Por volta das quatro horas da manhã, um pássaro amenizou a minha insônia. O seu alegre chilrear transformou a minha vigília numa espera prazerosa. Queria ouvi-lo outra vez. Passados alguns minutos, chegou um seu companheiro, depois outro, talvez dezenas de pássaros, que se juntaram em coro numa sinfonia matinal.
Lembrei-me do poema de Emily Dickinson que anuncia a chegada da manhã pelo cantar dos passarinhos, que bem cedo se unem para saudar o nascer do sol.
Achava bela, porém, exagerada a descrição poética em que os pássaros começavam tão cedo a sua celebração diária. Todavia, é fato. Ali estão eles, na pracinha, antes do alvorecer, cumprimentando efusivamente, a estrela maior. E eu, do meu quarto, sou presenteada com aquela melodia que recebo como sendo para mim.
Percebo então que, apesar de todas as desgraças divulgadas pelos jornais, de todas as falcatruas noticiadas, diariamente, pelos meios de comunicação, de toda a maldade e violência que, dificilmente, acreditamos geradas pelo ser humano, não podemos nos sentir como vítimas desamparadas em um mundo-cão.
Por certo, há esperanças e elas permanecerão enquanto conseguirmos manter os ouvidos abertos aos sons do bem e formos capazes de absorver as belezas da natureza que nos envolve.
Fonte: Cecy Barbosa Campos. Recortes de Vida. Varginha/MG: Ed. Alba, 2009. Enviado pela autora.
Lembrei-me do poema de Emily Dickinson que anuncia a chegada da manhã pelo cantar dos passarinhos, que bem cedo se unem para saudar o nascer do sol.
Achava bela, porém, exagerada a descrição poética em que os pássaros começavam tão cedo a sua celebração diária. Todavia, é fato. Ali estão eles, na pracinha, antes do alvorecer, cumprimentando efusivamente, a estrela maior. E eu, do meu quarto, sou presenteada com aquela melodia que recebo como sendo para mim.
Percebo então que, apesar de todas as desgraças divulgadas pelos jornais, de todas as falcatruas noticiadas, diariamente, pelos meios de comunicação, de toda a maldade e violência que, dificilmente, acreditamos geradas pelo ser humano, não podemos nos sentir como vítimas desamparadas em um mundo-cão.
Por certo, há esperanças e elas permanecerão enquanto conseguirmos manter os ouvidos abertos aos sons do bem e formos capazes de absorver as belezas da natureza que nos envolve.
Fonte: Cecy Barbosa Campos. Recortes de Vida. Varginha/MG: Ed. Alba, 2009. Enviado pela autora.
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