domingo, 1 de setembro de 2024

Recordando Velhas Canções (Apanhei-te cavaquinho)


(Polca, 1915)

Compositores: Ernesto Nazareth e Ubaldo Mangione

Ainda me lembro,
Do meu tempo de criança,
Quando entrava numa dança,
Toda cheia de esperança,
De chinelinho e de trança,
Com Mané e o Zé da França,
Nunca tive na lembrança,
De rever esse chorinho.

E hoje ouvindo,
Neste choro a voz do pinho,
Relembrando o bom tempinho,
Da mamãe e do maninho,
Hoje sou ave sem ninho,
Sem família, sem carinho,
Mas sou bem feliz ouvindo,
O "Apanhei-te Cavaquinho"!

Hoje cantando o "Apanhei-te Cavaquinho",
Fico louca, fico quente,
Fico como um passarinho,
Sinto vontade de cantar a vida inteira,
Esta vida, eu levo de qualquer maneira,
Ouvindo a flauta, o cavaquinho e o violão,
Eu sinto que o meu coração,
Tem a cadência de um pandeiro,
Esqueço tudo e vou cantando com jeitinho,
Este chorinho,
Que é muito Brasileiro !

Hoje cantando o "Apanhei-te Cavaquinho",
Fico louca, fico quente,
Fico como um passarinho,
Sinto vontade de cantar a vida inteira,
Esta vida, eu levo de qualquer maneira,
Ouvindo a flauta, o cavaquinho e o violão,
Eu sinto que o meu coração,
Tem a cadência de um pandeiro,
Esqueço tudo e vou cantando com jeitinho,
Este chorinho,
Que é muito Brasileiro !...
(bis a 1ª e 2ª)
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A Nostalgia e a Alegria do Chorinho em 'Apanhei-te Cavaquinho'
A música 'Apanhei-te Cavaquinho', é uma celebração nostálgica e alegre do chorinho, um gênero musical tipicamente brasileiro. A letra remete às memórias de infância da narradora, que se recorda com carinho dos tempos em que dançava cheia de esperança, com chinelinho e trança, ao som do chorinho. Essas lembranças são evocadas com uma mistura de saudade e alegria, destacando a simplicidade e a felicidade dos momentos passados com a família e amigos.

No presente, a narradora se encontra sem família e sem carinho, mas encontra consolo e felicidade ao ouvir e cantar o chorinho 'Apanhei-te Cavaquinho'. A música se torna um refúgio, uma forma de reviver os bons tempos e de sentir-se viva e feliz novamente. A letra expressa como a música tem o poder de transformar o estado emocional da narradora, fazendo-a sentir-se como um passarinho, livre e leve, com vontade de cantar a vida inteira.

A canção também exalta a brasilidade do chorinho, destacando instrumentos típicos como a flauta, o cavaquinho e o violão, e a cadência do pandeiro. Ademilde Fonseca, conhecida como a Rainha do Chorinho, traz uma interpretação vibrante e cheia de vida, que captura a essência do gênero musical. A música é uma ode à cultura brasileira e à capacidade da música de trazer alegria e conforto, mesmo nos momentos mais difíceis.

A polca "Apanhei-te Cavaquinho" é a segunda composição mais gravada de Ernesto Nazareth, perdendo apenas para "Odeon". De andamento rápido (o autor recomendava semínima = 100 para as polcas e semínima = 80 para os tangos) é muitas vezes executada em velocidade vertiginosa por músicos exibicionistas, que presumem assim mostrar habilidade virtuosística.

Composta em 1915 e gravada no mesmo ano pelo grupo O Passos no Choro, "Apanhei-Te Cavaquinho" foi dedicada a Mário Cavaquinho (Mário Álvares da Conceição), um exímio cavaquinista, amigo de Nazareth (segundo Ary Vasconcelos, ele inventou o cavaquinho de cinco cordas e a bandurra de 14 cordas).

Em 1930 o autor gravou esta composição em disco de grande valor documental, que passou a servir de referência para novas execuções. Já classificado como choro, ganhou letra de Darci de Oliveira, em 1943, para ser gravado por Ademilde Fonseca.
Fontes: Cifrantiga

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