A JANGADA E MARIA...
MOTE:
Partiu a jangada airosa
na praia ficou Maria,
pedindo, de alma ansiosa,
que ela volte ao fim do dia.
Amália Max
Ponta Grossa/PR, 1929 – 2014
GLOSA:
Partiu a jangada airosa
singrando o mar tão azul,
que sobre as ondas, formosa,
segue o caminho do sul!
Fitando o horizonte infindo,
na praia ficou Maria,
sonhando seu sonho lindo:
ver voltar sua alegria!
Numa prece silenciosa
ela abre o coração,
pedindo, de alma ansiosa,
ao seu amor – proteção!
Lembrar a jangada, gera
uma esperança tardia.
Então, se acalma e espera
que ela volte ao fim do dia.
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CORAÇÃO NÃO ALADO...
MOTE:
Dei-lhe asas de querubim
e as penas do meu penar,
– Meu coração mesmo assim,
não aprendeu a voar!
Gisela Alves Sinfrônio
Olhão/Portugal
GLOSA:
Dei-lhe asas de querubim
mas meu coração cansado,
continuava preso a mim,
não quis se tornar alado!
Dei-lhe um pouco de alegria
e as penas do meu penar,
para ver se iria um dia
pelo mundo viajar.
Dei-lhe, então, de tudo enfim,
tudo o que mais precisava...
– Meu coração mesmo assim,
se escondia e não voava!
Falei de sonho e carinho,
e, em vão, tentei ensinar,
mas meu coração, sozinho,
não aprendeu a voar!
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PALHAÇO
MOTE:
Vencendo todo o cansaço,
decerto gargalharei,
pois hoje sou um palhaço,
dos sonhos que não sonhei!
Giselda Medeiros
Fortaleza/CE
GLOSA:
Vencendo todo o cansaço,
da tristeza que angustia,
vou seguindo, passo a passo,
e talvez, até sorria...
Se, de fato, eu conseguir,
decerto gargalharei,
pois o tempo é de sorrir
por tudo quanto chorei!
Cantarolar é o que eu faço
mundo afora, sempre, a esmo,
pois hoje sou um palhaço,
um palhaço de mim mesmo!
Sigo, então, a minha estrada
e feliz sei que serei,
pois me encontro compensada
dos sonhos que não sonhei!
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DERRADEIRO ADEUS
MOTE:
Aquele gesto... pequeno...
naquele leito...meu Deus!
Não era um simples aceno,
foi seu derradeiro adeus!
Jaime Pina da Silveira
São Paulo/SP
GLOSA:
Aquele gesto...pequeno...
tão fraco de sua mão...
de angústia e tristeza pleno...
machucou meu coração!
Seu olhar de nostalgia,
naquele leito...meu Deus!
Levou a minha alegria
e todos os sonhos meus!
Aquele gesto sereno
que eu via diante de mim,
não era um simples aceno,
mas antes, o próprio fim.
Choro sempre ao relembrar
os pequenos gestos seus,
que no seu jeito de amar,
foi seu derradeiro adeus!
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PEDAÇOS DE ETERNIDADE...
MOTE:
Os instantes de saudade
são, em nosso ir e vir,
pedaços de eternidade
que o tempo deixou cair...
João Paulo Ouverney
Pindamonhangaba/SP
GLOSA:
Os instantes de saudade
ganham grande dimensão:
às vezes, pura ansiedade;
outras, são doce emoção!
Esses momentos risonhos,
são, em nosso ir e vir,
retalhos de muitos sonhos,
que sonhamos a sorrir!
Entre o amor e a amizade,
vemos com muito carinho
pedaços de eternidade
atapetando o caminho!
Essa saudade, gostosa,
que ora estamos a sentir,
é saudade silenciosa,
que o tempo deixou cair...
Fonte:
Gislaine Canales. Glosas Virtuais de Trovas X. In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós. http://www.portalcen.org. Agosto 2003.
Gislaine Canales. Glosas Virtuais de Trovas X. In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós. http://www.portalcen.org. Agosto 2003.
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