VERLAINE TERRES
Gravataí/RS
Euforia, minha gente,
faz inveja ao coração...
pois sempre que alguém a sente,
vem logo a desilusão.
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Poema de
CÉLIA EVARISTO
Lisboa/ Portugal
Como posso eu sentir-te?
Como posso sentir a tua falta,
se nem a tua presença senti?
Como posso ter saudades de alguém,
que nunca realmente conheci?
Como posso querer o teu amor,
se nunca o recebi?
Como posso lembrar-me de uma pessoa,
que na verdade nunca vi?
Como posso dar tudo por ti,
se me tiraste tudo a mim?
Como posso ter lágrimas para chorar,
se já há muito as perdi?
Como posso ainda viver,
se em ti acabei por morrer?
Como posso escrever para ti,
se me tiraste as palavras que aprendi?
Como posso perdoar-te,
se até pena de prisão cumpri?
Como posso ainda pensar em ti,
se para ti há muito que morri?
Como posso ter-te no meu coração,
se o destruíste por não o querer?
Como posso eu sentir-te,
se me arrancaste da tua vida?
Resta-me o silêncio e a solidão…
E esta saudade que me habita a alma
sem qualquer condição.
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Trova de
GÉRSON CÉSAR SOUZA
São Leopoldo/ RS
Não julgue alguém pela imagem,
pois muitos fazem de tudo
para esconder na “embalagem”
a falta de conteúdo.
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Poema de
CRIS ANVAGO
Lisboa/ Portugal
Prende as palavras que se soltam
Junta-as e tenta decifrá-las
Coloca-as no teu peito
Faz delas o teu estado de espírito
Livre, simples e colorido
Espalha a luz do teu sorriso
Num amar sem limites
Ama e sente
As ondas que não são iguais
O sol que nem sempre é perfeito
A lua sempre muda, não é igual
Não te conformes com o que te dão
Luta pelo que queres
Ama-te e revela-te ao mundo
És uma pessoa única!
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Trova de
ARLINDO TADEU HAGEN
Juiz de Fora/MG
Merece este amor perfeito
desvelos de passarinho,
que arranca as penas do peito
para aquecer o seu ninho.
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Poema de
JOSEFA DE MALTEZINHO
Aveiro/Portugal
Mar de rosas
Pergunto-me que mar de rosas existe
nesta coisa esférica de ceifar o riso pela raiz;
neste logro que dá pérolas a porcos
como fósforos a velas sem pavio
Há quem diga que nenhum.
Mar? só o céu infinito na saia de pregas
em chama por estrear;
rosas? só o canteiro na blusa
muito antes do amor lhe desbotar os verdes
Eu digo que a pele das rosas tem o hábito
de trazer espinhos por parir no ventre,
e que a vida é como um pano de boa estirpe:
no melhor dela cai a nódoa.
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Trova de
PROFESSOR GARCIA
Caicó/RN
Em seu vai-e-vem bonito,
a lua em seu caminhar...
Enche de luz o infinito,
de prata, as ondas do mar!
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Poema de
RAUL FERRÃO
Lisboa/ Portugal
Por vezes sou pássaro
Pergunto-me quem sou.
Não tenho definição.
Eu, o titular do Bilhete de Identidade
número xis.
O Contribuinte tal.
O Cidadão ou Não.
Por vezes sou pássaro.
Mais um pássaro de gaiola
a quem não lhe é permitido
voar em plena liberdade.
Vou ser criativo por necessidade
e inventar uma porta aberta
nesta gaiola em que vivo.
E não cantarei mais
no chilreio que me impõem
de melodias programadas.
Vou grasnar gritos de revolta
e incomodar as ilustres e sensíveis orelhas.
Certo de que o resultado será simples
por ser tão incômodo.
Ou me fritam ou me libertam.
Qualquer das soluções
será uma libertação.
E tu?
Pergunta-te quem és.
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Trova Humorística de
WANDA DE PAULA MOURTHÉ
Belo Horizonte/MG
Na feira de antiguidade,
ao ancião combalido
perguntam, não sem maldade:
-Vem comprar ou ser vendido?
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Poema de
SUSANA NUNES
Amadora/Portugal
Lê-me como se não me conhecesses,
como se não soubesses do meu ser,
e reserva para ti
apenas o passar dos meus versos
nessa palavra, que eu te peço,
... devagar...
Então agora
cruza primeiro os braços,
e aspira esse ar desses instantes,
que a minha poesia, essa, pode esperar
Depois, podes cruzar a perna
nesse teu ar belo de eternidade,
e sentires apenas o teu corpo leve
que a minha poesia, essa, pode esperar
Daqui a pouco,
quando sentires a falta das minhas palavras,
e souberes que tens em ti o coração todo,
aí sim,
lê os meus versos nas minhas páginas
mas por favor,
faz aquilo que eu te peço,
e folheia-os devagar
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Trova de
ZAÉ JÚNIOR
Botucatu/SP, 1929 – 2020, São Paulo/SP
Desperta a minha cidade,
a praça, o sonho, os pardais...
que saudade da saudade
que agora não sinto mais!
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Hino de
CORUMBÁ/ MS
Corumbá destes meus sonhos
E dos meus primeiros dias
Ainda sinto o calor
Como raio de saudade
Dentro do meu coração.
Os teus dias tão risonhos
Tem pra mim tanta alegria
Até a lua com fulgor
Parece não ter vontade
De deixar este torrão
Corumbá, eu quero ter
Corumbá, eu quero ter
Sob o teu céu tão brilhante
Feliz viver
Vejo encantos primorosos
Nas tuas verdes colinas
Em tuas águas tão serenas
No teu céu onde o cruzeiro
Cintilante sempre está
Em teus prados tão mimosos
Marchetados de boninas
Em tuas noites tão amenas
Em teu luar tão fagueiro
Tens encantos Corumbá!
Corumbá, eu quero ter
Corumbá, eu quero ter
Sob o teu seu céu tão brilhante
Feliz viver
E quando teus horizontes
A frouxa luz do poente
Se matizam de mil cores
De saudade fica presa
Nossa alma juvenil
Rendilhada de altos montes
Tendo aos pés águas silentes
Bela terra dos amores
Corumbá, és a princesa
Do ocidente do Brasil!
Corumbá, eu quero ter
Corumbá, eu quero ter
Sob o teu seu céu tão brilhante
Feliz viver
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Trova Premiada de
RITA MARCIANO MOURÃO
Ribeirão Preto/ SP
Minha saudade é concreta,
tem nome, tem residência,
foi luz que me fez poeta
mas hoje se faz ausência.
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Poema de
ANTERO JERÓNIMO
Lisboa/ Portugal
Abracei-te
com os meus olhos
absorvi o teu brilho
o teu sorriso
a doçura desse menear
bebi e saboreei
cada palavra
cada gesto
cada contorno sedutor
na volúpia do poema
que alimenta os sentidos
embriagado de ti
sorrio para mim
num sorriso que se alinha
com um rasto imaginário
um rasgo de inspiração
que dá mais sentido à vida.
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Trova de
ADAMO PASQUARELLI
São José dos Campos/SP
Esse é o trem de minha vida!
Passou rápido e fugaz
na tresloucada corrida
dos meus tempos de rapaz.
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