O Rosariense NILO BAIRROS DE BRUM, vencedor de muitos Festivais da Canção Gaúcha no Rio Grande do Sul e em outros Estados, autor da letra TROPEIROS, cujo tema vamos abordar, é formado em direito, Procurador de Justiça aposentado, advogou na área do Direito Autoral e dedica-se à pesquisa independente de História. Tem seis livros publicados e centenas de letras de músicas de muito sucesso.
Livros:
- Requisitos Retóricos da Sentença Penal, publicado pela Editora Revista dos Tribunais, São Paulo (edição esgotada);
- Caminhos do Sul, pesquisa de história, republicado pelo Clube de Autores;
- Inconfidências Gaudérias, crônicas e conto, republicado pelo Clube de Autores;
- Clave e Lua, Poemas e Letras de Música, publicado pelo Clube de Autores;
- O Homem Metáfora, poemas para declamar, publicado pelo Clube de Autores;
- Cartilhas do Tropeirismo, pesquisa de História, publicado pelo Clube de Autores.
Vamos então ao tema de: Tropeiros.
O amigo Nilo Bairros de Brum, em uma conversa informal comigo, contou-me uma história interessante sobre essa música, Tropeiros.
Ele me contou que a princípio, o verso onde diz: João Miguel era Tropeiro, ele havia escrito assim: Meu avô era Tropeiro... e diz que, não sabe o porque, alterou a letra para: João Miguel era Tropeiro. Ofereceu então a letra para o amigo, cantor e compositor Léo Almeida colocar melodia. Após, concluída a melodia, enviaram para o Festival: SAPECADA DA CANÇÃO DE LAGES – SANTA CATARINA. A música foi classificada para o Festival. E para lá se deslocaram.
A interpretação do Léo Almeida foi brilhante e a música encaixou como uma luva para a população de Lages, pois muitos dos habitantes tinham descendência Tropeiras.
Moral da história, a música além de ganhar o Festival, fez um enorme sucesso perante todos os que lá estavam e até hoje é muito requisitada pelos ouvintes das rádios que apresentam músicas Gaúchas.
O detalhe dessa música fica por conta quando, na hora em que os autores recebem a premiação, o Nilo nos fala, até emocionado, que uma família de Lages, em prantos o procura e o questionam como ele, o Nilo, conheceu o João Miguel. Que, Ele era o seu avô paterno, que saiu para uma tropeada e nunca mais voltou para casa. O que havia acontecido com o João Miguel? Se ele estava ferido gravemente, se ainda vivia ou se estava morto? E como ele sabia do desaparecimento do João Miguel. E que a sua avó, enquanto vivia, todos os dias ficava com bem diz a música: com um olho nas crianças e o outro fitando a estrada. Enfim, após as devidas explicações dadas pelo Nilo, que nem ele mesmo soube explicar direito aos familiares, deixo as devidas conclusões para os leitores dessa verídica história, analisando o conteúdo da letra.
Tropeiros - Interprete: Léo Almeida
"O romantismo rendeu versos ao Gaudério* e a história decantou
Bandeirantes mas foram eles, os Birivas*, que fizeram
a integração destes povoados tão distantes"
João Miguel era tropeiro gastou a vida na estrada
Levando mulada* xucra do Rio Grande a Sorocaba
Aprendeu nas arribadas* que a sorte a gente é que faz
Um Biriva de vergonha não deixa mula pra trás
O facão Sorocabano levado sem aparato
O chapéu de abas largas as botas de cano alto
O trajar era modesto, mas a mirada era altiva
Subindo ou descendo a serra João Miguel era Biriva.
Bota n'água esta madrinha, madrinheiro*
Que a tropa vai seguindo enfileirada
Vou na balsa segurando o meu cargueiro*
Com as bruacas* de paçoca bem socada.
Maria murchou na vida de casa e cabo de enxada
Com um olho nas crianças e o outro fitando a estrada
João Miguel virou lembrança na cruz à beira da trilha
E Maria foi plantada lá no alto da coxilha*.
João Miguel era tropeiro, seus netos tropeiros são
De esperanças mal domadas que desgarrando se vão
A esperança madrinha segue na frente entonada
E seu cargueiro de sonhos traz a bruaca lotada.
GLOSSÁRIO:
- Arribadas - consistia em procurar e resgatar animais extraviados e devolvendo-os à tropa.
- Birivas – nome dado aos habitantes de Cima da Serra, descendentes de Bandeirantes, ou aos Tropeiros Paulistas.
- Bruacas – espécie de mala de couro cru, com alças laterais, apropriada para ser conduzida em lombo de animal, pendurada na cangalha, uma de cada lado.
- Cargueiro – animal utilizado para conduzir cargas, em geral muar.
- Coxilha – grande extensão ondulada de campinas cobertas de pastagens, que constituem a maior parte do território Rio Grande do Sul e onde se desenvolve a atividade pastoril dos Gaúchos.
- Gaudério – denominação dada ao antigo Gaúcho, em sentido depreciativo.
- Madrinha – era a égua madrinha. A égua mais experiente, de muitas tropeadas.
- Caminhos do Sul, pesquisa de história, republicado pelo Clube de Autores;
- Inconfidências Gaudérias, crônicas e conto, republicado pelo Clube de Autores;
- Clave e Lua, Poemas e Letras de Música, publicado pelo Clube de Autores;
- O Homem Metáfora, poemas para declamar, publicado pelo Clube de Autores;
- Cartilhas do Tropeirismo, pesquisa de História, publicado pelo Clube de Autores.
Vamos então ao tema de: Tropeiros.
O amigo Nilo Bairros de Brum, em uma conversa informal comigo, contou-me uma história interessante sobre essa música, Tropeiros.
Ele me contou que a princípio, o verso onde diz: João Miguel era Tropeiro, ele havia escrito assim: Meu avô era Tropeiro... e diz que, não sabe o porque, alterou a letra para: João Miguel era Tropeiro. Ofereceu então a letra para o amigo, cantor e compositor Léo Almeida colocar melodia. Após, concluída a melodia, enviaram para o Festival: SAPECADA DA CANÇÃO DE LAGES – SANTA CATARINA. A música foi classificada para o Festival. E para lá se deslocaram.
A interpretação do Léo Almeida foi brilhante e a música encaixou como uma luva para a população de Lages, pois muitos dos habitantes tinham descendência Tropeiras.
Moral da história, a música além de ganhar o Festival, fez um enorme sucesso perante todos os que lá estavam e até hoje é muito requisitada pelos ouvintes das rádios que apresentam músicas Gaúchas.
O detalhe dessa música fica por conta quando, na hora em que os autores recebem a premiação, o Nilo nos fala, até emocionado, que uma família de Lages, em prantos o procura e o questionam como ele, o Nilo, conheceu o João Miguel. Que, Ele era o seu avô paterno, que saiu para uma tropeada e nunca mais voltou para casa. O que havia acontecido com o João Miguel? Se ele estava ferido gravemente, se ainda vivia ou se estava morto? E como ele sabia do desaparecimento do João Miguel. E que a sua avó, enquanto vivia, todos os dias ficava com bem diz a música: com um olho nas crianças e o outro fitando a estrada. Enfim, após as devidas explicações dadas pelo Nilo, que nem ele mesmo soube explicar direito aos familiares, deixo as devidas conclusões para os leitores dessa verídica história, analisando o conteúdo da letra.
Tropeiros - Interprete: Léo Almeida
"O romantismo rendeu versos ao Gaudério* e a história decantou
Bandeirantes mas foram eles, os Birivas*, que fizeram
a integração destes povoados tão distantes"
João Miguel era tropeiro gastou a vida na estrada
Levando mulada* xucra do Rio Grande a Sorocaba
Aprendeu nas arribadas* que a sorte a gente é que faz
Um Biriva de vergonha não deixa mula pra trás
O facão Sorocabano levado sem aparato
O chapéu de abas largas as botas de cano alto
O trajar era modesto, mas a mirada era altiva
Subindo ou descendo a serra João Miguel era Biriva.
Bota n'água esta madrinha, madrinheiro*
Que a tropa vai seguindo enfileirada
Vou na balsa segurando o meu cargueiro*
Com as bruacas* de paçoca bem socada.
Maria murchou na vida de casa e cabo de enxada
Com um olho nas crianças e o outro fitando a estrada
João Miguel virou lembrança na cruz à beira da trilha
E Maria foi plantada lá no alto da coxilha*.
João Miguel era tropeiro, seus netos tropeiros são
De esperanças mal domadas que desgarrando se vão
A esperança madrinha segue na frente entonada
E seu cargueiro de sonhos traz a bruaca lotada.
GLOSSÁRIO:
- Arribadas - consistia em procurar e resgatar animais extraviados e devolvendo-os à tropa.
- Birivas – nome dado aos habitantes de Cima da Serra, descendentes de Bandeirantes, ou aos Tropeiros Paulistas.
- Bruacas – espécie de mala de couro cru, com alças laterais, apropriada para ser conduzida em lombo de animal, pendurada na cangalha, uma de cada lado.
- Cargueiro – animal utilizado para conduzir cargas, em geral muar.
- Coxilha – grande extensão ondulada de campinas cobertas de pastagens, que constituem a maior parte do território Rio Grande do Sul e onde se desenvolve a atividade pastoril dos Gaúchos.
- Gaudério – denominação dada ao antigo Gaúcho, em sentido depreciativo.
- Madrinha – era a égua madrinha. A égua mais experiente, de muitas tropeadas.
- Madrinheiro - era a pessoa que cavalgava a égua madrinha, seguindo na frente da tropa, para regular a marcha da mesma.
- Mulada – Tropa de mulas.
Fonte:
Texto enviado pelo autor.
- Mulada – Tropa de mulas.
Fonte:
Texto enviado pelo autor.
Um comentário:
Olá!
Sou Orli Schemes, criador e apresentador do programa ALMA GALPONEIRA, na 101.9 FM Lages (www.radio101fm.com.br), levado ao ar todos os sábados das 18 às 20 hroras, há 12 anos.
Este programa tem como objetivo principal tocar músicas nativistas, preferencialmente de Festivais, uma vez que nasceu inspirado na SAPECADA DA CANÇÃO NATIVA, festival que acompanho desde o seu início.
Sobre a música TROPEIROS, já toquei muitas vezes e não imaginava essa história. Que coisa fantástica e emocionante.
Neste sábado (18.11) vou tocar a música e compartilhar com nossos ouvintes esta "verídica história".
Sucesso ao Blog e Muito Obrigado pela contribuíção
Postar um comentário