segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Carolina Ramos (Bleu)

Uma questão puxa a outra, e nem a narrativa segue a ideal ordem cronológica. Exemplo: - Este Bleu, que se inicia, pertence a uma fase anterior ao que foi acima vivenciado. A inversão pecaria contra a espontaneidade e assim, que tudo fique como está. A esclarecer que, no caso anterior, se dezesseis era a Idade da protagonista no presente relato, a protagonista teria apenas nove ou dez anos, embora os sentimentos por aquele gatinho especial, perdurem até hoje.

- Bleu... Era o meu querido gatinho azul! Sim, azul… ou, cinza azulado, para ser mais fiel. Lindo demais! E por demais querido, também! - Paixão à primeira vista!

Numa das férias passadas em Campos do Jordão, durante um passeio, encontrei-o à porta de uma casa. E simplesmente encantei-me por ele! Foi vê-lo e compra-lo! – Ou melhor, comprou-o minha mãe, para felicidade da filha, mas, tenho certeza de que também ela se apaixonara pelo tal gatinho azul, realmente fora de série!

O gato dos meus sonhos! E dos sonhos de qualquer criança que o tivesse visto, ainda que por só uma vez! Escrevi, posteriormente, um conto infantil, "O Gato Azul", do qual é personagem principal.

Bleu encantou minha vida por algum tempo, companheiro inseparável, até mesmo nas horas de estudo. Dói-me pensar nele. Porquê?

Encurto a história por ser triste:

- Certa noite... dolorosa noite! Não sei como aquilo pode acontecer... Contudo, infelizmente, aconteceu.

Naquela noite escura e fatídica... de tão triste memória, meu gatinho azul foi dolorosamente atropelado pelo carro de meu pai, à entrada da garagem.

Pude ver o desgosto estampado no rosto daquele pai acentuar-se ante o desespero da filha! - Nem é bom lembrar! - Que este relato, embora indispensável, seja breve e o silêncio sepulte a dor que, tanto tempo depois, ainda dói!

Fonte:
Carolina Ramos. Meus Bichos, Bichinhos e… Bichanos. Santos/SP: Ed. da Autora, 2023.
Enviado pela autora.

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