Dona Florzinha era uma senhora franzina de olhos vívidos, extremamente simpática. Usava sempre o cabelo em coque e vestia-se com apuro e elegância.
Morava em um casarão numa das esquinas da Praça dona Izabel, ao lado da igreja.
Todas as tardes dona Florzinha postava-se à janela, pois assim dava um dedo de prosa com cada passante e todos, invariavelmente, paravam para conversar, pois sua conversa era inteligente e sagaz, sempre em tom alegre e carinhoso.
Certa feita, já na boca da noite, uma solteirona que morava um pouco abaixo parou para conversar e dona Florzinha perguntou em tom jocoso:
- Menina, você não tem medo de andar na rua a estas horas? E se um tarado te pega?
A moça, então, no mesmo tom respondeu:
- Dona Florzinha, por favor, me avise se souber onde está o tarado. Eu é que quero correr atrás dele.
E riram-se a bandeiras despregadas.
Assim era dona Florzinha, pessoa inesquecível.
Fonte:
Texto enviado pelo autor.
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