terça-feira, 10 de julho de 2012

Sylvia Orthof (1932 – 1997)

Sylvia Orthof é reconhecidamente uma das mais importantes escritoras de literatura infantil brasileira. Segundo a também escritora, pedagoga e atriz Fanny Abramovich, Sylvia Orthof é a melhor autora de textos infantis do Brasil depois de Monteiro Lobato; "a única capaz de ser parceira dele".

Dona de um fluxo imaginativo desenfreado, estima-se que tenha criado cerca de 500 histórias. Muitas se perderam no tempo, foram rasgadas, ficaram no registro oral ou televisivo. Mais de 100 livros de literatura infantil e juvenil foram publicados por 30 editoras! Produziu nos três gêneros: poesia, teatro e ficção. E ainda é responsável pelas ilustrações de alguns de seus livros.

Seu estilo único, a linguagem coloquial e o humor encantam os pequenos leitores, dentro e fora das escolas. Seus diálogos sonoros e recheados de nonsense são encenados tanto em palcos improvisados quanto nos tradicionais teatros brasileiros. Suas narrativas divertidas ganham vida na voz de contadores de histórias por todo o país. Seu talento para provocar a imaginação das crianças e conduzi-las pelo fascinante universo da leitura renderam-lhe numerosos e importantes prêmios.

Mesmo depois de sua despedida, sua obra continuou abrindo a porta da leitura para as crianças. A criatividade da autora inspira formas de divulgação originais.

Carioca, Sylvia Orthof nasceu em 1932, filha única de um casal de imigrantes pobres. Seus pais eram judeus austríacos e fugiram para o Brasil entre as duas guerras mundiais. Para cá vieram também seus avós e seus tios. Era uma família que respirava arte. O pai era pintor; o tio materno, compositor; a avó paterna era casada com um letrista de operetas vienenses; e a avó materna era pintora e ceramista.

Sua infância difícil era ainda tumultuada pelo desencontro de idiomas. Aprendeu, primeiramente, a falar o alemão e até o início da idade escolar falava português com sotaque. Refugiados em um país que lutava ao lado dos Aliados na II Guerra Mundial, seus pais cuidavam para que não fossem confundidos com nazistas. Por isso evitavam falar em público a língua alemã. Embora fosse algo incomum na época, eles se separaram quando a filha tinha sete anos. O pai Gerhard casou-se novamente e Sylvia foi morar com sua avó Trude (Gertrud).

Da formação à ação

Sylvia teve formação artística. Estudou mímica, teatro, pintura, desenho e arte dramática. Tinha apenas 15 anos quando começou a atuar na Escola de Arte Dramática do Teatro do Estudante. Aos 18, foi estudar teatro, desenho e mímica em Paris. Lá, aprendeu mímica com Marcel Marceau. Retornou ao Brasil dois anos depois e foi trabalhar em São Paulo como atriz no Teatro Brasileiro de Comédias (TBC) e na TV Record. No Rio de Janeiro, atuou ao lado de grandes nomes do teatro e da TV.

Em 1957, casou-se com Sávio Pereira Lima e se mudou para uma aldeia de pescadores chamada Nova Viçosa (na época, Marobá), no sul da Bahia. Com as crianças do lugar, desenvolveu um teatro de bonecos feitos de sabugo de milho e de palha. Assim começou sua ligação com o teatro infantil.

Ainda na Bahia, teve sua primeira filha, Cláudia Orthof. Dois anos depois, foi morar em Petrópolis, onde nasceu seu filho Geraldo (o Gê Orthof, hoje ilustrador). O terceiro filho, Pedro, nasceu depois de nova mudança do casal, desta vez para Brasília, em 1960.

Na TV Brasília, trabalhou em um programa infantil de fantoches, o Teatro Candanguinho. Foi contadora de histórias na rádio MEC, júri do concurso de Miss Brasília. Como desenhista de fantasias de carnaval, ganhou todos os prêmios da categoria “originalidade”. Mesmo sem ter feito curso universitário, passou a lecionar teatro na Universidade de Brasília e a coordenar as atividades de teatro do SESI. O trabalho ali desenvolvido com operários acabou lhe trazendo problemas com o governo militar. Por conta disso, ela se refugiou em Paris durante quatro meses, no ano de 1966.

De volta a Brasília, Sylvia teve que enfrentar mais tarde a notícia da doença de seu marido. Assustado com o câncer, ele devolveu a mulher e os filhos para o sogro. Voltaram, então, em 1972, a morar em Petrópolis, onde retomaram contato com velhos amigos, como o casal Póla e Tato Gostkorzewicz e Zilahe Luís Tranin.

Aos 40 anos, Sylvia ficou viúva. Passado algum tempo, casou-se com o velho amigo Tato, que também havia perdido sua esposa em um acidente. A mudança do casal para o Rio de Janeiro em 1974 marcou a retomada de sua vida profissional, dessa vez em outro campo: a literatura.

Da afirmação como escritora

Nessa nova fase, escreveu e dirigiu “A Viagem do Barquinho”, peça infantil encenada no MAM em que toda a família trabalhava. Fundou, em 1975, a Casa de Ensaios Sylvia Orthof, dedicada exclusivamente a espetáculos infantis. Nesse mesmo ano, ganhou o primeiro lugar no Concurso Nacional de Dramaturgia Infantil Guaíra, do Paraná. Quatro anos depois, seu conto “O Pé Chato e a Mão Furada” foi premiado no 1º Concurso Nacional de Contos Infantis do Banco Auxiliar de São Paulo.

É nesse momento que sua vida de escritora se inicia oficialmente. Um convite de Ruth Rocha para escrever histórias infantis para a revista Recreio abriu definitivamente as portas da literatura infantil para Sylvia Orthof. Já em 1981, publicou a primeira das mais de 120 histórias infantis e infanto-juvenis que escreveu. Versátil, a autora explorou diversos gêneros literários: prosa, poesia e teatro. Embora iniciada tardiamente, aos 40 anos, a carreira de Sylvia Orthof consagrou-a como uma das maiores escritoras infantis do país.

Da despedida que deixa um legado

Ganhou inúmeros prêmios por suas obras, entre eles 13 títulos premiados com o selo Altamente Recomendável para Crianças pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

Viveu seus últimos anos de vida em Petrópolis. Descobriu em 1996 que estava com câncer e faleceu um ano e meio depois, no dia 24 de julho de 1997. Mesmo sofrendo com a doença, continuou escrevendo histórias.

Sua vida e sua obra continuam inspirando até hoje inúmeros escritores infantis. Isso sem contar a grandiosidade da herança que deixou a todos os seus leitores.

Prêmios

1975 - "Viagem de um Barquinho"
1o lugar no Concurso Nacional de Dramaturgia Infantil Guaíra, do Paraná

1976 - "Eu Chovo, Tu Choves, Ele Chove"
1º Prêmio de Dramaturgia no Paraná

1978 - "A Viagem do Barquinho"
Prêmio Molière de Teatro

1979 - Espetáculo "A Gema do Ovo da Ema"
Concurso do Serviço Nacional de Teatro

Conto "O Pé Chato e a Mão Furada"
1º Concurso Nacional de Contos Infantis do Banco Auxiliar de São Paulo

1982 - "A Vaca Mimosa e a Mosca Zenilda"
Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, na categoria Literatura Infantil

1983 - "Os Bichos que Tive"
Prêmio de melhor livro infantil do ano da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte)
Prêmio de melhor livro para a criança da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil)

1985 - "O Sapato que Miava"
Prêmio de Jornalismo da Abril

1986 - "Os Bichos que Tive"
Certificado de Honra do Ibby (International Board on Books For Young People)

1987 - "Ponto de Tecer Poesia"
Prêmio Odylo da Costa Filho, da FNLIJ

1990 - Adaptação para o teatro pelo grupo Tespis de "O Cavalo Transparente"
Prêmio de melhor espetáculo do ano em teatro infantil da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte)

LIVROS PUBLICADOS

A Barriga de H. Linha
A Bruxa Fofim
A Décima Terceira Mordida
A Fala Lá de Pasárgada e Cabidelim, o Doce Monstrinho
A Fada Sempre Viva e a Galinha-Fada
A Família Eco-Eco
A Garupa e Outros Contos
A Gema do Ovo da Ema
A Limpeza de Teresa
A Luxúria
A Mesa de Botequim e Seu Amigo Joaquim
A Onça de Vitalino
A Poesia É uma Pulga
A Rainha Rabiscada
A Vaca Mimosa e a Mosca Zenilda
A Velhota Cambalhota
A Viagem de um Barquinho
Adolescente Poesia
As Aventuras da Família Repinica
As Casas que Fugiram de Casa
As Visitas de Dona Zefa
Ave Alegria
Avoada, a Sereia Voadora
Bagunça Total na Cidade Imperial
Bóia, Bóia, Lambisgóia
Bruzundunga da Silva
Cadê a Peruca de Mozart?
Canarinho, Cachorrão e a Tigela de Ração
Cantarim de Cantará
Chamuscou, Não Queimou
Choque no Roque
Chora Não!
Ciranda de Anel e Céu
Contos de Estimação
Conto com você
Contos da Escola
Contos para Rir e Sonhar
Cordel Adolescente, Ó Xente!
Cropas ou Praus?
Currupaco, Paco e Tal, Quero Ir pra Portugal!
Dita-Cula, a Coruja
Doce, Doce... e Quem Comeu Regalou-se
Dona Lua Vai Casar
Dona Noite Doidona
Dragonice Diz-que-Disse
Duas Histórias de Perna Fina
Dumonzito, o Avião Diferente: Passageiro Igual a Gente
Enferrujado, Lá Vai o Soldado
Ervilha e o Princês
Eu Chovo, Tu Choves, Ele Chove
Eu Sou Mais Eu
Fada Cisco-Quase-Nada
Fada Fofa e a Onça Fada
Fada Fofa e os Sete Anjinhos
Fada Fofa em Paris
Fantasma de Camarim
Faz de Conto
Felipe do Abagunçado
Foi o Ovo? Uma Ova!
Folia dos Três Bois
Fraca Fracola, Galinha d'Angola
Galo, Galo, Não Me Calo!
Gato pra Cá, Rato pra Lá
Guardachuvando Doideras
História Avacalhada
História de Arrepiar o Cabelo
História Engatada
História Enroscada
História Vira-Lata
Histórias Curtas e Birutas
João Feijão
Jogando Conversa Fora
Livro Aberto: Confissões de uma Inventadeira de Palco e Escrita
Luana Adolescente, Lua Crescente
Mais-que-Perfeita Adolescente
Malandragens de um Urubu
Malaquias
Manual de Boas Maneiras das Fadas
Maria Vai com as Outras
Mas que Bicho Lagarticho
Meus Vários Quinze Anos
Moqueca, a Vaca
Mudanças no Galinheiro, Mudam as Coisas por Inteiro
Nana Pestana
Nem Assim Nem Assado
No fundo do fundo, Lá Vai o Tatu Raimundo
O Cavalo Transparente
O Inspetor Geral
O Livro que Ninguém Vai Ler
O Rei Preto de Ouro Preto
O Sapato que Miava
Os Bichos que Tive: Memórias Zoológicas
Ovos Nevados
Papai Bach, Família e Fraldas
Papos de Anjo
Pé de Pato
Pequenas Orações para Sorrir
Pererê na Pororoca
Pinguilim, Voz de Flautim
Pirraça que Passa, Passa
Pomba Colomba
Ponto de Tecer Poesia
Puratig, o Remo Sagrado
Que Raio de História!
Que Saracotico!
Quem Acorda Sonha
Quem Roubou o Meu Futuro?
Quincas Plim, Foi Assim
Rabiscos ou Rabanetes
São Francisco Bem-Te-Vi
Saracotico no Céu
Se a Memória Não Me Falha
Se as Coisas Fossem Mães
Se Faísca, Ofusca
Senhor Vento e Dona Chuva
Sonhando Santos Dummont
Sou Miloquinha, a Duende
Tem Cachorro no Salame
Tem Cavalo no Chilique
Tem Graça no Botticelli
Tem Minhoca no Caminho
Tia Anacleta e Sua Dieta
Tia Carlota Tricota e Tricota!
Tia Januária é Veterinária
Tia Libória Conta História
Trem de Pai... Uai!
Tumebune, o Vaga-Lume
Um Pipi Choveu Aqui
Uma Estória de Telhado
Uma Velha e Três Chapéus
Uxa, ora Fada, ora Bruxa
Você viu? Você ouviu?
Vovô Bastião Vai Comendo Feijão
Vovó Viaja e Não Sai de Casa
Zé Vagão da Roda Fina e Sua Mãe Leopoldina
Zoiudo, o Monstrinho que Bebia Colírio

Estilo e linguagem

Quando ler é sinônimo de brincar e sonhar

A "prosa feroz e alucinada" de Sylvia Othof levou Gê Orthof a caracterizar a escrita da mãe como "selvagem". Rebelde por natureza, jamais optou por corresponder ao que esperavam dela como escritora infantil. Por coerência, também não concordou com a crença geral que identificava como baixas as expectativas dos pequenos leitores. Assim, não respeitou as tradições que insistiam em considerar a literatura infantil uma literatura menor.

A exemplo de Monteiro Lobato, rompeu a tradição de produzir uma literatura de cunho pedagógico e doutrinário. Suas histórias nada têm de moralismo. O certo e o errado dialogam entre si, quebrando a antiga dicotomia. O emprego de palavras como pum e bumbum mostra essa despreocupação: não reprime aquilo que é próprio do universo infantil em nome dos "bons costumes". Ela se "acriança" ao escrever, mergulhando nesse imaginário infantil presente em todos. Assim, no lugar do termo adulto flato, ela escolhe a versão infantil pum.

Na linguagem adotada fica clara essa quebra de padrão. A autora, que não se submetia às regras, não poderia se identificar com a chamada norma padrão. Por que respeitar essa gramática prescritiva se ela podia criar? Neologismos e palavras criadas a partir de um léxico familiar são frequentemente presentes. Horrorível, ruimpilante, descomer... Até guarda-chuva torna-se verbo (e ainda no gerúndio!) em "Guardachuvando Doideiras". Esse processo mostra que a linguagem não é uma ferramenta pronta, mas sim um potencial criador que deve ser trabalhado em sua essência. Em seu livro "Mais-que-perfeita adolescente", a narradora quer escrever um livro, mas não consegue gostar de gramática. Seria essa uma inspiração autobiográfica?

Normas nada mais servem do que limitar a imaginação e a fruição, que devem ter existência livre. É nesse sentido que ela cultiva um dos traços mais marcantes de sua obra: o surrealismo. O caráter muitas vezes onírico de sua escrita é possível justamente pelo fato de não haver repressão de ideias em seu processo de criação. Ela, consciente, sonha. As transcrições dessas fantasias inspiram livros. Felizmente, seus sonhos vão além dos limites do real. Mais uma vez, aqui, as potencialidades de seus leitores é respeitada: Sylvia considera-os capazes de entender aquilo que foge do óbvio.

O emprego dessa linguagem inovadora assim como o uso de marcas claras de oralidade a aproximam de seus leitores – nos quais surpreendentemente se incluem adultos! Há, com ela, a quebra de uma posição hierárquica encontrada geralmente nos livros escritos por adultos para crianças. Essa forma espontânea de escrever, próxima da linguagem falada, estreita os laços com o público. A autora costuma brincar com os leitores, comentar as histórias, fazer uso de repetições. Essa vontade de fazê-los participar é prova de que Sylvia não quer ensinar, quer conversar. Monteiro Lobato certa vez disse “Ah, se toda gente escrevesse como fala, a literatura seria uma coisa gostosa como um curau que comi domingo no Tremembé".

Muitos críticos, ao analisar sua obra, utilizam o termo "carnavalizada". Definida por Cruvinel como a "subversão das verdades e dos valores do mundo oficial, cujo objetivo é denunciar e contestar a ordem vigente", parece uma perfeita definição de um dos vários traços encontrados em seus livros. Sylvia faz literatura infantil, mas nem por isso deixa de lado a crítica social de seus temas. Rejeita a acomodação e propõe mudanças. Em seu livro "O Rei Preto de Ouro Preto", tematiza a escravidão, a importância da liberdade dos negros e de sua valorização enquanto iguais. Em "Senhor Vento e Dona Chuva", aponta a má distribuição de renda como geradora de injustiças sociais. "Eu Sou Mais Eu" dá voz aos excluídos – a personagem principal é uma menina de rua. No entanto, toda essa temática de resistência é tratada em clima bem-humorado. Os problemas são analisados e criticados com humor.

O humor, aliás, está presente em toda sua produção. Irreverente e criativa, Sylvia Orthof é a escritora que por necessitar de liberdade, liberta o público infantil da obrigação de ler. As crianças a lêem por prazer.

Curiosidades
Ao sabor da fé


Embora fosse filha de austríacos refugiados da guerra no Brasil, a pequena Sylvia não sabia que sua família descendia de judeus. Seus pais evitavam falar o alemão no país que lutava pelos aliados, para não serem confundidos com nazistas. A origem judaica só foi descoberta quando, já menina, pediu à mãe para fazer a Primeira Comunhão como as amigas da escola. E adivinha? Sua mãe Gertrudes acolheu o desejo da filha. Assim, Sylvia Orthof cresceu e tornou-se uma pessoa de fé. Suas histórias estavam sempre cheias de símbolos religiosos judaicos e católicos. Mais tarde, em pesquisa sobre a cultura brasileira e africana, acabou incorporando também elementos do candomblé na sua literatura - que já era povoada de santos, beatas, padres, anjos travessos e querubins. O livro "Pequenas Orações para Sorrir" está à disposição para quem quer conhecer sua fé - em forma de poesia!

Segundo sua filha, Claudia Orthof, ela adorava o Natal. Celebrava a data de forma ecumênica: unia árvore de natal com estrela de David. Na fé e na literatura, a escritora manifestava sua crença em um Deus único e generoso. Uma mistura harmônica, temperada com alegria e liberdade.

Que coincidência!

No livro "Galo, galo, não me calo", Sylvia conta a história de um galo que morava, com sua dona, a menina Fanci, em uma rua de Copacabana. Todas as manhãs, como de costume, ele saudava o sol com seu canto – o que incomodava terrivelmente os vizinhos. Para fazê-lo parar, jogavam vidros e sapatos. A história retrata o galo, como símbolo de natureza e liberdade, oprimido pela cidade grande.

Em abril de 2009, 17 anos depois do lançamento do livro, a história sai do papel e se torna realidade. Exatamente no mesmo bairro da ficção, Copacabana. A rua é a Travessa Santa Leocádia. Algum morador adotou um pintinho que logo cresceu e se tornou o galo Jorge. Como todo galo, canta de manhã e de madrugada. Esse morador inusitado e barulhento causou polêmica entre os moradores da rua que costumava ser silenciosa. Alguns defendem e desejam adotá-lo, outros lutam para dar fim a ele.

Só faltou acertar o nome do galo!

Como se não bastasse uma vez, a história se repetiu em versão real. Em outubro de 2010, o galo que ciscava e vivia num quintal de um casarão da rua Santa Clara, em Copacabana mais uma vez, foi também alvo de reclamações dos vizinhos. Seu canto incomodava de tal forma que a solução apresentada pelo 4º Juizado Especial Criminal do Rio de Janeiro foi prendê-lo em um galinheiro de 22h às 6h. O nome dado ao animal, veja só, foi Natal: nome da festa tão querida por Sylvia!

Nesse caso, o mesmo confronto entre vida em cidade grande e vida no campo trabalhado no livro entrou em pauta. "Não dá para conviver em plena Copacabana com um animal que deveria estar na roça", disse Cesar Tadeu Catharino, autor da denúncia contra o galo.

Nome emprestado a Biblioteca

Em 1997, o nome de Sylvia Orthof foi escolhido para batizar a Biblioteca Infanto-Juvenil do Tucuruvi, em Tucuruvi, bairro da Zona Norte de São Paulo. Como havia no mesmo prédio, uma outra biblioteca destinada ao público adulto, a Biblioteca Pública Dinah Silveira de Queiroz, um decreto de 2005 unificou as duas, que passou a denominar-se Biblioteca Sylvia Orthof.

Não por acaso, a biblioteca que funciona na Avenida Tucuruvi 808 procura desenvolver o gosto pela leitura junto aos moradores do bairro. E promove constantemente oficinas, palestras e passeios educativos.

Fonte:
https://sites.google.com/site/sylviaorthof/essencia


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