O INVENTOR
Desde cedo, sonhara ser, um dia,
um inventor famoso de verdade!
E alimentava a doce fantasia,
no enlevo de servir à humanidade!
Cresceu ao acalanto da poesia.
E ao vê-la sucumbir à realidade,
sentiu que a fibra, aos poucos, lhe fugia,
dando morada aos sonhos e à saudade.
Velho e cansado, em fuga da amargura,
acomodou-se a conquistar afetos
e a descobrir tesouros de ternura!
E na humilde renúncia às próprias glórias,
rodeado de filhos e de netos,
nada mais foi que um inventor de histórias!…
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DOM QUIXOTE
Dom Quixote... "Quijote de la Mancha"
- herói do impulso... arrojo sem plateias!
Seco de corpo, como seca a terra
que pisavas em tuas epopeias!
Pigmeu ante gigantes poderosos,
de longos braços a lembrar "molinos"!
Quando lutavas, em teus desatinos,
em defesa da frágil Dulcinéia,
fiel, tremia Sancho Pança, em zelos!
Mas, Quixote... "Quijote de la Mancha"
não estavas errado nem sozinho,
que a Humanidade inteira tem, também,
seus arroubos de sonhos... pesadelos,
a explodir dentro da alma dos que têm
um grande ideal guardado com desvelos!
Dom Quixote... "Quijote de la Mancha",
ante a réstia de luz que se desmancha,
já libertei das rédeas meu corcel,
de crinas brancas e de indócil passo!
Já dispersei meus sonhos, sem quartel!
]á cavalguei um Rocinante lasso!
E quixotando sigo pela vida,
a cumprir minha sina, mal cumprida,
a quebrar lanças... a enfrentar moinhos...
E a carregar nos ombros meus cansaços,
eu vou deixando a marca dos meus passos
e pedaços de mim, pelos caminhos!...
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MISSÃO CUMPRIDA!
Fecho a porta a mim mesma! E ao colocar a aldrava,
nego ao sonho o direito à vida que insinua.
No pranto já chorado, a alma se lava,
despida de ilusões e de esperanças nua.
Não quero mais sofrer! Cansei de ser escrava
de desejos não meus. Não trilho mais a rua
dos desencantos, basta! A dor que eu carregava,
nestas rimas entrego, em confidência, à lua!
Sem nada ambicionar, com pouco me contento.
E, seca de emoções, chego a invejar as folhas
que flutuam, sem dono, aos caprichos do vento!
Ah! Pudera eu dizer, enfim: - Missão cumprida!
E tudo o que viesse, aceitar sem escolhas,
nesse afã de viver... sem mais pensar na vida!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
RETORNANDO…
de uma festa poética
Obrigada, Senhor, eu Te agradeço
os dias de emoção que me ofertaste;
este sol, esta luz, que não tem preço
e faz do céu azul o seu engaste;
estes campos viçosos que se estendem
numa carícia aos olhos que, cansados,
buscam repouso e o brilho reacendem
na veludosa ondulação dos prados.
Obrigada, Senhor, pela ternura
colhida em cada gesto, em cada olhar…
ficou mais bela a minha noite escura
depois do beijo suave do luar.
Obrigada, Senhor, muito obrigada,
pela doce esperança que acarinho
de que a Poesia, que me abriu a estrada,
me ajude a reencontrar este caminho!
Desde cedo, sonhara ser, um dia,
um inventor famoso de verdade!
E alimentava a doce fantasia,
no enlevo de servir à humanidade!
Cresceu ao acalanto da poesia.
E ao vê-la sucumbir à realidade,
sentiu que a fibra, aos poucos, lhe fugia,
dando morada aos sonhos e à saudade.
Velho e cansado, em fuga da amargura,
acomodou-se a conquistar afetos
e a descobrir tesouros de ternura!
E na humilde renúncia às próprias glórias,
rodeado de filhos e de netos,
nada mais foi que um inventor de histórias!…
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DOM QUIXOTE
Dom Quixote... "Quijote de la Mancha"
- herói do impulso... arrojo sem plateias!
Seco de corpo, como seca a terra
que pisavas em tuas epopeias!
Pigmeu ante gigantes poderosos,
de longos braços a lembrar "molinos"!
Quando lutavas, em teus desatinos,
em defesa da frágil Dulcinéia,
fiel, tremia Sancho Pança, em zelos!
Mas, Quixote... "Quijote de la Mancha"
não estavas errado nem sozinho,
que a Humanidade inteira tem, também,
seus arroubos de sonhos... pesadelos,
a explodir dentro da alma dos que têm
um grande ideal guardado com desvelos!
Dom Quixote... "Quijote de la Mancha",
ante a réstia de luz que se desmancha,
já libertei das rédeas meu corcel,
de crinas brancas e de indócil passo!
Já dispersei meus sonhos, sem quartel!
]á cavalguei um Rocinante lasso!
E quixotando sigo pela vida,
a cumprir minha sina, mal cumprida,
a quebrar lanças... a enfrentar moinhos...
E a carregar nos ombros meus cansaços,
eu vou deixando a marca dos meus passos
e pedaços de mim, pelos caminhos!...
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MISSÃO CUMPRIDA!
Fecho a porta a mim mesma! E ao colocar a aldrava,
nego ao sonho o direito à vida que insinua.
No pranto já chorado, a alma se lava,
despida de ilusões e de esperanças nua.
Não quero mais sofrer! Cansei de ser escrava
de desejos não meus. Não trilho mais a rua
dos desencantos, basta! A dor que eu carregava,
nestas rimas entrego, em confidência, à lua!
Sem nada ambicionar, com pouco me contento.
E, seca de emoções, chego a invejar as folhas
que flutuam, sem dono, aos caprichos do vento!
Ah! Pudera eu dizer, enfim: - Missão cumprida!
E tudo o que viesse, aceitar sem escolhas,
nesse afã de viver... sem mais pensar na vida!
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RETORNANDO…
de uma festa poética
Obrigada, Senhor, eu Te agradeço
os dias de emoção que me ofertaste;
este sol, esta luz, que não tem preço
e faz do céu azul o seu engaste;
estes campos viçosos que se estendem
numa carícia aos olhos que, cansados,
buscam repouso e o brilho reacendem
na veludosa ondulação dos prados.
Obrigada, Senhor, pela ternura
colhida em cada gesto, em cada olhar…
ficou mais bela a minha noite escura
depois do beijo suave do luar.
Obrigada, Senhor, muito obrigada,
pela doce esperança que acarinho
de que a Poesia, que me abriu a estrada,
me ajude a reencontrar este caminho!
Fonte:
Carolina Ramos. Destino: poesias. São Paulo: EditorAção, 2011.
Livro enviado pela poetisa.
Carolina Ramos. Destino: poesias. São Paulo: EditorAção, 2011.
Livro enviado pela poetisa.
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