Diário publicado na Bahia em formato standard, A Manha começou a circular no dia 7 de Abril de 1920. Era, como informava o subtítulo, “Propriedade da Sociedade Anonyma Diario de Noticias”, pertencente a A. Marques dos Reis e Altamirando Requião, ambos também diretores das duas publicações.
As intenções do jornal, como revela o editorial de apresentação, eram as melhores:
“Não precisamos publicar o programa, pelo qual traçaremos a nossa diretriz. O publico bahiano bem conhece os que dirigem esse jornal e sabe, de sobejo, pelos exemplos dados em outra trincheira á nós tão querida e para quem sempre teremos os maiores desvelos, que aqui se comentará sempre pelo que concorrer pelo levantamento da nossa Bahia, por processos que honrem ao jornalismo e dignifiquem a imprensa.” (Ano I, nº 1, 7 de Abril de 1920)
O jornal se declarava “nacionalista” e de oposição ao governo federal do presidente Epitácio Pessoa. Como se lê respectivamente na edição de números 3 e 156, dos dia 9 de abril e 16 de outubro de 1920:
“Sujeitos batalhadores audazes em prol de tudo que for pelo Brazil, pela sua grandeza, pelo seu progresso, para honra de seu renome. Que nada nos entibie na campanha, em que nos devemos empenhar de alma e de coração, cumprindo o mais nobre e elevado dos deveres – o do amor á Patria. (…) Na Bahia, mais do que em outro qualquer logar a campanha nacionalista deve-se incentivar e propagar de maneira extraordinaria, porque só assim por meio da propagação dos nobres, verdadeiros e são ideaes nacionalistas conseguirá ella voltar ao que foi, á sua grandeza passada, aos tempos gloriosos de que só existem no momento resquicios.”
“Cada brazileiro de coração e de honra, deve formar na campanha benemerita de combate ao governo Epitacio Pessoa”.
O periódico se alinhava com o conterrâneo Rui Barbosa, que havia perdido a última eleição para Epitácio. Um de seus diretores, Antonio Marques dos Reis, havia concorrido a uma cadeira na Câmara dos Deputados.
Entre redatores e colaboradores estavam (possivelmente alguns nomes fossem pseudônimos) Altamirando Requião e A. Marques dos Reis, D. Mario de Souza, Assis Curvello, Nuno de Andrade, Nuno Pinheiro, Andrade Martins, João Arruda, Eduardo Vianna, Oliveira Lima etc.
Algumas das colunas publicadas: “No meio esportivo” (depois passa a se chamar “Esportes”), “No mundo theatral” (depois “Palcos”), “Vida Social”, “Ultima Hora”, “Serviço Telegraphico”, “Informações Commerciaes”.
Em 30 de Janeiro de 1921, na edição de número 241, o jornal anunciava a suspensão da circulação por tempo indeterminado:
“Motivos de ordem imperiosa, que prendem á escassez de papel, nos centros productores de todo o mundo, fazendo com que os nossos fornecedores reduzissem á metade as remessas de bobinas que lhes haviamos encommendado, para o anno corrente, obrigam-nos muito a contragosto nosso, a suspender, por tempo indeterminado, a publicação d'A Manhã, do dia 1º de Fevereiro em deante.”
Fonte:
http://hemerotecadigital.bn.br/artigos/manha-0
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