domingo, 9 de maio de 2021

Therezinha Dieguez Brisolla (Trovas com Humor)

Ao pai dela, o cafajeste
Explica: – "Foi num pagode"...
O velho é um "cabra da peste"
e a moça lhe diz: – "Deu bode"!
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Ao ver que estava em perigo,
fechou, a Jane, a matraca...
É que o Tarzã, sempre amigo,
hoje "tava com a macaca"!
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A peruca e a dentadura
ele tira e perde o viço...
Ela pergunta e ele jura
que o resto... não é postiço!
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A porquinha se casou
e chora o tempo inteirinho!...
Bem que a mãe dela avisou;
– Não case com porco-espinho.
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Cai da escada (algo o sustenta)
– Francisco de Assis... tô frito!...
O santo o solta e lamenta:
– Perdão... sou São Benedito.
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Cai no trilho e a triste sina
maldiz tanto o beberrão:
– Essa escada não termina
e é tão baixo o corrimão!
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Deita e fala em natação!
A esposa, recém-casada,
num sufoco espera em vão...
E o marido... nada... nada...
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Desdentado, velho e fraco,
toda noite "deita e rola",
mas não acerta o buraco...
Triste fim... de um tatu-bola!
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"Deu bode" a vaidade dela...
A plástica a esticou tanto
que agora só faz novela,
que exige... cara de espanto!!!
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Diz sem olhar pro cliente:
–  Você tá sendo traído...
Só que a cigana "vidente",
leu a mão... do seu marido!
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Eu não mandei a criada
tirar a roupa na rua.
Ela contava a piada
e eu só disse: - Conti... nua!
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"Eu quero uma bênção" diz
o andarilho, no convento.
Com a mão tampando o nariz,
o monge lhe diz: – Sê bento!
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Foi, de corrida, ao local
pensando em bumbuns... artistas...
"Noite do Fio Dental"
era um curso... pra dentistas!
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Gera corrida e surpresa
notícia mal pontuada:
"A mulata Globeleza
visita a Serra... Pelada".
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Gritei "Pare, seu Joaquim"
quando o trem apareceu.
Ele ainda olhou pra mim,
falou "ímpare"... e morreu!
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Já velho, o Sansão estrila:
– Minha mulher tá caduca...
Mal cochilei e a Dalila
tosou a minha peruca!
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"Meu anjo corre comigo"...
Na curva ele foi direto
sem ler a placa "Perigo".
Seu anjo?... era analfabeto!
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Na "guerra" pela conquista
de um bom salário, valentes,
a manicure e o dentista
lutam "com unhas e dentes".
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Não sobrou uma peninha!!!
E o galo, machão, despista:
– Saio pelado da rinha
quando é verão... Sou nudista.
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Pensei no jogo "e deu galho"
quando ela gritou: – Tarado!
Só disse, ao ver o baralho:
– Mocinha, você tem dado?
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Pergunta o "maitre", polido:
(no prato, a vespa... tostada!!!)
– E qual foi o seu pedido?
– O prato da vez passada.
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- "Qualquer santo... eu tenho fé"!
grita ao cair de uma grade,
– "Eu te ouvi, mas sou Tomé...
Só vim ver se era verdade"!
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Quando a vida se distrai
ou dá tudo ou tudo nega:
– Rico... pega o carro e sai
~ Pobre sai... e o carro pega!
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Querendo ver o acidente
ele abriu caminho a murro...
Foi dizendo: – Sou parente...
Mas, quem morreu... foi um burro!
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"Quero algo que me deleite"!
diz, ao leiteiro... e o panaca:
– Vista a roupa... não se deite...
que eu vou buscar minha vaca.
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Um remédio envenenado
e a Julieta morreu.
O Romeu foi condenado
porque ela disse: - Erro... meu!
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Vamos, ao circo, sozinhos
e, por favor, fiquem calmas...
E as mães dos dois mosquitinhos:
– É que o povo... bate palmas!
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Vendo a fera, fica um "gelo"...
retira a cruz do pescoço...
Mas, o leão ante o apelo:
- Só rezo depois do almoço,
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– Venha, tigresa, pra cama...
(o velho rico resvala)
e a garota de programa:
– Mais um tigre... de Bengala.

Fonte:
Therezinha Dieguez Brisolla. À procura de estrelas. 
Porto Alegre/RS: Odisséia, 2014.

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