MOTE:
Do cair da noite à aurora,
a chuva, em suave rumor,
fez toda a trilha sonora
das nossas cenas de amor.
Almerinda Liporage
Rio de Janeiro/RJ
GLOSA:
DO CAIR DA NOITE À AURORA,
uma linda melodia
eternizou nosso agora
pincelado de poesia!
Caindo, assim, displicente,
A CHUVA, EM SUAVE RUMOR,
uniu muito mais a gente,
uniu no mesmo calor!
Incessante, noite afora,
a chuva, com emoção
FEZ TODA A TRILHA SONORA
da nossa grande paixão!
Ao som da chuva caindo
amamos com mais ardor,
lembrando, sempre sorrindo,
DAS NOSSAS CENAS DE AMOR.
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NOSSAS SOMBRAS
MOTE:
No fim da tarde, alongadas
e unidas pelo carinho,
nossas sombras de mãos dadas,
enchem de luz o caminho!
Aloísio Alves da Costa
Umari/CE, 1935 – 2010, Fortaleza/CE
GLOSA:
NO FIM DA TARDE, ALONGADAS
pelo sol que vai se pôr,
as sombras apaixonadas
são o retrato do amor!
As vejo quase sorrindo
E UNIDAS PELO CARINHO,
nossas sombras, que vão indo
devagar...devagarzinho...
Parece um conto de fadas
essa cena tão bonita,
NOSSAS SOMBRAS DE MÃOS DADAS,
numa ternura infinita!
Esse amor... e essa ternura,
com a maciez do arminho,
nos dando imensa ventura,
ENCHEM DE LUZ O CAMINHO!
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MADRUGADAS INSONES
MOTE:
Ao ver-te em roupas ousadas,
que os pensamentos devassam,
passo, insone, as madrugadas,
e as madrugadas não passam!...
Edmar Japiassu Maia
Nova Friburgo/RJ
GLOSA:
AO VER-TE EM ROUPAS OUSADAS,
o meu ser todo se excita
e as tuas formas marcadas
dão uma visão bonita!
São grandes as sensações
QUE OS PENSAMENTOS DEVASSAM,
e imensas as emoções
que os sonhos, então, abraçam!
As visões enfeitiçadas
me tornam um prisioneiro,
PASSO, INSONE, AS MADRUGADAS,
imaginando teu cheiro!
Sigo contigo sonhando,
e os meus sonhos se entrelaçam...
As horas vão se alongando
E AS MADRUGADAS NÃO PASSAM!…
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GRITOS E SILÊNCIOS
MOTE:
Nestas angústias que oprimem,
que levam à dor e ao pranto,
há gritos que nada exprimem,
silêncios que dizem tanto!
Luiz Otávio
Rio de Janeiro/RJ, 1916 – 1977, Santos/SP
GLOSA:
NESTAS ANGÚSTIAS QUE OPRIMEM,
sempre existem dissonâncias...
difícil fazer que rimem
as realizações e as ânsias!
Nessas grandes nostalgias
QUE LEVAM À DOR E AO PRANTO,
anoitecem nossos dias,
tristes, sem um acalanto!
Há prantos que não redimem,
soam inúteis e frios...
HÁ GRITOS QUE NADA EXPRIMEM,
são gritos falsos, vazios!
Mas ouvimos, certamente,
sem saber porque, no entanto,
numa voz forte e crescente,
SILÊNCIOS QUE DIZEM TANTO!
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VIVE!
MOTE:
Vive o agora em demasia,
que a vida, no seu afã,
não dá qualquer garantia
de estar contigo amanhã!
Sérgio Bernardo
Rio de Janeiro/RJ
GLOSA:
VIVE O AGORA EM DEMASIA,
faze tudo o que sonhaste,
esbanja a tua alegria,
dá mais luz para o contraste!
Procura no teu caminho,
QUE A VIDA, NO SEU AFÃ,
pode até esconder carinho
daquela tua alma irmã!
Vive sempre com euforia.
Sendo uma incógnita, a vida
NÃO DÁ QUALQUER GARANTIA
que ela possa ser vencida!
Tenta sempre ser feliz,
te apega ao teu talismã,
pois a vida nada diz
DE ESTAR CONTIGO AMANHÃ!
Fonte: Gislaine Canales. Glosas Virtuais de Trovas XI. In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós. http://www.portalcen.org. Setembro de 2003.
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