domingo, 13 de agosto de 2023

Daniel Maurício (Poesias da Madrugada) I


Agora
não
“caio mais
na tua onda"
é que
com a vida
tive
que aprender
a surfar.
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Amanheço em você.

De mansinho
a noite escapa
pela fresta
da cortina
e o sonho inacabado
por você, menina,
deixei guardado
embrulhado na
florida fronha.
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Ao alcance
da língua
ou
a amizade
permanece
ou
num lance
se finda.
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Cessaram
as 
procuras
pois você
é
a versão
definitiva
do meu
amor
= = = = = = = = = 

Com as folhas
aprendi
a ler o tempo
das coisas.
Quando senti
que querias ir
disfarcei
um sorriso
e deixei
escapar
um até mais.
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Contemplação.
Embora
as palavras
queimem
minha língua,
ante a beleza
do amor
silencio
o meu olhar.
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Desejo

Mesmo
com o passar
do tempo
o teu olhar
cioso
ainda ronrona
em minha pele.
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Do
sapato
antigo
florescem
lembranças
dos caminhos
percorridos.
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Enquanto
as lembranças
amarelam
com o tempo
guardo o nosso amor
feito relicário
no meu peito
cumprindo
a promessa
que um dia
eu te fiz.
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E quando
ela caiu
em si
o amor
que sentia
por mim
já tinha se
enraizado
por dentro.
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Mais alto
do que a pipa
voam
os sonhos
de menino
recordo
com saudades
das lindas tardes de
domingo.
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Na
explosão
do 
amor
a flor
mostra
o seu
rosto.
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Não quero mais
devolver
o sorriso
que emprestastes
ao meu rosto
digas
que pra sempre
tu ficarás.
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No
banco
vazio
meus
olhos
enxergam
saudades.
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No mar de
hortênsias
a abelha feliz
mergulha
sem medo
e nas ondas azuis,
em paz
segue sua rota
em segredo.
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0 silêncio
do moribundo
doía na carne
mas os gritos
da sirene
sangravam
na alma.
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O tempo
enrijece
o cerne
dos homens
em
seus
desertos.
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Quando
te entreguei
meu coração
era pra que tu
morasses dentro
e não pra que
o levasses
no adeus
me deixando
um vazio imenso.
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Sem
meias palavras
prefiro as tuas
que vem nuas
e batem
em meu rosto
feito
um beijo
gelado.
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Fonte:
Daniel Maurício. Poesias da madrugada. Curitiba: Ed. do Autor, 2021.
Enviado pelo poeta.

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