quinta-feira, 20 de julho de 2023

Filemon Martins (Poemas Escolhidos) XXV


AO SOM DO NOSSO AMOR

Vou caminhando pelo mundo afora
e lembrando dos tempos já vividos.
Quantos sonhos de amor, mas vejo agora
que muitos sonhos foram destruídos.

Por que devo chorar? A nova aurora
traz a luz de outros sonhos coloridos
e me dizem que o sonho de quem ora
é mais bonito em todos os sentidos,,.

As árvores já secas e esquecidas
ressurgem verdejantes na floresta,
tornando-se mais belas e floridas...

Também minha poesia é uma seresta
que se renova quase às escondidas
ao som do nosso amor, que vive em festa!
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CURVA DO CAMINHO

Eis-me chegando à curva do caminho,
onde vejo os escombros do passado:
a casa em que nasci, cresci, malgrado
o quarto de dormir em desalinho.

Não me faltou, porém, muito carinho
vivendo no Sertão injustiçado,
onde o "mandante" sempre desalmado,
faz, o pobre sofrer, no Pelourinho...

No entanto, a vida é bela e deslumbrante,
mesmo que a estrada se apresente escura
sempre brilha uma luz ao viajante...

...E quando eu me tornar uma saudade,
minha alma esquecerá a desventura
para cantar, em verso, a Eternidade!
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MEU AMOR

Quando surge, no céu, a luz da lua
espalhando seus raios pelo chão,
eu me transponho para aquela rua
onde te dei amor, meu coração.

Desde então, minha vida te cultua
no prazer de viver esta emoção,
e espero que a rotina não destrua
nosso ninho de amor, nossa paixão.

À noite, o céu de estrelas se ilumina,
um convite à ternura que domina
e cresce o sentimento entre nós dois...

E no leito de amor, onde deslizo,
sinto o prazer que vem do paraíso,
por que, então, adiar para depois?
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O PODER DO AMOR

Quanto mais penso no poder que o amor
exerce sobre mim e me fascina,
convenço-me, serás o meu torpor,
não importa o que diz a medicina.

Se estás comigo, sinto o teu calor
e uma paz silenciosa me domina,
o tempo não mais corre com rancor
e o teu olhar, meus olhos, ilumina.

Eu quero me prender neste pecado,
e em teu amor ficar acorrentado
como fiquei nos versos que compus.

E prometo cantar com tal Doçura
uma canção de Paz e de Ventura
que o nosso Amor nos levará à Luz!
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TEMPO DE AMOR

Tempo nublado. O céu chorou. Eu juro.
A tempestade chegará em breve.
O mar se enfureceu, ficou escuro
e nadar por aqui ninguém se atreve.

O tempo está instável e asseguro
na solidão meu lápis não escreve,
bem sabes, meu amor, fico seguro
ouvindo a tua voz, suave e leve...

E quando a chuva terminar, enfim,
vamos sair por aí dizendo sim
em beijos e carícias só nós dois.

Não importa se o céu vai se zangar
e a chuva, uma vez mais, recomeçar,
- não deixo nosso amor para depois.
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UM DOMINGO DE SOL

Domingo. Estou só, não há ninguém,
só caneta, papel e inspiração,
a saudade já chega a Itanhaém
e agita, sem querer, meu coração.

Quero escrever um verso. Sou refém
deste sonho de amor, desta ilusão
de acreditar que o ser humano tem
poder para mudar esta opressão.

Quisera transformar este planeta
usando o livro e até minha caneta,
e partilhar a sensação do amor.

Talvez, agindo assim nosso futuro
possa ser mais feliz e mais seguro
neste Universo belo, encantador!
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Fontes:
– Filemon Francisco Martins. Anseios do coração. São Paulo: Scortecci, 2011.
Enviado pelo autor.
– Blog Literário do Filemon (https://blogliterariofilemon.blogspot.com/)

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