Madrigal, é uma composição delicada e graciosa que celebra principalmente a formosura e as graças femininas. Pode ser também um galanteio dirigido a damas e também está associado à composição musical que consistia em um canto vocal sem acompanhamento, em moda no século XVI.
Oriundo da música, o madrigal expressa as principais ideias e sentimentos das chamadas cantigas de pastor. Sua forma é diferente dos poemas convencionais e seu conteúdo pode estar relacionado com a expressão de sentimentos líricos e ideias de forte conteúdo emocional, com vocabulário seleto, ou a temas de inspiração prazerosa.
Em nossa literatura brasileira, nomes como José Paulo Paes, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade escreveram belíssimos madrigais.
De origem italiana, o madrigal era, no século XVI, uma espécie de composição musical e poética, consistindo em canto vocal sem acompanhamento.
A palavra perdeu essa significação. O que chamamos atualmente madrigal é uma pequena composição destinada a exprimir, num resumido número de versos, um pensamento espirituoso e elegante, um galanteio, um elogio discreto ou uma discreta confissão de amor. Concisão, graça, e delicadeza, são essenciais ao poema.
Toni Barbar
Maringá/PR
CÉU E MAR
Menina do sorriso lindo, puro,
vem beijar meu coração,
olhar de ternura, minha musa,
teus encantos me deixam ébrio;
Teu olhar me extasia;
Teu quadril me tira da inércia.
Retorne a passar,
dê-me uma chance,
de olhar e te amar,
com meus olhos nos teus, a divaga
por entre sonhos e realidade,
entre céu e mar,
Terra e profundidade.
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Maria Antonieta Gonzaga Teixeira
Castro/PR
CLAMOR
Quero estar
no sol que brilha
em teu olhar!
Nas madrugadas
frias
ao luar
Chamo
pelo teu nome.
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Lira Agibert
Colombo/PR
A DIVA
Mar...
Ela sorri
Alegria sem par
A diva seminua
Quase que flutua
Êxtase a bailar
Nas águas tépidas
Que vão e que vem
Entre as espumas
A deusa morna
Brinca seminua
Na forma mulher
Silencia natureza
Pois toda a beleza
Ante seu farfalhar
Se curva, devaneia
Até o amanhecer
Vendo-a borboletear!
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Manuel Bandeira
Recife/PE, 1886 – 1968, Rio de Janeiro/RJ
MADRIGAL MELANCÓLICO
O que eu adoro em ti,
Não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência.
Não é o teu espírito sutil,
Tão ágil, tão luminoso,
– Ave solta no céu matinal da montanha.
Nem é a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua graça musical,
Sucessiva e renovada a cada momento,
Graça aérea como o teu próprio pensamento,
Graça que perturba e que satisfaz.
O que eu adoro em ti,
Não é a mãe que já perdi,
Não é a irmã que já perdi,
E meu pai.
O que eu adoro em tua natureza,
Não é o profundo instinto maternal
Em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti – lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida.
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José Paulo Paes
Taquaritinga/SP, 1926 – 1998, São Paulo/SP
MADRIGAL
Meu amor é simples, Dora,
como água e o pão.
Como o céu refletido
Nas pupilas de um cão.
como água e o pão.
Como o céu refletido
Nas pupilas de um cão.
Fonte:
Sobre o Madrigal e madrigais paranaenses obtidos no facebook de George Roberto Washington Abrão (Maringá/PR).
Sobre o Madrigal e madrigais paranaenses obtidos no facebook de George Roberto Washington Abrão (Maringá/PR).
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