quarta-feira, 7 de abril de 2021

Nilton da Costa Teixeira (Ramalhete de Trovas) – 2

A jura é a falsa aliança
pela incerteza marcada
e faz da verde esperança
uma esperança frustrada!
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A mentira do sorriso
é silenciosa e indulgente,
e sempre vem de improviso
aos lábios tristes da gente!
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As campanhas meritórias
têm mais autenticidade
quando o resplendor das glórias
guardam silêncio e humildade
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Castro Alves é o verso ativo
da palavra em explosão,
fazendo o protesto vivo
contra a negra escravidão.
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Cruzes toscas nos caminhos
são mostras de iniquidades
remarcando nos espinhos
os silêncios das saudades.
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Despreocupado com a morte,
para quem tão pouco resta,
mesmo os rigores da sorte
são verdes sonhos de festa!
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Em majestoso clarão,
tendo desenhos no centro,
parece a lua um balão,
levando São Jorge dentro.
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Em momentos silenciosos
relembrando meus desejos.
Volto aos dias venturosos
das doçuras dos teus beijos.
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Em silêncio, entre matizes,
estrelas postas ao léu,
mostram sorrisos felizes
dos anjos que estão no Céu.
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Em triste recolhimento,
a saudade enternecida
guarda em silencio o tormento
de um beijo de despedida.
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Entrando pela vidraça,
o clarão do sol nascente
traz otimismo de graça
para os anseios da gente.
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Entre clarões de indulgência,
a humildade e a tolerância
vencem, com muita frequência,
o fantasma da arrogância.
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Esse clarão que traduz
boa amizade e confiança
é como um facho de luz
feito de amor e esperança.
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Eu, eterno sonhador,
portei-me como um menino,
vendo clarões de esplendor
nas mentiras do destino.
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Fiel a tantos mistérios,
a noite vem, sem alarde,
no luto dos cemitérios,
dormir nos ombros da tarde!
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Fiel ao sonho desfeito
há, no mundo, certa gente
guardando dentro do peito
toda a descrença que sente!
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Fiel aos sonhos vassalos,
qualquer grande sonhador
guarda o medo de guardá-los
escondendo sua dor.
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Há silêncios manifestos
calando sempre mais fundo,
porque são mudos protestos
aos desaceitos do mundo.
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No coração do mendigo,
todo o verdor da esperança
vive em carência de abrigo
do sonho que nunca alcança!
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No mundo das fantasias,
sinto clarões de esperança,
fingindo ter alegrias.
tendo ilusões de criança.
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Nos clarões da madrugada,
as estrelas, céu a fora,
parecem joias coladas
nos cortinados da aurora.
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No silêncio das esperas,
entre meus dias tristonhos,
vou sonhando primaveras
nos espinhos dos meus sonhos.
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O dia 22 de abril,
Cabral e Porto Seguro.
são na História do Brasil,
sempre degraus do futuro.
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O Judas de hoje, moderno,
maneiroso, demagogo,
não teme os clarões do inferno
porque dança sobre o fogo!
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() Sol dobrando o poente,
mostra um clarão moribundo
qual uma vela descrente
que se apaga para o mundo.
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Quando a manhã se agiganta
e mais clarão irradia,
a esperança se levanta
para sonhar mais um dia.
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Santos Dumont com coragem
e com a nave pioneira
foi ao céu soltando a aragem
a Bandeira Brasileira.
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Se, ao silêncio nos induz,
um pedido de segredos,
tem sempre a forma de cruz
sobre os lábios, nossos dedo.
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Sempre a palavra saudade
entre o silêncio e a emoção,
tem um quê de eternidade
morando no coração.
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Sempre em silêncio profundo,
no mais triste desencanto,
vamos nós por este mundo,
chorando e escondendo o pranto.
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Sempre em silêncio vivendo,
eu venho, desde criança,
por entre espinhos sofrendo
sem ter qualquer esperança.
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Silencioso em meus versinhos
escrevendo-os sempre a esmo,
eu retrato pedacinhos
dos pedaços de mim mesmo.
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Tem cautela, não te iludas,
entre silêncios, contigo,
haverá um novo Judas
que se veste como amigo!

Fonte:
Trovas enviadas por Nilton Manoel.

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