Eles se queriam muito. Naquele fim de semana resolveram sair para viajar, aproveitando para comemorar a data do nascimento dela.
Não tinham destino. O que importava era estarem juntos; logo, qualquer lugar servia.
Quando Miguel lhe disse que queria passar numa igreja, ela estranhou, pois isso não costumava ser um hábito do casal, embora tivessem formação católica.
Foram rindo e conversando, estrada afora, e, quando viram, tinham saído do Estado.
Ele insistia na tal igreja; queria agradecer a Deus por tanta felicidade e rezar pelo aniversário dela.
Já em Santa Catarina, almoçaram e seguiram viagem. Quando anoitecesse parariam para dormir. Enveredaram por uma cidade que se chama Gaspar, onde avistaram suntuosa escada que os levava a um santuário.
Naquele instante, o padre realizava um casamento e perguntava se o noivo aceitava a noiva como sua mulher, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, e coisa e tal.
Aproveitando a situação, Miguel foi logo dizendo que sim, que aceitava Maria como sua mulher; ato contínuo, o padre também fez a pergunta à noiva. Miguel apertou o braço dela, repetindo a mesma interrogação.
- Sim, respondeu ela, rindo da brincadeira.
Ele tirou uma caixinha do bolso e uma aliança linda foi colocada em seu dedo.
Também lhe foi entregue outro anel para ser posto no dedo dele. Maria não entendia como a surpresa se misturava com a coincidência, e ele explicava que não havia planejado tanto, mas que a sorte tinha ajudado.
Entre abraços e beijos, concretizaram o que já vinham pensando há muito tempo.
Maria e Miguel sempre contam que se casaram de carona.
Fontes:
Alda Paulina Borges et al. Contos contemporâneos. (Oficina de Criação Literária Alcy Cheuiche). Porto Alegre/RS: AGE, 2016.
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing
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