sábado, 25 de maio de 2019

João Libero R. Marques (A Flor e o Espinho – Um amor impossível)


Era um belo jardim. Realmente bonito. Tinha flores as mais diversas, Margaridas, Cravos, Dálias, Lírios e outras mais. Tinha o Girassol, alto, bonito e que passava seus dias a perseguir a luz do sol, tão necessária para sua sobrevivência. Tinha a Sempre-viva, que mesmo depois de colhida, sobrevive por muitos anos, como se fosse imortal e que fecha suas pétalas quando está frio e as abre no calor. Flor muito rara, mas este jardim as tinha.

Tinha Lírio-do-vale, Jasmim, Glicínia, Gardênia, flores cheirosas que davam um perfume especial àquele jardim. E a rainha do jardim: a Rosa Vermelha. Ah! Ela era linda! Vermelha como o sangue, altiva e seu perfume era delicioso! Toda roseira tem espinhos. Ela não era exceção. Mas, tinha um espinho diferente!

Ele era surpreendentemente belo para um espinho. Era grande, saia do galho com um corpo mais forte e mais grosso do que o comum, numa cor vermelha parecida com a cor da Rosa Vermelha. Da metade para a ponta, era diferente de todos os espinhos já vistos, ele ia do vermelho, para o coral, laranja e a ponta era amarela, da cor do Girassol, lindo!

Os dias foram passando e uma manhã, uma leve brisa balançou a roseira, e a Rosa Vermelha apareceu no campo de visão do Espinho, linda, maravilhosa, brilhante pois estava molhada pelo orvalho noturno. Ele se maravilhou com aquela visão, mas oh! A Rosa Vermelha balançou e ele teve certeza que ela olhou para ele. Ficou feliz e ao mesmo tempo triste por não poder tocá-la, acaricia-la...

O Espinho foi tomado então por um sentimento novo, apaixonou-se pela Rosa Vermelha, mas sabia que era um amor impossível. A Rosa Vermelha, por sua vez, notou aquele Espinho diferente, belo e colorido e se apaixonou por ele! Ficaram assim, apaixonados e se vendo cada vez que a roseira balançava. Um dia, uma tempestade açoitou aquele belo jardim. Balançou diversas plantas. A roseira balançou muito, a ponto da Rosa Vermelha se soltar do galho!

Ela caiu, e na queda caiu sobre o Espinho, que desesperadamente tentou se balançar para que ela não o atingisse, mesmo que seu coração pedisse o contato. Mas, o destino resolveu a questão! A Rosa Vermelha caiu sobre o espinho e sangrou. O vento continuou fustigando a roseira e a Rosa Vermelha finalmente caiu e foi levada pela enxurrada!

O Espinho, desesperado, nada pode fazer. Depois que o tempo acalmou e tudo voltou ao normal, o sol voltando a brilhar, aquele Espinho, lindo, colorido, apaixonado, foi diminuindo, perdendo suas cores, tornou-se um espinho simplesmente, seco, marrom e sem vida!

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