A amizade pode ser
uma brilhante virtude,
pois ela nos faz crescer
num mar de solicitude.
As pedras da caminhada
fazem lutar todo o dia,
se soltas, nos valem nada,
juntas, têm grande valia.
Às vezes, nós perdoamos.
E a natureza? Jamais!
Deus perdoa quando erramos
até nos passos finais.
A vida chama a atenção
com perguntas e respostas,
sempre tem a solução,
basta não darmos as costas.
Cada momento vivido
se traduz numa vitória,
que sempre será relido
dentre as páginas da história.
Desde o primeiro momento
até os instantes finais,
seja a vida um testamento
só de amor, morte jamais.
É de um gesto pequenino
que a mudança resultou,
maior, somente o divino,
quando este mundo criou.
Enquanto puder andar
pelas estradas sem fim,
possa Deus se apoderar
do vazio dentro de mim.
Fazer tudo não consigo
para o mundo melhorar,
ó Senhor, conte comigo,
pois contigo vou contar.
Nem sempre a dor tem ferida,
às vezes, vem da saudade,
quem nunca a sentiu na vida
jamais amou de verdade.
Nenhuma planta pereça
sem perfumar os caminhos,
nem antes que amadureça
o menor dos seus frutinhos!
Nenhum tempo poderá
ser melhor do que o presente,
o que foi, não voltará,
e o vindouro está pendente.
Ninguém se sinta traído
por qualquer adversidade,
nem veja diminuído
o leque da dignidade.
O pranto rola no rosto
deixando transparecer,
duras marcas do desgosto
qual sequioso entardecer.
O sol fica entusiasmado
vendo a terra transbordar,
de luz, embora nublado
o dia se apresentar.
Perde-se tempo chorando
na esperança de ganhar,
no entanto, se cresce quando
no pranto se aprende a amar.
Se as escarpas ou espinhos
todos forem superados,
iremos pelos caminhos
com passos acelerados.
Sem temer dicotomias
que repelem nosso ser,
lutamos todos os dias
para a batalha vencer.
Tantas flores perfumadas
servem para embelezar,
ornamentam as estradas
por onde vamos passar.
Todo aquele que trabalha
pode ser um vencedor,
vencendo qualquer batalha
é mais que trabalhador.
Fonte:
Livro enviado pelo autor.
Luiz Damo. A Trova Literária nas Páginas do Sul. Caxias do Sul/RS: Palotti, 2014.
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