Entrei no ônibus e só havia um lugar desocupado. Poltrona dupla, já havia um cidadão sentado na outra parte, mas com as pernas abertas ocupando todo o banco. É como se dissesse aqui é meu e ninguém tasca. Pedi licença e me sentei um pouco desconfortável, é verdade. Mas fiquei matutando: que cara folgado! Merece uma reprimenda. Este fato ocorreu muito antes do Coronavírus invadir a terra. Se fosse agora em tempo de pandemia, talvez, justificasse esse procedimento. De repente, entrou um cidadão com uma massa corpórea bem avantajada e veio vindo em minha direção e se postou bem em frente. Pensei: taí a reprimenda que eu queria. Fiz sinal para ele e cedi meu lugar para o cidadão mais forte do que eu, embora meio idoso e me encaminhei para trás do ônibus. Deixei o folgado se acertar com o recém-chegado. É o que se chama "tapa com luva de pelica".
Fonte:
Filemon Martins. Caminhos do Jordão da Bahia. SP: RG Editores, 2022.
Livro enviado pelo autor.
Filemon Martins. Caminhos do Jordão da Bahia. SP: RG Editores, 2022.
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