La pobreza en la humildad,
en noche fría de invierno,
es tristeza, es soledad...
¡es mismo, un cruel infierno!
MOTE:
A pobreza na humildade,
em noite fria de inverno,
é solidão, é saudade...
é mesmo um cruel inferno!
Carmen Patiño Fernandes
(España)
GLOSA:
A pobreza na humildade,
quando falta pão e abrigos,
suspira por igualdade,
lamenta a falta de amigos!
Dormindo, só, pela rua,
em noite fria de inverno,
o menino tem da Lua,
seu único abraço terno!
É triste a realidade,
amarga, sem alegria,
é solidão, é saudade...
é só dor, só nostalgia!
A miséria, a fome, enfim,
parece um problema eterno...
Sinto em prantos dentro em mim:
é mesmo um cruel inferno!
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MEDOS...
MOTE:
A solidão forja medos...
e ao me deixares um dia,
feri os pés nos rochedos
sem temer a travessia!
Florestan Japiassú Maia
Rio de Janeiro/RJ, 1915 – 2006
GLOSA:
A solidão forja medos...
Eu me sinto enclausurado,
escravo dos meus segredos
e neles acorrentado!
Eu pensava que me amavas...
e ao me deixares um dia,
meu coração tu roubavas
e toda a minha alegria!
Rasguei, então, os enredos,
da nossa história de amor,
feri os pés nos rochedos
e enfrentei toda essa dor!
Com meus medos exilados,
vestidos de nostalgia,
transpus abismos passados
sem temer a travessia!
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FUTURO INCERTO...
MOTE:
Quanto mais olho o futuro,
vejo a solidão na estrada
fico perdido, inseguro,
ante a angústia de meu nada...
Ivone Taglialegna Prado
Paraguaçu/MG, ??? – 2022, Belo Horizonte/MG
GLOSA:
Quanto mais olho o futuro,
menos consigo enxergar,
está tudo tão escuro,
me sinto desanimar.
Na estrada da solidão,
vejo a solidão na estrada
e o meu pobre coração,
só com ela acompanhada!
Sozinho, não me aventuro,
tremo e choro, eu sinto medo,
fico perdido, inseguro,
o meu futuro é um segredo!
Essa dúvida angustia
minha alma desordenada,
que parte em busca do dia
ante a angústia de meu nada...
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SONHOS
MOTE:
Sou feliz na meia-idade,
revivendo, persistente,
os sonhos da mocidade,
nos sonhos do meu presente.
João Freire Filho
Rio de Janeiro/RJ, 1941 – 2012
GLOSA:
Sou feliz na meia-idade,
vivo de recordações
da colorida amizade
sempre cheia de emoções!
Sinto de novo a ternura
revivendo, persistente,
tantos dias de ventura
de uma vida comovente.
Relembro com ansiedade
aquele amor tão profundo...
os sonhos da mocidade,
melhores sonhos do mundo!
Quase-velho e já cansado
me torno um adolescente,
transformo o sonho passado,
nos sonhos do meu presente.
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EU TE AMEI
MOTE:
Eu te amei sem ser amado,
e ainda, por te querer,
peço perdão de um passado
que eu não consigo esquecer...
Milton Nunes Loureiro
Campos/RJ, 1923 – 2011, Niterói/RJ
GLOSA:
Eu te amei sem ser amado,
te desejei noite e dia,
foste o sonho mais sonhado...
foste a tristeza e a alegria!
Resta sempre uma esperança,
e ainda, por te querer,
sinto aumentar a confiança...
nova luz no amanhecer...
Mas quando estou ao teu lado,
sinto medo, um medo atroz,
peço perdão de um passado
nunca vivido por nós!
O amor não correspondido
causa dor e padecer,
é tão forte, tão sofrido,
que eu não consigo esquecer...
Fonte:
Gislaine Canales. Glosas Virtuais de Trovas X. In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós. http://www.portalcen.org. Agosto 2003.
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