terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Solange Colombara (Ramalhete de Versos) 3


LUCIDEZ


Será loucura
Se reinventar todos os dias
Mesmo que em pensamento?
Será loucura
Ser um pouquinho feliz
Com a pessoa errada
Do que ser totalmente infeliz?
Será loucura
Ser apaixonada pela vida
Sem se importar com nada?
É, é loucura sim.
Porque o amor...
O amor é pura loucura.
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LUZES DA ALMA

Olhar perdido,
Olhar de paixão.
Olhar fingido,
Olhar de solidão.

Olhar cativante,
Olhar brejeiro.
Olhar falante,
Olhar matreiro.

Olhar saudoso,
Olhar apaixonado.
Olhar gostoso,
Olhar iluminado.

Olhar maroto,
Olhar sofrido.
Olhar fofo,
Olhar vivido.

Olhares...
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MATURIDADE

O corpo de menina
Cede espaço às rugas,
Sinais que o tempo
Não consegue apagar.
Mulher madura
Mas com seu
Charme bem peculiar.
A vida é linda!
Basta ser vivida!
Aos 20, 40 ou 60...
O que importa
É o coração imune a indiferenças
E até mesmo às maledicências.
Envelhecer faz parte,
Mas ser feliz,
Poucos sabem.
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MEIA LUA, MINHA LUA

Lua quente
Lua ciúme
Lua solidão
Lua enluarada
Lua escuridão
Lua paixão dos amantes
Lua sonhada
Lua esquecida
Lua...
Que linda a lua...
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MENINA MULHER

Corpos nus
Entrelaçados
Na dança da paixão.
Quero colo
Quero beijo
Quero prazer
No suor do seu abraço.
Uma flor brilha na escuridão.
É você menina mulher
Totalmente entregue
Totalmente sua
Totalmente saciada
Totalmente nua.
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NOITES DE INVERNO

Noites vazias, frias...
Uma solidão sem fim,
Te procuro...
Te acho...
Te perco...
A lua ilumina
Meu rosto molhado.
Olho o céu...
Te vejo em mim.
São estrelas,
Apenas algumas estrelas...
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O TEMPO

Sentimento escondido
Em um emaranhado sem fim.
Vontade de gritar ao mundo
O que sinto...
Mas a razão e o orgulho
Me impedem.
Prefiro sofrer calada
Prefiro chorar escondida
Prefiro sentir dor.
Que amor é esse que maltrata?
E quando tudo parecer ruir
Melhor deixar o pranto cair.
Quando tudo desmoronar
Nada melhor do que o tempo
Para curar.
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OUTRORA

Houvera um tempo
Em que os olhos dela brilhavam
Irradiando felicidade por onde passasse.
Houvera um tempo
Em que o canto melodioso de sua voz
Fazia com que o mundo a seus pés se ajoelhasse.
Houvera um tempo
Em que as crianças correndo pelo jardim
Bastava para lhe fazer feliz.
Houvera um tempo...
Quão belos aqueles tempos...
Em que uma simples dança
Deixava no ar um aroma sereno
De paz e anis.
Houvera um tempo
Em que tudo eram flores, risos, na singeleza pueril.
Os tempos agora são outros...
Hoje, olhar os pássaros pela janela, lhe basta.
Faz com que seu coração pulse na calmaria
Amena e tranquila de uma tarde primaveril.

Fonte:
Enviado pela poetisa.
Solange Colombara. Dançando com as palavras. SP: Futurama, 2018.

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