Não incomodes
A lua
Ela é pássaro
Da noite
Que voa
Fazendo corte
Ao apaixonado
Olhar.
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Me prove
Com teus olhos,
Mas
Só me beijes,
Se estiveres
Disposto
A me amar.
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Dos olhos polacos
Choramingam
Histórias.
Mas são
Dos lambrequins
Quase esquecidos
Que as lembranças
Gotejam.
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Mesmo
Com o coração ferido
A ela
Só cabia a amar
Pois era a única veste
Que cobria
A nudez
Da sua alma.
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Amor
Com
Amor
Se
Transborda.
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Como quem guarda
Um presente precioso
Me guardei
Me guardei
Aguardei…
Me dei conta
Do passar do tempo
E prazerosamente,
A ti,
Me desembrulhei.
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Na ausência
De palavras
Colhi
Com meu abraço
As úmidas pétalas
Que desfolhavam
Dos seus olhos.
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Na
Magreza
Dos olhos dele
Sinto n' alma
A dor
Da
Fome.
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Ah, Essas catedrais
Que se levantam!
Enquanto meus olhos
Se encantam
Silenciosamente
Uma prece escapa
Mesmo
Sem eu saber.
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Mãe.
"Patas",
Não me destes.
Mas "garras"
Tinhas de sobra.
Me ensinastes
A viver.
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Me guardo
Em tua
Eternidade
Assim
Em ti
Sempre
Existirei.
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A tua alegria
"Passarinheira"
Me fez até esquecer
De que a vida é
Passageira
E contigo
Mil planos rascunhei.
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Me acostumei a
Te chamar
De amor
Mas hoje
É outra
Pessoa
Que me responde.
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Com uma pitada de sal
Tempero
Minhas saudades
Assim
Mesmo com
O avançar da idade
Elas permanecerão
Com o mesmo sabor.
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Ah!
Como
Adoro
Passarinhar
Entre
As tuas
Pétalas.
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Abra-me
O teu céu
Que te mostrarei
As delícias
Do meu paraíso.
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A chuva
Passou
Deixando
No chão
Rastros
De esperança.
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Ah!
Essa tua lonjura!
Sedento por ti
Navego
Em mim mesmo.
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Hoje, a saudade fez um
Barulho no meu peito
Queria de todo jeito
Te trazer para perto de mim.
Abraço o teu perfume
Beijo o teu sorriso
Como se estivesse contigo
Em silêncio vendo passar o rio.
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No varal do tempo
Sequei os lenços
Da saudade
Brisa leve
Que me invade
Me tornei
Um pedacinho
De você.
Fonte: Daniel Maurício. Amar é. Curitiba: Ed. do Autor, 2021.
Enviado pelo poeta.
Enviado pelo poeta.
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