Ao se casar o carteiro,
o bebê chega depressa;
— Comigo o tiro é certeiro,
e a encomenda, via expressa!
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A toda pergunta feita
respondeu com tanto "não"
que lhe aplicou a Receita
multa por "só... negação"!
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A vendedora ladina
jura que não é trapaça:
— Olha o véu que a Messalina
"não" usou por ser devassa!
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Com Adão no paraíso,
Eva pensa ao ir pra cama;
— Ah! Se eu tivesse juízo,
dava pra ele... um pijama!
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Convidado a ver pelada,
diz, irado, o garanhão;
— Mulher pelada? Que nada!
Só vi homem de calção!
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Diz a galinha-d'angola:
— Meu marido é mesmo um saco!
Quando tiro a camisola,
logo ele grita: — "Tô fraco"!
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Em meu sonho, a sogra berra:
— Joga mil no burro e dobra! —
Mas seu palpite me ferra;
burro fui eu... deu a cobra!
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Imperfeita é minha lira:
meu "muso" é manco, coitado!
O verso que ele me inspira
sempre sai de pé quebrado!
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Na feira de antiguidade,
ao ancião combalido,
perguntam, não sem maldade:
— Vem comprar ou ser vendido?
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Na noite do seu casório,
sendo um noivo muito antigo,
usou até suspensório,
mas não suspendeu o artigo...
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No escuro, sente a "mão-boba"...
Grita a velha: — Patifão! —
Mas, entre os dentes, diz: — Oba!
Bendito seja o apagão!
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O ladrão me deu pancada,
me roubou e saiu rindo...
Pra vingar, xinguei, danada,
cada nome feio lindo!
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— O meu marido é carteiro,
porém bem cedo aprendeu
que, no lar, o tempo inteiro,
só quem dá as cartas sou eu!
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O meu problema é pagar
altos custos de energia;
basta a luz eu apagar
que acesa fica a Maria!…
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Pão-duro, o cara declara:
— Ter cara-metade é asneira.
Se a metade já é cara,
imagina a esposa inteira!
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Pensa o luso: — Um pesadelo!
Tudo meu em hipoteca...
É de arrepiar cabelo!
A sorte é que sou careca...
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Quando a Zazá sai da linha,
o Zezé nunca se importa;
a mulher é uma galinha,
mas ele, um galinha-morta!
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Quis apagar a queimada,
mas caiu numa esparrela,
pois, estando "alambicada",
a mais queimada foi ela!
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— Que injustiça aos meus instintos!
Amo o galo, ando na linha,
choco ovos, cuido dos pintos
e me chamam de "galinha"?!!!
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Sendo tão feia a encalhada,
com reza só conseguiu
um cego, que, na "largada"
pelo braile... desistiu!
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— Senhor, escutai meu rogo,
dai-me um exímio parceiro!
— Filha, pra apagar seu fogo
só lhe arranjando um bombeiro!
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Suja o muro o pichador.
Preso, grita e faz baderna;
— Isto é um engano, Doutor!
Só fiz arte pós-moderna.
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Tendo o Zé imensa pança,
queixa-se sua mulher
que a barriga dele avança,
porém nunca o que ela quer.
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— Tenho grande novidade:
estou grávida. Que apuro!
— Foi contra sua vontade?
— Que nada! Foi contra o muro.
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— Vem furar onda comigo! —
propõe, na praia, a faceira,
Diz o luso; — Que castigo!
Eu não trouxe a furadeira...
Fonte:
Enviado pela trovadora.
Wanda de Paula Mourthé. Com…passos de emoções. Belo Horizonte: Flux, 2013.
Enviado pela trovadora.
Wanda de Paula Mourthé. Com…passos de emoções. Belo Horizonte: Flux, 2013.
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