A chama em minha alma acesa
que o vento instigava forte,
hoje é lume sem defesa
que um sopro conduz à morte.
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Agrediu nosso romance,
rasgando cartas, retrato,
como se em último lance,
desse termo a um pugilato.
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A loira cor do arrebol
que os campos de trigo enfeita
é mel que emana do sol,
dulcificando a colheita.
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A verdade, transparente,
me diz que não vais voltar,
mas meu coração, carente,
se recusa a acreditar.
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Bendigo o canto das águas
que fiel à correnteza,
arrasta angústias e mágoas
e cicatriza a tristeza.
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Desperdiçou toda a vida
semeando ódio e falsidade;
e hoje, enferma e esquecida.
colhe o fruto da maldade.
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Do bom e do que sofri
no percurso das estradas,
resta a paz que eu adquiri.
O mais... são águas passadas.
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Ela, ansiosa, em sobressalto,
ele a esboçar um poemeto...
E o flerte era o ponto alto
pelas voltas ao coreto.
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É símbolo de confiança
e a tensão nos descontrai,
a mãozinha da criança
aninhada ò mão do pai.
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Levando minhas imagens,
a musa me abandonou,
e inerme, ao léu das voragens,
o meu verso naufragou.
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Leva o barco as nossas mágoas,
sulcando as ondas além,
mas do outro lado das águas,
leva esperanças a alguém.
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Na seara de minha vida,
dos fracassos já refeita,
semeio, e em nova investida,
calma eu aguardo a colheita...
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O amor chega sem aviso,
e em surdina, sem razão,
no mais tranquilo improviso,
se instala em um coração.
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Orgulhoso, o mar gigante
desdenha dos rios a frágua,
sem lembrar, nem por instante,
que surgiu de um olho d'água.
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O sol, silencioso, desce,
e é mais um dia a morrer,
mas do outro lado uma prece
lhe agradece o renascer.
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Pela faixa policroma,
mensageira da bonança,
traz o arco-íris que assoma
o retorno da esperança.
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Poeta, em doce magia,
eleva-se do seu chão,
atrelando a fantasia
às correntes da razão.
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Que alegre repique o sino
trazendo mensagem tal
como a do arauto divino:
"Paz na Terra! Hoje é Nata!!''
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Que ao som dos brindes em festa,
Natal a comemorar,
Jesus encontre uma fresta
e retorne ao seu lugar!
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Reverencia o amigo
que te amparou na subida,
que esteve sempre contigo
nos maus momentos da vida!
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Sempre que a insônia me apanha,
eu busco a voz das estrelas.
Vem-me a paz e... coisa estranha,
eu nem preciso entendê-las.
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Uma flor despetalada,
por acaso ou ironia,
é a imagem desalentada
de um amor em agonia,
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Vendo, em mudo sofrimento,
a vida me desertar,
entendo enfim, porque o vento
se recusa a silenciar.
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Vi no esplendor do arco-íris
desprezo à prece que fiz;
pois cada faixa, ao partires,
foi perdendo o seu matiz.
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Fonte:
Dorothy Jansson Moretti. Painel do entardecer. Cachoeirinha/RS: Texto Certo, 2013.
Enviado pela trovadora.
Dorothy Jansson Moretti. Painel do entardecer. Cachoeirinha/RS: Texto Certo, 2013.
Enviado pela trovadora.
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