terça-feira, 25 de julho de 2023

Silmar Böhrer (Croniquinha) 88

Daquelas manhãs rabugentas de agosto - - umidade, frio e a costumeira neblina no vale do Iguaçu. O professor Werno, o "Wernão", entra na sala de aula com a caixinha de giz e livros de chamada embaixo do braço. Nas quartas-feiras são três aulas com ele - Português, Latim e OSPB. Após o "bom dia" a ordem, "abram-se as janelas para que saiam os ares infectos". 

Com aquele frio! 

Quase uma centena de alunos moravam no internato mais conhecido nas barrancas do Iguaçu e cidades lindeiras, de onde vinham para estudar. 

Tempos gloriosos quando a garotada vivia em ebulição, ativa, esperta, a receber conhecimentos. Internatos são educandários referência em termos de educação, respeito, lazer sadio. E lembrar os "quebras" (futebol) lá no bosco dos eucaliptos, o basquete na cancha, o pingue-pongue na sala de jogos. 

Dias e dias, meses e meses, o ano escolar. O internato esplende vida. Passado já das dez da noite alguns ouvem futebol no rádio quando, de repente, estoura uma guerra de travesseiros no dormitório dos menores. 

Tiroteio de travesseiros. Logo o frei Francisco (botafoguense doente) toma as atitudes. Arranca o cíngulo, cordão usado na barriga pelos franciscanos, e distribui laçaços nos mais bagunceiros. Logo o silêncio. A gurizada dorme o sono necessário. Aulas logo cedo. 

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