domingo, 15 de dezembro de 2024

José Feldman* (Pafúncio e o Festival de Música)


Em uma cidade onde a música ecoava em cada esquina, o jornalista Pafúncio, conhecido por suas habilidades em transformar qualquer evento em um caos, estava a caminho do Festival de Música “Sons e Sorrisos”, um evento que prometia ser o maior do ano e que reuniria artistas de todos os gêneros, desde pop até pagode.

Ao chegar ao festival, Pafúncio se deparou com uma multidão vibrante, repleta de fãs de todas as idades. Ele estava vestido de maneira peculiar: uma camiseta de uma banda de rock dos anos 80, calças largas e um chapéu colorido que parecia ter saído de um desfile de carnaval. Com seu bloco de notas em mãos e uma caneta que parecia mais uma espada, ele estava pronto para capturar as melhores histórias.

O festival começou com uma apresentação de uma banda de rock local chamada “Os Gritadores”. 

Pafúncio, que nunca tinha entendido o apelo do rock pesado, decidiu que era a oportunidade perfeita para fazer uma pergunta inusitada. Após o show, ele se aproximou do vocalista e disparou: “Se a sua música fosse um lanche, qual seria e por quê?” 

O vocalista, pego de surpresa, pensou por um momento e respondeu: “Um hambúrguer gigante, porque é cheio de camadas e é saboroso!”

Pafúncio, com um sorriso no rosto, anotou a resposta e a transformou em uma manchete: “Os Gritadores Revelam: Música é como Hambúrguer – Saborosa e Indigesta!” O jornalista seguiu seu caminho, rindo da sua própria criatividade.

A próxima atração era um famoso DJ chamado “DJ Tico-Tico”, conhecido por suas mixes eletrônicas e por fazer as pessoas dançarem até o amanhecer. 

Pafúncio, sempre em busca de uma boa história, decidiu que precisava saber o que havia por trás de suas batidas contagiantes.

“DJ Tico-Tico, se você tivesse que escolher entre tocar em um festival ou fazer um show para um grupo de gansos, o que você escolheria?” 

O DJ, sem perder o ritmo, respondeu: “Gansos! Eles têm um ótimo senso de tempo!”

A cada apresentação, Pafúncio se tornava mais ousado. Ele decidiu que iria entrevistar os fãs, perguntando: “Qual é a música que faz você dançar como se ninguém estivesse olhando?” 

Uma jovem respondeu: “Aquela que toca no rádio, mas que eu nunca sei o nome!” 

Pafúncio, sem perder tempo, escreveu: “Fã Confessa: Música que não se lembra é a melhor para dançar!”

Enquanto o dia avançava, Pafúncio encontrou um estande de comida que vendia os mais variados petiscos, desde hambúrgueres até churros. Ele, sempre com fome, decidiu experimentar um churro gigante com recheio de nutella. Enquanto mordia o churro, um pedaço escorregou e acertou o nariz de um famoso cantor que estava passando por ali. 

O artista, surpreso, olhou para Pafúncio e disse: “Isso é uma nova forma de me fazer sentir doce?”

Pafúncio, em sua típica falta de jeito, respondeu: “Claro! Aqui no festival, a comida e a música estão sempre se misturando!” 

A plateia, que já estava atenta, caiu na risada, e Pafúncio, sentindo-se o centro das atenções, decidiu que sua próxima missão seria entrevistar o cantor.

Após algumas tentativas hilárias, Pafúncio finalmente conseguiu se aproximar do cantor. Ele fez a pergunta que estava martelando em sua cabeça: “Se você pudesse criar uma nova dança para a sua música, como ela se chamaria?” 

O cantor, com um sorriso maroto, respondeu: “A dança do churro! Porque quem não ama um petisco enquanto se diverte?”

No final do festival, Pafúncio tinha tantas histórias que poderia escrever um livro. Ele voltou para a redação com um sorriso no rosto e uma barriga cheia de churros, pronto para transformar suas experiências em uma matéria que deixaria todos rindo. 

E assim, o jornalista continuou sua jornada, sempre em busca da próxima fofoca e da próxima risada.
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* José Feldman nasceu na capital de São Paulo. Foi professor, diretor, juiz e organizador de torneios de xadrez a nível nacional durante 24 anos, sendo enxadrista de 1a. Categoria; como diretor cultural organizou apresentações musicais; trovador da UBT São Paulo e membro da Casa do Poeta “Lampião de Gás”. Foi amigo pessoal de literatos de renome (falecidos), como Artur da Távola, André Carneiro, Eunice Arruda, Izo Goldman, Paulo Leminski, Ademar Macedo, Hermoclydes S. Franco, e outros. Casado com a escritora, poetisa e tradutora professora Alba Krishna mudou-se em 1999 para o Paraná, morou em Curitiba e Ubiratã, radicou-se definitivamente em Maringá/PR. Pertence a diversas academias de letras e de trovas, fundador da Confraria Brasileira de Letras, possui o blog Singrando Horizontes desde 2007, com cerca de 20 mil publicações. Atualmente pertence a Campo Mourão/PR. Publicou mais de 500 e-books. Em literatura, organizador de concursos de trovas, gestor cultural, poeta, escritor e trovador. Diversas premiações em trovas e poesias.

Fontes 
José Feldman. Peripécias de um jornalista de fofocas & outros contos. Maringá/PR: IA Poe. Biblioteca Voo da Gralha Azul
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing

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