Pintura: Adriane Freire
em não ser mal-educado,
escrevendo como se o Olivaldo
pudesse lhe dar respaldo
para o sol que você não queria
obrigado.
Tiro as ripas, roubo a estrutura.
Estruturo o silêncio, silencio.
Mas o cio das letras me tortura
e sou mais um no meu vazio.
Não há mais sol de querosene,
não há mais lua de metáforas,
não há mais eu que só lhe acene,
nem há mais rua de semáforos,
fechados sinais
a quem tem pressa:
- Te interessa?
Guardo as tralhas que ninguém
de mim mais quer, aguardo.
É, o fim de feira me aperta,
pois sou, amigo, o seu poeta,
a linha reta que te entorta,
o torto ao peito que se porta
como se fosse só de morte.
Fonte:
O Autor
Nenhum comentário:
Postar um comentário