto. É cova, é ninho!
"Hoje, eu vou fazer uma prece a Deus Nosso Senhor, para a chuva parar de molhar o meu divino amor".
"Meu Deus, perdoe esse pobre coitado que reza pra chuva cair sem parar".
E a chuva, dádiva de Deus, a mostrar suas duas faces, mesura e nos dá passagem!
Fonte: Francisco José Pessoa de Andrade Reis. Isso é coisa do Pessoa: em prosa e verso. Fortaleza/CE: Íris, 2013. Enviado pelo autor.
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