domingo, 6 de agosto de 2023

Clarisse da Costa (O amor subiu pelo telhado)

Sabe aquela história do "gato subiu pelo telhado"? Pois então, agora quem subiu pelo telhado foi o amor. É um tanto irônico isso, mas é a realidade atual. A Cinderela desceu as escadas de sandália, entrou no ônibus, na linguagem popular "busão", e foi trabalhar. No celular uma mensagem de alguém que nunca viu na vida dizendo: Oi minha linda, eu vi a sua foto e me apaixonei. 

Quase que dizendo eu te amo. Porque as pessoas ultimamente dizem "eu te amo" como se dissessem bom dia. Simples falar de amor, mas quem ama de verdade? 

Esse idealismo dos contos de fadas é totalmente fora do contexto da realidade. Os príncipes nem sequer conheciam as princesas e já tinham um imenso amor por elas. Seria este o amor à primeira vista? É como ler um livro e não passar do primeiro capítulo. E não me venha com a história de que a culpa é das estrelas, o culpado é a falta de sensibilidade e humanidade de muitas pessoas. 

Chegando em casa, a Cinderela de uma comunidade pobre, numa região litorânea do sul do Brasil, vê as mensagens recebidas. Todas falando de amor e como de costume aquele bate-papo clichê. São tantas palavras no aplicativo de mensagens que o dicionário Aurélio tem ficado para trás, porque não tem nas suas páginas o linguajar usado na Internet.

E o amor com todas as abreviações fica sem sentido.

Fonte:
Enviado por Samuel da Costa.

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