A CRIANÇA QUE EU FUI
A criança alegre e travessa que eu fui,
que usava calça curta com suspensório,
camisa de morim branco, boné de pano de saco,
sempre de pés descalços ou de come-quietos;
que se encantava com flores, pássaros e borboletas,
que dava nome às nuvens pelos seus formatos,
a criança que nunca andava, sempre corria,
parecendo querer alcançar o tempo;
o menino levado que sempre estava aprontando:
fazendo guerra de mamona com os outros amigos,
ou descendo as ladeiras de carrinho de rolimã,
rasgando as roupas ou ralando joelhos e cotovelos;
que caçava as aranhas-segredo com cera em um fio,
que com um estilingue espantava os pássaros,
ou então procurava os seus ninhos entre os arbustos,
que caçava as belas borboletas multicores;
o menino que jogava bola no campinho improvisado,
que se banhava ou pescava nos riachos e nos rios,
que escalava as árvores em busca de seus frutos,
que empinava pipas no ventoso mês de agosto;
o menino que brincava nas ruas de terra
de pula-sela, paradinho, ou de esconde-esconde,
que incursionava nas matas procurando tesouros.
Essa criança que eu fui, ao invés de deixá-la
à margem da longa estrada da minha vida,
eu a trouxe sempre comigo por todo o tempo,
e embora, com certas limitações, está viva e feliz.
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EU QUERIA MUDAR O MUNDO
Eu sempre pensei em mudar o mundo,
não totalmente, mas de alguma forma.
Como o faria na minha pequenez,
com a minha humildade, com o que sabia?
E pensando assim passei a escrever,
a escrever palavras que me vinham à mente,
e as agrupando formando frases,
e dando sentido a elas de forma contínua,
até que gerei o meu primeiro poema.
Se eu gostei dele? Sim, era minha cria,
e como mãe coruja, li, reli, o adornei,
e como mãe coruja aconcheguei-o a mim,
e com muito medo que rissem dele,
que achassem feio o filho que gerei,
o guardei num lugar recôndito.
Mas continuei com a minha missão,
a usar o talento que Deus me deu,
até que um dia criei coragem
e mostrei a minha prole aos amigos.
Notei em alguns certos desdéns,
bem disfarçados para não ofender;
mas vi os olhos de outros brilharem,
e seus sorridos aflorarem às bocas.
Foi então que criei coragem
e com muita alegria os publiquei
sem pretensões, sem esperança,
pois se só um leitor gostasse,
eu estaria realizado.
Faça assim também e crie sua obra!
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FÊNIX REDIVIVA
Como a fênix rediviva das suas cinzas,
a cada dia procuro renovar-me,
sobrepujando as minhas agruras,
vencendo os meus temores,
esquecendo as minhas decepções,
perdoando todas as ofensas,
ignorando os mexericos,
suplantando as adversidades.
Como a fênix rediviva das suas cinzas,
a cada dia procuro voar mais alto,
observando os detalhes de tudo,
admirando o que julgava insignificante,
encontrando graça nas pequenas coisas,
tendo esperança de que tudo melhore,
desejando a paz e a felicidade de todos,
amando sempre e a cada vez mais.
Como a fênix rediviva das suas cinzas,
a cada dia tenho a certeza de que
posso ressurgir quando quiser,
posso me redimir dos meus erros,
e procurar mudar minhas convicções,
ajudando a vida a ser melhor.
E como a fênix rediviva das cinzas,
posso a cada dia ser mais feliz!
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MARIA-FUMAÇA
Chegando, partindo,
trazendo, levando,
chegando, trazendo,
partindo, levando!
Soltando fumaça,
o apito soando,
queimando a lenha
formando o vapor;
trazendo alegria,
saudade deixando;
maria-fumaça,
Maria de outrora,
da infância distante
na terra natal;
maria-fumaça,
Maria de um tempo
de sonho e inocência,
que como fumaça
levada ao vento
o tempo levou!
Fonte:
Facebook do poeta.
Facebook do poeta.
Um comentário:
Meu amigo, obrigado pelas postagens.
Um grande abraço.
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