sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Aparecido Raimundo de Souza (Pulp’s)

O pior cego é aquele que nunca se enxergou - primeiramente a si mesmo -, no espelho interno da sua alma”. 
Tompson de Panasco.

A BURRICE ou o despautério das pessoas, não se arregimenta em fazer o que elas querem, de livre vontade e, sim, no que os outros escolhem e perpetram, geralmente contra seus princípios morais.  De certa forma, este particular quase insignificante as deixam e as tornam submissas. Num quadro geral, viram escravas de desonrosa e desprezível estupidez.

Em cada um de nós (seres humanos) existe uma pequena parcela de imbecilidade, como também de idealismo. Ambos funcionam como uma balança de precisão imprecisa. Com o passar do tempo, ou a extravagância prevalece, aflorando, ou a futilidade toma conta fazendo da personalidade do infeliz um joguete a seu bel prazer.

O “ideal” de toda alma vivente (ou a sua congeminação) deve ser como a árvore plantada no meio de uma floresta enorme. Ter suas raízes sedimentadas em terra firme, cravadas de modo duradouro e eterno. Ao contrário da boçalidade. Seus embriões precisam navegar continuamente em águas correntes.

Aconteça o que acontecer, meus caros amigos, nunca percam a esperança de serem felizes. Estejam alegres, saltitantes, haja o que houver. Seja o que for que esperem, não importa. Dias melhores, horas mais benfazejas, momentos mais agradáveis, surgirão em oportunos instantes, para que realizem seus propósitos e intentos de acordo com as necessidades consideradas mais prementes.

Lembrem que as criaturas de corações tidos como excelentes, exigem tudo de bom de si mesmas, principalmente em relação aos demais da sua estirpe. Os medíocres, ao contrário, esperam tudo de belo e majestoso, mas vindo dos outros semelhantes à sua volta.

“De onde menos se espera – dizia o Barão de Itararé – é que não sai nada mesmo.” Existem controvérsias quanto a este pensamento. Desta forma, procurem incansavelmente os seus “de onde menos se espera”. De repente, contrariando literalmente o famoso jornalista Apparício Torelly (1895-1971), as senhoras e os senhores deem de cara com algo suntuoso que não estava previsto e este simples gesto virá fazer ou fará toda a diferença em suas vidinhas medíocres.

Mas atenção, amigos. Cuidado com as contraindicações. Leiam, antes, a bula. “Enquanto há vida, há esperança.”, lecionava o filósofo romano Cícero (106-43 a. C). Do mesmo modo, onde há esperança, aí estará e se presenciará a vida. De modo algum deixem que se esvaia a esperança pela vida. Tampouco a vida pela esperança. Não chovam –, dito de outra maneira –, no molhado, nem façam sombras onde a escuridão impera duradoura e determinante. 

A melhor parte das nossas vidas, passamos em aguardar o que, talvez, nunca aconteça. Todavia, às vezes, o destino interfere, arrebatador, dando uma forcinha e nos brindando com aquilo que almejamos num abrir e piscar de olhos. A sorte às vezes, aparece, surge do nada, quando menos esperamos pela sua visita.

“Um raio de sol é suficiente para afastar muitas sombras”, no entendimento do religioso italiano e depois canonizado santo, Francisco de Assis. Porém, jamais se olvidem de um detalhe importantíssimo. A esperança é como a vida plena.  Se ocupem dela sonhando com os olhos bem abertos, de preferência quando estiverem dormindo.

Em tempo algum deixem de ser otimistas. O entusiasmo, o positivismo; alegra a alma; clareia o espírito; ajuda na reestruturação do corpo cansado; além de espalhar; para longe; as contrariedades e as tristezas do dia a dia.

Esperançosos e confiantes são aquelas pessoas que acreditam, que creem piamente que o que está para acontecer (seja de agradável, ou de temeroso, por alguma forma inexplicável), será sumariamente adiado. 

“A crença positivista – na concepção da escritora americana Helen Keller, autora de “A história da minha vida” é a FÉ em constante AÇÃO.” Em resumo, se vocês perderem a AÇÃO, a FÉ irá, de mala e cuia, para os cafundós. E vice-versa.

Como um todo, não devemos nunca, senhoras e senhores, deixar que se percam as ilusões. Sejam elas quais forem. Ilusões perdidas seriam (grosso modo), como mandarmos para o espaço, de uma vez para nuca mais, a realidade pujante e viçosa em que vivemos.

Necessitamos constantemente massagearmos nosso ego, alimentando-o todos os dias (ainda que construindo castelos no ar), embora tenhamos pleno conhecimento que nos será cruel e doloroso a sua destruição, logo adiante.

“A capacidade de nos iludirmos nessa vida de altos e baixos (ensinava, com muita propriedade, Jane Wagner, escritora e humorista) pode ser uma importante ferramenta de sobrevivência.”   

Tenham este conceito aparentemente bobo, meus queridos leitores, ao alcance das mãos. Usem como uma espécie de sentença, ou acórdão*. “Pode ser uma importante ferramenta de SOBREVIVÊNCIA.” De fato, se forem pesquisar a fundo, NÃO DEIXA DE SER. OU MELHOR, É.
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*Acórdão = [Jurídico] Última sentença ou decisão final que, atribuída por uma instância superior, começa a valer como modelo para resolver casos, questões ou situações de teor semelhante.

Fonte:
Enviado pelo autor, da Lagoa Rodrigo Freitas, no Rio de Janeiro.  

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