TE DESEJO O DOBRO!
MOTE:
Na tua festividade,
que Deus te dê algo assim,
como essa felicidade
que eu desejo para mim.
Adélia Victória Ferreira
Sete Barras/SP, 1929 – 2018, São Paulo/SP
GLOSA:
Na tua festividade,
desejo saúde e paz,
num manto só de bondade
que a nossa amizade traz!
Que teus sonhos, realizes...
que Deus te dê algo assim:
ver os teus, sempre felizes
numa ternura sem fim!
Eu te desejo, é verdade
que vivas com emoção,
como essa felicidade
que eu tenho no coração!
Mas, sendo assim, especial
em dobro, eu desejo, sim
toda a alegria ideal,
que eu desejo para mim.
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NOITES…
MOTE:
Noites feitas de saudades,
de lembranças, de meiguice:
Tão curtas na mocidade,
e tão longas na velhice!
Alfredo de Castro
Pouso Alegre/MG, 1922 – 2011
GLOSA:
Noites feitas de saudades,
noites cheias de carinho,
revivo com ansiedade
as noites do meu caminho!
São noites de nossas vidas,
de lembranças, de meiguice:
com alegrias sentidas,
como se a noite sorrisse!
Mas as noites, na verdade,
diferem completamente,
tão curtas na mocidade,
e tão distantes da gente!
Não resta nem a lembrança
das noites de quixotice...
Hoje são sem esperança,
e tão longas na velhice!
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
QUANDO EM TEUS BRAÇOS…
MOTE:
Neste amor grande e bendito,
quando em teus braços me ponho,
o nosso amor é infinito,
e é sem limite o meu sonho...
Aloísio Alves da Costa
Umari/CE, 1935 – 2010, Fortaleza/CE
GLOSA:
Neste amor grande e bendito,
que sempre uniu a nós dois,
eu sinto, já estava escrito,
no ontem, nosso depois!...
Me sinto no paraíso,
quando em teus braços me ponho,
e uma canção de sorriso
vem me embalar, eu suponho!
Esse nosso amor bonito
é maior que o universo,
o nosso amor é infinito,
mas cabe dentro de um verso!
E esse verso surge, então,
apaixonado e risonho...
Eu sonho com emoção,
e é sem limite o meu sonho…
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
NADA É TÃO TRISTE…
MOTE:
Mais do que o próprio desdém,
nada nos deixa tão sós,
como saber que ninguém
sente saudades de nós...
Batista Nunes
Vassouras/RJ, 1883 - 1965, Rio de Janeiro/RJ
GLOSA:
Mais do que o próprio desdém,
até mais que a traição,
mais que a tristeza, também,
é a dor da solidão!
Sem ter, sequer esperança
nada nos deixa tão sós,
que não guardar na lembrança
o timbre de alguma voz!
Nada é mais triste, porém,
nessa cruel nostalgia,
como saber que ninguém
nos recordará, um dia!
Essa angústia, tão sentida,
de todas, a mais atroz:
é ver que ninguém, na vida,
sente saudades de nós…
* * * * * * * * * * * * * * * * * *
LÁGRIMAS...
MOTE:
Lágrimas... Triste verdade
de uma ausência permanente,
é o recesso da saudade
que fica dentro da gente.
Fernando Câncio Araújo
Fortaleza/CE, 1922 – 2013
GLOSA:
Lágrimas... Triste verdade
são as vertentes da dor
onde vemos a maldade
escondendo até o amor!
Sentimos forte presença
de uma ausência permanente,
e nossa esperança e crença
fogem repentinamente!
Enfrento a realidade
no pranto que jorra triste,
é o recesso da saudade
de um algo que, ainda, existe!
É uma lembrança real,
é o passado, no presente,
é uma marca sem igual
que fica dentro da gente.
Fonte:
Gislaine Canales. Glosas Virtuais de Trovas XXVI. In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós. http://www.portalcen.org. Junho de 2005.
Gislaine Canales. Glosas Virtuais de Trovas XXVI. In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós. http://www.portalcen.org. Junho de 2005.
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