segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Cláudio de Cápua (A arte e a criatura)


Tudo o que a retina humana fotografa é registrado com mais ou menos força no cérebro. A contemplação de uma paisagem, por uma pessoa de sensibilidade, pode criar sensações, inexplicáveis, em sua alma, e essa mesma paisagem, vista por outra criatura menos sensível, pode passar completamente despercebida.

A Arte é magia que penetra na alma e povoa a mente das criaturas.

É o despertar das ideias mais elevadas do ser humano.

É claro que, dependendo da categoria a que pertença esta criatura, as visões de um tema, ao invés de propiciar pensamentos sublimes, pode também contribuir para estimular pensamentos ruins.

Diante de tal questão, é desejável que a Arte caminhe sempre de mãos dadas com a moral, dentro de objetivos que, através da sensibilidade, consiga entusiasmar a criatura, atingindo subjetivamente sua inteligência.

Segundo a filosofia, o homem, antes de pensar, sente.

O pensamento nasce como fatal consequência do sentimento e desvela pensamentos, que fazem nascer diferentes estados de alma.

Quando se sente oprimida, a criatura humana, por ideias ácidas e tormentosas, refugia-se na literatura, na poesia, na música ou na contemplação de uma obra de Arte.

Diante da influência benéfica da Arte, o espírito ferido encontra o bálsamo milagroso.

Se a Arte em geral desperta sentimentos bons, estimulando novas ideias, fortalecendo a inteligência, não resta dúvidas de que é saudável estabelecer ligações permanentes com as variadas formas de beleza encarnadas pela Arte.
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Revista Santos Arte e Cultura - Setembro/2010

Fonte:
Enviado pelo autor.
Cláudio de Cápua. Retalhos de Imprensa. São Paulo: EditorAção, 2020.

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